Eis que chegámos a meio do ano. O que quer dizer que este desafio também vai a meio. E hoje vou completar esta frase:
Se eu pudesse mudar de profissão, eu seria…
Antes de completar esta frase, vou já afirmar que adoro a minha profissão. Há dias menos bons e muito cansativos mas, mesmo quase 20 anos depois, continuo a sentir-me feliz como farmacêutica.
No entanto, há 2 profissões que, imagino eu, também me fariam feliz:
... escritora. Este era um dos meus desejos da adolescência. Como sempre gostei de ler, adorava ter tido a capacidade de fazer os leitores sonharem ou viajarem pelas minhas histórias como os autores dos livros que eu lia me faziam sonhar a mim. Sempre tive tantas histórias na cabeça. Quem sabe um dia, ainda faço um curso de escrita criativa.
... viajante profissional. Esta hipotética profissão tem alguma relação com a anterior. O que eu gostava de ganhar a vida a viajar e depois contar as experiências que ia vivendo. Ou quem sabe, fazer um programa de televisão sobre viagens em que andava pelo mundo de aventura em aventura. Alguém interessado em patrocinar este meu desejo?!
Ontem à noite fui, mais uma vez, a Lisboa para assistir a uma conferência. O local é mesmo no centro de Lisboa, perto do Chiado. Era uma noite a meio da semana, relembro. E as ruad estavam cheias, cheias de pessoas. Imagino que a grande maioria seriam turistas. Já aqui falei deste assunto. Lisboa foi completa e exageradamente invadida. Acredito que este movimento será positivo para os operadores económicos da área do turismo mas tudo o que é demais...
Já não reconheço a cidade dos meus tempos da faculdade. É verdade que passaram 20 anos e que, em certos aspectos, Lisboa está francamente melhor. Infelizmente são cada vez menos os portugueses e os lisboetas que usufruem dela.
Nesse tempo longínquo em que eu ia todos os dias para Lisboa, haveria muitos comerciantes locais em dificuldades. Poderia-se pensar que agora estariam todos esses negócios antigos, alguns centenários, a prosperar. Mas, ao que parece, há cada vez mais lojas históricas a fechar. Uma das próximas a fechar é a icónica Pastelaria Suiça no Rossio. A Pastelaria Suiça é quase centenária já que foi fundada em 1922. Segundo parece, todo o quarteirão onde se situa a referida pastelaria foi comprado por um fundo imobiliário. Não acredito que este estabelecimento estivesse a ter prejuízo. Se estava sempre cheia antes, agora com tanta gente pelas ruas, deveria estar a abarrotar. Os preços não eram muito convidativos para a carteira de muitos portugueses, é uma verdade, mas já se sabe que há que pagar o enquadramento. Quando tomamos um café ou uma refeição com vista para o mar também se paga mais. Não será o único estabelecimento de Lisboa a fechar portas mesmo com a aprovação pela Câmara de mais 44 lojas classificadas como "Lojas com história" o que lhes confere uma maior defesa contra o encerramento. Mas há factores que não se conseguem ultrapassar. Se os proprietários já não quiserem continuar, por exemplo, pouco se pode fazer.
Na altura das Marchas Populares, também foi dito que a maioria dos participantes já não moram nos bairros típicos pelos quais concorrem. Também em Alfama fechará a última mercearia típica que ainda resiste. O prédio está degradado, é certo mas foi comprado, adivinhem lá, por um estrangeiro.
Dentro de pouco, Lisboa perderá tudo o que é típico, perderá a sua principal riqueza, os lisboetas, perderá os turistas porque se tornará numa cidade igual a todas as outras. Acontecerá a tal gentrificação, esse palavrão que entrou no nosso vocabulário.
Hoje as minhas palavras voaram até outras paragens. A Mami convidou-me a contar uma história na sua rubrica Há cada uma. Partilhei uma história que me aconteceu há muitos anos no meu trabalho. A farmácia é uma fonte inesgotável de histórias e peripécias. Não deixem de ir fazer uma visita.
Hoje partilho uma música que já não é recente uma vez que pertence ao álbum "Nua" de 2016 da Gisela João. E já chega um pouco atrasada porque a Noite de São João foi há 2 dias mas o mês dos Santos Populares ainda não chegou ao fim, não é verdade?! E, aliás, eu vivi este fim-de-semana, a minha noite de São João no Porto e fiquei fascinada. Assim deixo-vos com esta Noite de São João com a letra de brilhante portuense, Capicua.
A Estação do Oriente é a foto desta semana. Na passada 6a feira, tive uma formação em Lisboa e, como o hotel era perto da Estação de Sete Rios, optei por ir de comboio. Como perdi o comboio que ia directamente da minha estação para Sete Rios, tive que mudar na Estação do Oriente. Quando está mau tempo, esta estação não é o sítio mais agradável mas temos que reconhecer que é uma bela obra de arquitectura enquanto objecto artístico. Enquanto funcional e confortável para os seus utilizadores, isso já é outra conversa.
Andei meses a queixar-me de um buraco na estrada por onde passo diariamente.
Finalmente, o buraco está a ser arranjado.
Só que já me vou queixar, outra vez. É que, por causa das obras, ontem levei mais 30 minutos que o habitual para chegar a casa . Não podiam fazer as obras durante a noite?!
Hoje é dia de música aqui no blogue. No entanto, vamos interromper a série de músicas novas que têm sido lançadas para partilhar o Hino da nossa Selecção, encomendado pela Federação ao americano, luso-descendente, Shawn Mendes. Deixo-o aqui à vossa consideração
Não sei porque razão é que a Federação fez esta encomenda. A letra é, maioritariamente, em inglês e as poucas palavras em português percebem-se mal. Não seria muito mais interessante convidar um artista 100% português?! Presumo que a intenção tenha sido internacionalizar o hino e angariar adeptos de outros países. De outro modo, não compreendo.
As Vozes da Rádio também lançaram uma espécie de hino. Vão ouvir aqui e digam lá se não era uma escolha muito mais adequada? E divertida .
Este semana, estas foram as fotografias mais apreciadas do Instagram. Achei curioso.
A primeira mostra a Sé de Lisboa e foi captada na Noite de Santo António. Há coisa mais tipicamente portuguesa que festas populares?
A segunda mostra o meu novo passaporte que chegou, finalmente. O passaporte é essencial já que permite o acesso a novos países, novas cidades, novas paisagens. O passaporte ajuda-me a ser cidadã do mundo.
Estas imagens simbolizam a minha natureza, orgulhosamente portuguesa mas também cidadã do mundo. Com um pé na minha adorada cidade de Lisboa mas com o outro sempre pronto a partir para outras paragens. Herdeira legítima desses portugueses que deram "novos mundos ao mundo".
Bom domingo.
P.S. - Portugal não é só Lisboa. Não posso esquecer a tragédia do dia 17 de Junho de 2017. Essas pessoas que vivem no Portugal interior, profundo e abandonado são tão ou mais portugueses do que eu que vivo a menos de 50 km da capital. Que quem tem poder de decisão se lembre destas pessoas todos os dias e não só quando há desgraças.