Preparava-me eu para relaxar e pôr as leituras em dia quando o A. achou que era a altura mais indicada para cortar a relva. E foi nessa altura que eu captei a imagem mais votada desta semana. Com o falecimento do meu sogro temos passado mais tempo na casa da aldeia. Agora temos que ser nós a fazer a limpeza e a manutenção do espaço. E tratar da horta, da pequena vinha, fazer o vinho, enfim uma infinidade de coisas. A vida do campo cansa o corpo mas repousa o espírito.
Esta notícia tem-me chocado, especialmente. Não sei o que se passa com as pessoas. Toda esta situação me tem incomodado porque tudo se passou muito perto da cidade onde trabalho. Passei muitas vezes pelos cartazes que foram afixados durante as buscas quando o triatleta foi dado como desaparecido. O corpo apareceu na região de onde o meu pai era natural. Não conheço a família mas é impossível ficar indiferente. A ser verdade tudo o que comunicação social divulgou sobre a investigação, é incompreensível que alguém tenha a frieza de planear a morte de alguém que já amou, com o qual viveu vários anos e com quem tem um filho em comum. Pobre criança. Como é que é possível que esta mulher não lhe tenha ocorrido que ia sujeitar o próprio filho a um sofrimento destes?! Primeiro o suposto desaparecimento, as buscas, a confirmação da morte e agora a suspeita de que o pai foi assassinado pela mãe?! Quem é que consegue explicar isso a uma criança? Como é que a família que resta vai conseguir ser o apoio que esta criança precisa? Que mãe é esta que sujeita um filho a um sofrimento destes?
Nem consigo imaginar o que estão a sentir todos as pessoas que acreditaram na história do desaparecimento e andaram dias e dias à procura de Luís Grilo. Revoltante. A conclusão que se tira destas situações é que nunca conhecemos, totalmente, as pessoas. Nunca sabemos que monstruosidades alimentam no seu íntimo.
Luisão despediu-se, ontem, da sua carreira de futebolista com este discurso.
Foi organizada uma cerimónia de despedida no estádio com a presença da família, com elementos da estrutura, da equipa técnica, colegas de equipa e figuras relevantes do Sport Lisboa e Benfica. Foi uma cerimónia emotiva como seria de esperar até porque Luisão esteve 15 anos no clube, ganhou 20 títulos ao serviço do Benfica e entrou, sem sombra de dúvida, para a história do e do futebol português. A meu ver, não foi a cerimónia que ele merecia depois de tanto que deu ao clube. O capitão merecia despedir-se num jogo oficial com o estádio cheio de adeptos. Nem que jogasse apenas 5 min. Ao que parece, será organizado um jogo particular para esse efeito mas não é a mesma coisa. Diz-se que Luisão sai magoado com Rui Vitória e eu acho que tem razões para isso. Por mais que o treinador já não contasse com ele, o que até é compreensível, devia ter tido mais respeito e consideração pelo trabalho do jogador quer dentro de campo quer no balneário como capitão. Rui Vitória não ficou bem na fotografia e desceu na minha consideração.
Luisão, obrigada por tudo o que fizeste. Entraste para a galeria dos heróis. Que o futuro te seja risonho.
Um dos meus outfits da passada semana foi a imagem mais votada do instagram do blogue. Sempre que visto uma saia comprida lembro-me do meu avô João. Era o meu avô paterno e faleceu quando eu tinha 9/10 anos. Chamava-me quase sempre "ciganita" mas esta alcunha tinha alguma razão de ser. A verdadeira responsável por esta alcunha foi a minha mãe. Uma das principais características da minha mãe sempre foi o seu jeito para a poupança, essencial nas décadas de 70/80. Durante muitos anos, o meu pai era o único a trabalhar lá em casa. Nunca senti falta de nada mas não havia espaço para luxos. Para além disso também não havia tanta possibilidade de comprar roupa mais barata como hoje em dia. As peças de roupa tinham que durar muito tempo. Como eu era muito magra (bons tempos) e, de ano para ano, crescia mas não engordava, a minha mãe arranjou uma estratégia infalível para as minhas saias durarem mais tempo. Quer fossem compradas ou feitas por ela, eram quase sempre compridas. Assim podia continuar a vesti-las durante mais tempo. Eu ia crescendo, a cintura era a mesma e a saia ia ficando ligeiramente mais curta. Lembro-me de uma saia de pregas de que gostava muito que durou desde a 1ª à 4ª classe.
Ora quando o meu avô me via com uma saia comprida, típica das mulheres de etnia cigana, dizia : - olha, lá vem a ciganita. E ciganita fiquei até ao fim da sua vida. Durante a adolescência tornei-me adepta das mini-saias já que era moda mas também como forma de contrariar a mania das saias compridas que a minha mãe tinha. Foi a minha forma de rebeldia mas, na verdade, sempre gostei de saias compridas. Adoro o aspecto imponente que me conferem e deliro com o movimento do tecido à volta das pernas.
