Eu até nem costumo ser uma pessoa muito pessimista. Aliás, nesta situação do coronavírus, acreditei durante muito tempo que nunca chegaríamos a ponto em que estamos. Pensei que isto era uma doença que não chegaria à Europa ou ao resto do mundo da maneira que chegou.
No entanto, estou muito preocupada com o fim do Estado de Emergência e com o início do desconfinamento. Obviamente que a economia não pode estar parada mais tempo mas sinto, pelo que ouço das pessoas, que os portugueses estão convencidos que, a partir de 2a feira, a vida volta ao normal. Não volta. Interiorizem que os cuidados são para manter senão podemos viver uma situação verdadeiramente dramática.
Outra coisa que me tem irritado é esta ideia de que a humanidade vai ficar melhor depois desta experiência surreal. Lamento. Também não vai acontecer. Já se nota o egoísmo vir ao de cima. Reparem bem naquilo que se vai passando à vossa volta.
É uma pena. Eu queria muito que todos nós saíssemos disto melhores pessoas .
Todos nós tivemos que reinventar uma nova forma de viver. Fazemos compras, trabalhamos, relacionamo-nos com os outros e divertimo-nos de maneira diferente. Há muitas pessoas a passar por inúmeras dificuldades económicas. Os artistas e todas as profissões relacionadas (técnicos de luz ou de som por exemplo) ficaram sem o rendimento que provinha dos espectáculos ao vivo e não se perspectiva quando esses eventos se voltarão a realizar. Mesmo assim eles continuam a animar-nos com espectáculos online ou lançando novas canções gravadas com as condições possíveis. É o que acontece com a música que trago hoje do Miguel Araújo
No Youtube, na descrição do vídeo, há possibilidade de fazer um donativo para a equipa do Miguel Araújo por mbway, paypal ou transferência bancária.
É verdade que há muita gente que precisa de ajuda mas já imaginaram o que seria passar a quarentena sem música, filmes, séries ou livros?
Quer o Instagram do blogue como o meu Instagram pessoal têm sido invadidos por flores e plantas. Talvez seja a minha maneira de reagir à ansiedade que a situação nos provoca, dar alguma cor ao feed do Instagram. Sempre gostei de plantas. Os meus pais tiveram sempre muito jeito para tratar de plantas. Aliás, a varanda da minha mãe está repleta de vasos que se enchem de flores nesta altura. Tem sido a terapia dela no confinamento. Eu sou uma conhecida assassina de plantas mas agora estou decidida em dedicar-me a alguma jardinagem caseira. Assim fiz algumas compras online. Uma das empresas onde já comprei plantas foi a Viveiros Vítor Lourenço. Tem plantas maravilhosas e algumas estão em promoção.
Entre outras, mandei vir 10 vasos de amores perfeitos. Um deles ofereci à minha mãe, outros estão destinados à casa da aldeia e estes moram na minha varanda
E esta foi a foto da semana. São tão fofinhos, não são?
Este ano dá-se a circunstância particular de se assinalar o 46° aniversário do Dia da Liberdade em Estado de Emergência. Esta situação retira-nos alguns direitos para salvaguardar o direito supremo à saúde. Como eu continuo a trabalhar, não me sinto assim tão tolhida nos meus movimentos embora haja muitas coisas que não posso fazer. Prefiro deixar de passear, de viajar, de ir a espectáculos ou a restaurantes durante algum tempo para poder preservar a saúde de todos os que se cruzam comigo.
Acredito que muitos dos portugueses, com menos de 46 anos, que se sentem "presos" em casa nunca deram verdadeiro valor à liberdade de que sempre usufruíram. Devem ser os mesmos que, agora, condenam a cerimónia que decorre, neste momento, na Assembleia da República. Lamento mas não se podem comparar funerais, casamentos, almoços familiares ou celebrações religiosas com a dita cerimónia que assinala a Revolução dos Cravos . O nível de proximidade nunca seria o mesmo. Aliás, neste momento delicado da nossa História faz mais sentido do que nunca assinalar o 25 de Abril. Nunca a liberdade e os direitos conquistados foram tão frágeis.
Eu também não me lembro da ditadura. Afinal, nasci já num país livre. No entanto, o meu pai, durante os poucos anos em que estivemos juntos, transmitiu-me os valores de Abril. Eu acompanhava-o sempre nos desfiles que aconteciam na minha terra neste dia. Cresci a sentir que o dia 25 de Abril era um dia de festa. Que assim continue a ser.
Numa altura em que muita gente trabalha a partir de casa, os músicos também o estão a fazer e bem. David Fonseca compôs uma música, gravou-a e fez um vídeo para a apresentar. Isso tudo em confinamento social. E ainda contou com a especial participação da sua mulher, a modelo e a actriz Ana Sofia, que surpreende pela positiva. Quem sabe não estaremos perante a descoberta de um talento insuspeito.
A receita que utilizei é a que se fazia na minha casa quando eu era miúda. Está num livro muito antigo, daqueles que as meninas casadoiras recebiam quando se preparavam para casar. Ou seja, trata-se do livro "Escola de Noivas" e é da minha mãe. Deve ter quase 50 anos uma vez que a minha mãe casou em 1972.
Se bem lembro a receita é assim:
Ingredientes:
6 ovos
250g de açúcar
150g de farinha
1 colher de chá de fermento de pó
Raspa de 1 limão
Execução :
Batem-se as gemas com o açúcar e a raspa do limão. De seguida, incorporam-se as claras batidas em castelo. No fim, mistura-se a farinha, e o fermento, a pouco e pouco. Bate-se a massa muito bem.
Vai a cozer em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha. O forno foi aquecido a 175/180 °C e durante cerca de 30 a 40 min.
Actualmente, a farmácia onde trabalho funciona com 2 turnos. A ideia é salvaguardar o funcionamento da farmácia no caso de algum dos elementos ser contagiado pelo coronavírus. Também tem a grande vantagem de permitir que tenhamos mais algumas horas de descanso. E que falta que faz o descanso. Acontece que eu estou fartinha das pessoas que entram na farmácia. Mas mesmo farta.
Com tanta informação, é impressionante como as pessoas continuam a não se saber comportar perante a situação que vivemos. Senão vejamos:
Continuam a tossir para as mãos
Não respeitam as distâncias, apesar das marcações no chão
Apesar de os expositores estarem "bloqueados" com fitas vermelhas e brancas, continuam a mexer nos produtos expostos
Encostam-se aos balcões obrigando-me a gastar álcool e mais álcool para higienizar a superfície
Pousam telemóveis e carteiras nos balcões o que me leva a gastar mais álcool
Os idosos vão quase todos os dias à farmácia para comprar 1 qualquer caixinha quando deveriam ir só uma vez por semana (ou pedir a alguém) e comprar tudo de uma vez
Querem por querem comprar máscaras - especialmente depois da conferência de imprensa de ontem - mas depois não as sabem usar e passam o tempo a mexer na dita
Não há paciência que aguente.
Há dias em que é muito difícil acreditar que "vai ficar tudo bem".
Mas depois descansa-se, lê-se, cozinha-se, faz-se bolos, ouve-se música e acumula-se energia - e paciência - para voltar ao trabalho.
Foi com este vídeo, curto, que a orquestra do Scala de Milão expressou os votos de Boa Páscoa. Aproveitaram também para convidar todos os músicos, profissionais ou amadores, para um Flashmob musical de homenagem a todos os profissionais que continuam a trabalhar seja no combate directo à Covid-19 ou noutras actividades que contribuem para que haja ainda alguma normalidade na vida de todos nós. O vídeo curto mas a música é tão bonita que não quis deixar de a partilhar.
Para nos mostrar que o mundo não parou, apenas caminha a uma velocidade diferente, a natureza segue o seu curso normal. No ano passado comprámos um marmeleiro. Nunca tinha reparado como são bonitas, as flores desta árvore. Esta é a foto da semana
Santa e Feliz Páscoa para todos quantos me lêem. Que o recolhimento nos possa ensinar a verdadeira mensagem da Páscoa para além dos almoços de família, das amêndoas ou dos folares.