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O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

16
Mai22

Stefania, Kalush Orchestra

Charneca em flor

A União Europeia de Radiodifusão (UER), instituição constituída por organizações públicas e privadas de radiodifusão (rádio, televisão e multimédia), organiza, desde 1956, o maior evento musical do mundo, o Festival Eurovisão da Canção.

A UER pretende que este seja um evento onde se exalta a música e, supostamente, sem qualquer conotação política. Todos se devem lembrar do incidente criado, em 2017, pelo nosso único vencedor, Salvador Sobral, ao envergar uma tshirt onde se lia a mensagem "S.O.S Refugees" numa das conferências de imprensa. Ora se há coisa que o Festival Eurovisão da Canção não deixa de ser é um evento onde a geopolítica adquire um peso substancial ao contrário do que a organização alega. E este ano isso ficou provado mais uma vez. Primeiro que tudo pela posição titubeante em relação à participação da Rússia no Festival que acabou por não acontecer mas que, num primeiro momento, chegou a ser afirmado que não havia razões para que a Rússia não participasse. Por outro lado, na votação dos júris dos países, há nitidamente uma votação por proximidade geográfica (menos no que diz respeito à Espanha em relação a Portugal). Já ninguém se surpreende com os 12 pontos da Croácia à Sérvia ou de Malta à Grécia.

O vencedor, já anunciado há semanas nas casas de apostas, foi a Ucrânia. Pelo voto dos júris dos países, os Kalush Orchestra ocupavam o 4o lugar mas o público votou de forma esmagadora na Ucrânia. Por mais que a música possa ser interessante, haveria canções melhores com toda a certeza. Para esta votação contribuiu, obviamente, a situação de guerra que se vive no país. Esta vitória criou um enorme problema à UER. O país vencedor tem a tarefa de organizar o Festival no ano seguinte. Ninguém garante que, daqui a um ano, estejam reunidas as condições de segurança para realizar um evento desta dimensão.

Quanto a mim, e tendo em conta que este nem foi o ano que segui o Festival com mais atenção, não gostei muito da música quando a ouvi pela primeira vez mas, agora, até já começo a gostar dela. Para quem ainda não ouviu, aqui está

Este vídeo foi filmado nas cidades ucranianas destruídas na sequência da invasão russa.

Tenham uma boa semana.

 

 

07
Jun21

Vamos com tudo, David Carreira ft Ludmilla, Giulia Be e Preto Show

Charneca em flor

Embora ontem se tenha voltado a realizar aquela velha máxima: "São 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha"*, não temos tempo para tristezas uma vez que dentro de dias começa o Campeonato Europeu de Futebol 2020. Como é óbvio, devia-se ter realizado no ano passado mas foi adiado devido à pandemia. O que tornou Portugal como o único país a manter o título de Campeão Europeu por 5 anos. Na semana que passou foi lançada a música de apoio à Selecção Nacional. A canção é da autoria de David Carreira que a canta na companhia das brasileiras Giulia Be e Ludmilla e do angolano Preto Show. É uma música alegre que dá vontade de dançar. A participação de outros artistas lusófonos bem como o vídeo onde se podem ver bandeiras e paisagens de vários países de expressão portuguesa pretende dar a ideia, verdadeira na minha opinião, de que não é só Portugal que vibra com a Selecção Nacional mas de igual modo todos os países lusófonos.

Vamos com tudo. E que o Caneco venha para cá outra vez .

 

 

* A Selecção Portuguesa Sub-21 perdeu a final do Campeonato Europeu pela 3a vez.

19
Abr21

The Voice Kids...terminou.

Charneca em flor

Ontem terminou o The Voice Kids com a vitória do jovem Simão Oliveira. Este adolescente chamou a atenção desde o início pelo seu estilo tão diferente de um adolescente típico. A boina é a sua imagem de marca e o fado o seu estilo musical preferido. Embora se trate de uma criança, a internet está cheia de comentários desagradáveis acerca deste vencedor. Infelizmente.