P.S. - Atenção que a palavra "ciganita" é usada neste post com muito carinho e sem sentido depreciativo. Nesta época do politicamente correcto é sempre bom fazer esta ressalva.
Quem escreve num blogue gosta de ser destaque. Alimenta o nosso ego, não é verdade?! O meu post sobre Tallin foi destaque nos Blogs do Sapo e no página principal do Sapo. Dos 3 posts que já escrevi sobre as minhas férias não é o meu favorito mas também não vou contestar os destaques. O problema dos destaques na página principal do Sapo é que atraí pessoas que não têm nada melhor que fazer do que comentar anonimamente de forma desagradável e mal educada. Em situações anteriores, dei-me ao trabalho de responder a esse tipo de comentários mas, desta vez, decidi começar a censurar. Sou pela liberdade de expressão mas "a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro". Assim não estou disposta a aturar faltas de respeito nem faltas de educação. Esta é a minha "casa" e aqui só entra quem eu entendo.
Por estes dias faz 1 mês que eu andava em viagem. Por isso chegou a altura de vos contar as minhas impressões da 2a cidade que visitei, Tallin.
Se bem se lembram, comecei a viagem por Helsínquia onde embarquei num navio com destino a maravilhosa cidade de São Petersburgo. Pelas regras da Visa Free Rule, era obrigatório sair da Rússia por via marítima. E foi o que fizemos, embarcando de novo no Princess Anastasia em direcção à capital da Estónia, Tallin. As expectativas que eu tinha sobre esta cidade eram altas. Mais uma vez confirmei que é melhor ir de coração aberto sem grandes expectativas. Sempre que eu fui a uma cidade ou a um lugar com esse espírito, apreciei muito mais. Por aquilo que me diziam, esperava adorar a cidade de Tallin. Lamentavelmente não aconteceu. Não me interpretem mal. A cidade é bonita, pelo menos a parte antiga que foi a que conheci melhor, mas não me encheu as medidas. Conheço cidades mediavais muito mais encantadoras a começar pela nossa cidade de Óbidos.
A chegada a Tallin é mais bonita do que a chegada a São Petersburgo. O porto é relativamente perto da zona histórica. O hotel também ficava muito perto da zona histórica mas era o único ponto a favor. As condições do hotel não eram as melhores e era mesmo ao lado da estação dos comboios o que não é muito agradável.
Como o ferry fez a viagem de noite, chegámos cedo. Atravessar a fronteira também foi mais fácil. Afinal regressávamos a "casa", à União Europeia. Depois de deixar as malas no hotel e tomar o pequeno-almoço, fomos logo conhecer o centro histórico. Antes de entrarmos nas muralhas, encontrámos um conjunto de pequenos jardins, era o Festival das Flores. Dentro das muralhas havia muitos turistas como seria de esperar. Há várias igrejas quer ortodoxas quer luteranas. A maioria dos edifícios estão bem conservados.
Um dos sítios mais curiosos que vimos foi o Jardim do Rei Dinamarquês, local onde as tropas dinamarquesas estiveram acampadas enquanto batalhavam os estonianos. Nesse jardim existem estes monges muito interessantes
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Em Tallin existe uma farmácia muito especial e eu não podia deixar de lá ir. A Raeapteek fica numa das praças do centro histórico (Praça do Município), existe desde 1422 e nunca deixou de funcionar até hoje. Ao lado da farmácia existe um pequeno museu que vale a pena visitar.
Um das melhores experiências que vivi em Tallin foi o almoço num restaurante medieval, o Olde Hansa. O espaço era muito giro, o ambiente era óptimo, o funcionário que nos atendeu era muito simpático e divertido. A comida era muito boa, eu comi um prato com vários tipos de carne grelhada e o A. comeu um prato de borrego. O A. também bebeu uma cerveja artesanal com mel e ervas. Muito saborosa.
Ao lado do restaurante, existe uma loja com artigos também muito interessantes como sabonetes artesanais, cervejas artesanais ou peças de barro iguais às que são utilizadas no restaurante.
A tarde foi aproveitada para descansar embora tenhamos dado mais um passeio ao fim do dia.
Na manhã seguinte, fomos até ao Museu Marítimo onde vimos alguns barcos incluindo um quebra-gelo e andámos pelo mercado ao lado do hotel. Pela hora do almoço dirigimo-nos para o Terminal D do Porto de Tallin para apanhar o último ferry, aquele que nos levou de volta a Helsínquia.
Resumindo, gostei de Tallin, não me arrependo-me de ter lá ido mas não foi "UAU".
Para começar a semana em beleza, trago a nova música do Carlão. O vídeo é muito divertido e a letra é uma crítica à nossa dependência das redes sociais. Nunca pensei que fosse possivel cantar # (hastag) mas o Carlão conseguiu. Divirtam-se e pensem bem no refrão: