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O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

31
Jul14

Já não há silly season

Charneca em flor

Habitualmente, esta altura do ano é designada por silly season, que é como quem diz uma época em que não se passa nada de importante. Os comentadores políticos e económicos interrompem as suas rubricas para irem de férias. As notícias resumem-se a falar de assuntos "menores" como o calor, ou a falta dele, os turistas, as praias, ou, quando há ondas de calor e incendiários, fala-se do martírio dos incêndios florestais (que não é, de todo, um assunto menor). Mas isso era dantes. Já no ano passado, a silly season portuguesa foi marcada pela crise na coligação devido à demissão do Ministro das Finanças e à "irrevogável" demissão de Paulo Portas a qual deu um novo significado à dita palavra. Este Verão também não está ser tão despreocupado como antigamente. A crise das várias empresas do universo Espírito Santo (banco incluído), a campanha para as inéditas eleições primárias do PS, os acordãos do Tribunal Constitucional e, a nível internacional, o vírus Ébola e os vários palcos de guerra fazem com que, este ano, não se possa de todo desligar o cérebro (e a televisão) sob pena de ficarmos completamente desactualizados. Já estou com saudades dos blocos noticiosos com 20 minutos de imagens de praia. Parece que a nossa silly season foi de férias para paragens mais agradáveis.

 

27
Jul14

Praia do Ribeiro do Cavalo

Charneca em flor
Já lá tinha estado há uns anos no âmbito de uma actividade de canoagem. Saímos de Sesimbra e fomos remando até lá com muito dificuldade porque estava muito vento. Neste pedaço do paraíso, não estava quase ninguém. Por lá descansámos e até tivemos direito a um lanche. Há uns meses, fomos descobri-la, de novo, mas desta vez por terra. Nem sei qual é a pior maneira de lá chegar, remar ou descer aquele caminho íngreme. Foi em Maio e a praia já tinha mais gente mas, mesmo assim, estava-se lá muito bem. Hoje voltei à Praia do Ribeiro do Cavalo para passar o dia e fiquei estupefacta com a quantidade de gente que estava por lá. Afinal esta praia magnífica já não é um segredo bem guardado. Como é que possível que uma praia à qual se acede apenas de barco (que eram mais que muitos) ou descendo a falésia com dificuldade pudesse estar tão cheia?! Quase que não havia espaço para estender a toalha. Ir à água foi uma aventura quase tão grande como tentar chegar à praia. A beira da água está cheia de seixos de vários tamanhos que tem que se atravessar para nos podermos refrescar. Uma prova dura de que nada se consegue sem esforço. Apesar de tudo, foi um dia bem passado. Aconselho, mesmo com muita gente não deixa de ser agradável.

 

 

 

 

 

20
Jul14

O meu gelado

Charneca em flor

Para começo de conversa, adoro gelados. De todos os tipos, cores, feitios e sabores. Não escapa nenhum. Há gelados que marcam momentos como, por exemplo, os maravilhosos gelados da Gelataria do Marquês, em Porto Côvo; os gelados que comi em Split e em Dubrovnik, nada caros e deliciosos muito similares aos gelados italianos, que serviram para refrescar os dias quentes que por lá passei; o delicioso gelado de alfazema e figo da gelataria Fenocchio no centro histórico de Nice; os gelados que ia comprar para refrescar as mornas tardes do Alentejo da minha infância (a minha avó e a minha mãe queria sempre corneto de morango e eu comia de chocolate). Na minha infância houve muitos gelados dos quais gostava muito, geralmente, com chocolate presente. Lembro-me do Krispy ou do Rol da Olá. Curiosamente nunca apreciei muito os adultos Magnum. Não lhes acho muita piada. O único gelado a que volto sempre, que sou capaz de comer 2 de seguida se tiver uma caixinha deles no congelador lá de casa, é este

 

O Perna de Pau é, e será sempre, o gelado da minha vida. Será sinal de nunca cresci?! Serei um Peter Pan dos gelados?!

18
Jul14

Um acidente aéreo, capas dos jornais e sorte

Charneca em flor

Desde ontem à tarde muito já se escreveu sobre o avião da Malaysia Airlines que se despenhou na Ucrânia. O governo da Ucrânia acusa os separatistas pró-russos de terem sido responsáveis por esta tragédia mas aguardemos até as investigações estarem concluídas. Há, no entanto, 2 ou 3 considerações que eu gostaria de fazer. Qual é a probabilidade de acontecerem 2 desgraças, com poucos meses de diferença, a 2 aviões da mesma companhia aérea?! Continua sem se saber o que aconteceu ao voo MH370 que desapareceu em Março. Outra pergunta que eu gostaria de fazer era a seguinte; os jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias tinham mesmo necessidade de publicar, na primeira página, imagens da queda de ontem onde se vêem os corpos mortos dos passageiros? É que do Correio da Manhã até era, mais ou menos, expectável mas o Diário de Notícias??? Francamente, onde é que o jornalismo vai parar?! Obviamente que não vou aqui publicar semelhante aberração mas é só passarem na tabacaria mais próxima. 