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Simão Oliveira e o seu mentor Fernando Daniel 

Só comecei a acompanhar este formato televisivo desde a última edição de adultos a qual foi conquistada pelo jovem alentejano Luís Trigacheiro. Na altura também li alguns comentários menos bons sobre ele o que me inspirou a escrever este post. Há poucos dias, Luís Trigacheiro lançou o seu primeiro single com uma  música inédita que partilho hoje no meu outro blogue, Livros de Cabeceira e outras histórias. Ontem o músico também apresentou esta música na final do programa

Continuo a achar que há demasiados programas de talentos mas há que reconhecer que dão bons momentos televisivos. Não deixa de ser uma excelente montra que pode servir de trampolim para uma carreira se os artistas continuarem a trabalhar e se tiverem, também, alguma sorte. Por exemplo, Bárbara Tinoco nem sequer passou das Provas Cegas (a primeira fase do programa) e, hoje, a sua carreira como cantautora está em plena ascensão. E não faltam exemplos de músicos que passaram por vários programas de talento e conseguiram construir uma carreira, mais tarde ou mais cedo, como sejam Sara Tavares, João Pedro Pais, Carolina Deslandes ou Fernando Daniel. Aliás, este último é a primeira pessoa a ganhar o The Voice como participante e como mentor do The Voice Kids.

Na final do The Voice Kids, a minha concorrente preferida era a Aurora, uma miúda também com um estilo alternativo mas em sentido diferente do vencedor. Também gostava muito da Rosa que chegou à semi-final mas toda a edição do The Voice Kids foi recheada de crianças e adolescentes com muito talento e com uma grande intuição musical. Se a música fará parte das suas vidas, o futuro dirá.

12
Abr21

Ai, que agradável é o som do silêncio

Charneca em flor

No último ano, tem sido notícia o facto de muitos portugueses terem optado por deixar de viver nas grandes cidades para se mudarem para cidades mais pequenas, vilas ou aldeias. Também eu tenho tido a oportunidade de passar algum tempo numa aldeia, aos fins de semana, principalmente. E nesta aldeia, que conheço há cerca de 13 anos, tenho notado que o número de "forasteiros" tem aumentado. Percebe-se este movimento em relação ao campo. Obviamente, se fôr necessário confinar é melhor fazê-lo num sítio onde seja possível usufruir de espaço livre onde se possa passear e respirar sem preocupações com passíveis multidões. É muito agradável viver numa aldeia, mesmo que sejam apenas alguns dias por semana. É tão bom aproveitar o sossego para descansar a cabeça e aliviar o stress pelo contacto com a natureza. Na Primavera é, especialmente, agradável porque os campos estão cheios de flores singelas e coloridas, ouve-se o silêncio, de vez em quando, interrompido pelo chilrear dos passarinhos... e a música em altos berros dos vizinhos.

Felizmente, estes a que me refiro não me incomodam muito. No entanto, interrogo-me. Porque é que estas pessoas vêm para a aldeia perturbar o sossego que outros procuram? Se gostam tanto de barulho, fiquem na cidade. Até devem estar a incomodar os pássaros.

16
Mar21

The Voice Kids

Crianças como entretenimento

Charneca em flor

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Os mentores do The Voice Kids

 

Não tenho grande hábito de ver programas de talentos. Tenho algumas colegas que costumam acompanhar o The Voice e vêem o programa à hora de almoço. Assim acompanhei os últimos episódios da edição da penúltima temporada de adultos e toda a última temporada. Tenho também acompanhado o The Voice Kids. É preciso ter um coração muito emperdenido para não ficar comovida e encantada com aquelas crianças. Mas quando começo a pensar sobre o programa sinto-me incomodada. Será legítimo utilizar as crianças para um programa de entretenimento? Quando os mentores têm que eliminar um concorrente, a maioria das crianças acabam lavadas em lágrimas. Até nos dói a desilusão pela qual as crianças passam. Se isso acontece na versão dos adultos, normalmente, os participantes estão lá pela sua própria decisão. Será que os pais deveriam permitir que as crianças passassem por isto? Cantar será o sonho só das crianças ou será também um sonho dos pais? Ou as crianças estão a concretizar os sonhos que os pais nunca conseguiram concretizar?

05
Jan21

Há cultura de esquerda e de direita?!

Charneca em flor

Nunca tinha acompanhado o programa de talento vocal da RTP1, The Voice Portugal. Por vezes via alguns momentos durante a hora de almoço porque tenho colegas que costumavam assistir.

No passado domingo terminou a última edição e eu vi quase todos os programas. O vencedor, Luís Trigacheiro, chamou-me logo a atenção na Prova Cega quando cantou, com emoção, a música "As Mondadeiras". Ao longo das semanas, foi sempre um dos meus favoritos embora reconheça que ficaram pelo caminho excelentes vozes. Como é óbvio, fiquei muito contente pelo jovem alentejano ter vencido.

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Luís Trigacheiro e Marisa Liz, a sua mentora

 

Logicamente, não se pode agradar a toda a gente e o sistema de escolher o vencedor por votação telefónica pode ser injusto. É possível que ganhe o concorrente mais popular, ou que consiga mobilizar mais pessoas, e que a melhor voz seja derrotada.

É compreensível que os fãs dos outros concorrentes reajam mal à derrota do seu ídolo. Vi comentários muito desagradáveis nas redes sociais. Mas o que me incomodou mais foi ter lido que Luís Trigacheiro é simpatizante do partido "Chega" e que era inadmissível que um fascista ganhasse a competição.

Não faço ideia de quais são as opiniões políticas deste rapaz mas também não tenho a certeza que isso importe. Não acompanho essa suposta simpatia por tal partido, antes pelo contrário, mas isso em nada influencia o meu gosto musical.

Aqui há tempos também houve um grande alarido porque Samuel Úria ter sido um dos signatários de uma carta aberta da Direita Portuguesa contra o mesmo partido. Nessa altura deu-se mais importância ao facto do músico ser de Direita do que ao conteúdo da carta.

Será que temos que elaborar as nossas preferências culturais consoante a postura política dos agentes culturais? Se um músico, um escritor ou um actor for de direita ou de esquerda, isso determina se tem mais ou menos talento? E isso influencia o nosso gosto pessoal?

Já pensaram sobre isto?!

 

21
Dez20

Agora sim, músicas de Natal

Charneca em flor

Como é Natal, esta 2a feira vou partilhar 2 vídeos natalícios muito especiais.

O primeiro é do jovem Noble com a participação de Zé Manel, Syro, Meestre e Gabriela Couto. A música é muito doce, ao estilo dos mais conhecidos temas de Natal. As receitas obtidas destinam-se ao apoio da Fundação Ronald Mcdonald. Esta Fundação tem como propósito ajudar as famílias que têm crianças em tratamento ou internadas em serviços hospitalares.

E, de seguida, o vídeo de Natal mais louco de sempre. David Fonseca, sempre surpreendente 

 

20
Dez20

Blogmas 2020 - Músicas de Natal

Charneca em flor

Não se deixem enganar pelo título. Hoje não vou apresentar nenhuma música. Até porque hoje é domingo e, por aqui, música é só à 2a feira .

Gostaria que reflectissem comigo sobre o seguinte?

Porque é que as músicas de Natal soam melhor em inglês? Pensem em quantas músicas de Natal em português.

Pouco mais que 1, não é?

E em inglês? Pois, têm razão. Imensas. Fazem parte do nosso imaginário comum. Será, mais uma vez, a hegemonia da cultura anglo-saxónica  que absorve todas as outras culturas?

15
Dez20

Sem ti, Fernando Daniel e Agir

Charneca em flor

Fernando Daniel e Agir teceram esta música maravilhosa. Neste tempo em que as pessoas estão distantes devido à pandemia dá vontade de gritar:

"Foram horas sem ti
Que se tornaram dias sem ti
E por mais que eu faça planos
Por mais que passem anos
Eu não quero nem mais um dia sem ti"

 

P.S - Esta semana houve atraso na música da semana mas nunca é tarde para ouvir música. Boa semana.

 

 

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