Também acabei de ver, na televisão, um casal com um bébé que deviam ter embarcado no voo mas que se atrasaram e perderam o avião. Qual será a sensação de perceber que se escapou por um triz da morte? Como será sentir que a vida nos deu uma segunda oportunidade? Aquelas 3 pessoas devem ter um anjo da guarda muito, muito poderoso. 

O Mundo está cada vez mais virado do avesso. Espero que haja quem tenha coragem de enfrentar todos estes conflitos (Ucrânia, Médio Oriente, Síria) para os tentar resolver. Que não morram mais inocentes.

13
Jul14

O aroma do Verão

Charneca em flor

Esta é uma melhores maneiras de passar um domingo, sentada na minha cadeira favorita a pôr a leitura em dia. No sossego da aldeia, só se ouve o silêncio cortado, de tempos a tempos, pelas folhas das árvores ondulando ao vento, o canto dos pássaros e algum cão que ladra ao longe. No Verão, até o aroma é diferente. Por aqui, cheira a ameixas. E o vosso verão cheira a quê?

 

10
Jul14

Intriga e mau ambiente

Charneca em flor

Eu costumo dizer que não serve de nada envelhecer se não aprender com os acontecimentos da vida. Se há característica que eu adquiri com tudo o que já vivi, emocional e profissionalmente, foi a tolerância o que significa que tenho uma grande capacidade de aceitar os defeitos dos outros. Infelizmente, há uma situação para a qual eu não tenho a mínima tolerância, a intriga. A intriga tira-me completamente do sério. Quando me "cheira" a intriga, ponho-me logo em fuga. Não tenho a mínima paciência para o "diz que disse" ou para o "ela fez isto ou aquilo". Há uns anos atrás sofri muito com uma situação complicada deste tipo no meu local de trabalho. Ficava doente ao domingo à noite só de pensar que tinha que ir trabalhar na segunda-feira. Tendo em conta que eu fiz o curso que escolhi, fui trabalhar na área que queria e adorava o meu trabalho, não ter vontade de voltar ao trabalho depois do fim-de-semana deixava-me muito ansiosa. O ambiente do meu local de trabalho era horrível. O que é certo é que aguentei e as pessoas que geravam esse ambiente acabaram por ir embora. Agora, com outros colegas, de vez em quando, a situação parece repetir-se. Continuo tolerante mas há momentos em que tenho que me controlar para me deixar estar calada e até, se possível, colocar água na fervura. Não sei até onde irá minha paciência e a minha tolerância. 

05
Jul14

40 anos, e agora?!

Charneca em flor

Hoje entro nos "entas". Andei uns tempos a sentir o peso deste número 40. Este marco da vida tem-me feito olhar para trás, para os anos que já passaram. Percorri álbuns antigos de fotografias, vi-me a mim e a pessoas queridas que já não estão cá, lembrei dos momentos que vivia quando aquelas imagens foram captadas. Olhei para os altos e baixos da vida, para as pedras do caminho que consegui ultrapassar, para os amores e desamores, para as alegrias e para as desilusões e concluí que valeu a pena. Tudo o que passei tornou-me a mulher que sou hoje. Há coisas que me marcaram de modo indelével; a miopia, a morte do meu pai,  a alegria da entrada na faculdade, o meu encontro com Deus que me ajudou a aceitar a morte do meu pai, o emprego que me realiza há 15 anos, o casamento e o divórcio, o ano em que vivi sozinha, o dia em que conheci a minha afilhada e o encontro inesperado com um homem maravilhoso que virou a minha vida do avesso e me fez nascer de novo.

Nestes 40 anos, mesmo quando achei que a vida já não tinha sentido, os acontecimentos mostraram-me que viver só vale a pena quando se vive intensamente. 

A vida que sonhei aos 20 anos não chegou a existir mas a minha realidade é infinitamente melhor do que aquilo que eu poderia ter sonhado. 

Quando era adolescente, chorava a minha fealdade em frente ao espelho. Agora aprendi a amar cada pequena ruga que  aparece, cada cabelo branco (mesmo que os pinte), cada sinal, cada imperfeição porque todos estes pormenores contam a minha história.

Hoje estou feliz por ter chegado aqui, aos 40 anos. Se eu tivesse só 20 anos, não teria o coração tão cheio de memórias, de imagens felizes, de viagens e de aventuras. Que venham mais 40, pelo menos.

 

 

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