Não sei se isto está a acontecer só na cidade onde trabalho ou se é um problema geral. A assistência médica à população está cada vez pior. As histórias que eu ouço dos meus utentes na farmácia são assustadoras. A unidade de saúde familiar da cidade onde trabalho presta um péssimo serviço. Recusam fazer pensos, recusam vacinas a crianças, prometem consultas pelo telefone que depois não se realizam e até já ouvi falar de consultas feitas à porta da unidade. Com certeza que a situação da pandemia é grave e tem que ser controlada mas já não se compreende que os serviços de saúde continuem a não cumprir a sua função. Não há justificação para que se deixe descontrolar as outras patologias. Quantas pessoas já terão morrido ou terão visto a sua situação clínica piorar muito nos últimos 4 meses? Todos anseiam voltar à normalidade possível. E quem trabalha nos serviços de saúde, porque é que não encontra um novo normal para que a vida continue?
David Fonseca reuniu, num único álbum, “Lost and Found – B Sides and Rarities” alguns dos temas que, ao longo sua carreira, têm figurado em edições não oficiais (na sua maioria, exclusivas aos membros do seu clube de fãs, o Amazing Cats Club), ou em edições limitadas e raras. Ou seja, são preciosidades conhecidas por poucos.
Hoje trago uma música de 2011. Ouvi-a na cena final de uma série, nem sei bem qual, dessas que pululam pelos inúmeros canais. Achei muito bonita e tocante. Espero que apreciem.
As últimas 2 semanas têm sido muito cansativas e parcas em fotos por isso, no passado domingo, não foi publicada a "foto da semana". Para compensar, hoje a foto da semana chega em dose dupla.
O nosso girassol fotografado no domingo passado
Um dos desenhos que se vêem no passadiço da Costa de Caparica.
Já há bastante tempo que não ia à Costa de Caparica, talvez a última vez tenha sido antes do estado de emergência. Apareceram por lá alguns desenhos e também marcações no chão que pretendem ajudar a manter o distanciamento entre as pessoas que escolhem aquele espaço para passear. Fui até lá na 6ª feira à noite e, como estava muito calor, havia muita gente a caminhar ali.
Há pouco fui beber um café a uma esplanada. Parece uma actividade sem grande história, não é verdade? Acontece que deve ter sido a segunda vez que tomei café fora de casa desde meados de Março (quando começou o estado de emergência). Cumpri todas as recomendações das autoridades de saúde mas mesmo assim, em vez de ter prazer em estar ali, fiquei em stress. Numa mesa próxima vi cerca de 7 pessoas a tomar o pequeno-almoço numa mesa com capacidade para 4 pessoas, numa situação normal. Não me pareceu que fizessem parte do mesmo agregado familiar. Afastei-me o mais possível de tal grupo.
Levei comigo uma revista e escolhi para ler um artigo sobre as sequelas, para a saúde futura, da covid-19. Isso também não ajudou à descontracção. Obviamente, que fiquei lá o mínimo tempo indispensável para beber o café.
O bairro onde cresci desenvolveu-se em redor do posto de abastecimento de combustível que é o estabelecimento mais antigo daquela zona. Há uns anos, este posto sofreu uma grande remodelação para se transformar numa loja muito conhecida desta área dos combustíveis, sabem qual é? O nome começa por "T" e acaba em "angerina".
Ontem, enquanto pagava, recuei cerca de 40 anos até aos anos 70/80 e encontrei a criança que fui naquele mesmo lugar. Na minha memória surgiram as mesas de fórmica, o balcão frigorífico onde se perfilhavam garrafas de sumol e leite ucal, a vitrine dos bolos, o colorido dos rebuçados avulso e dos chupa-chupas.
Era ali, no café da bomba, que o meu pai me comprava rebuçados "bola de neve" e a minha avó me comprava aqueles pequeninos pacotes com 4/5 bolachas maria no dia em que regressava a casa depois de nos fazer uma visita.
Nunca a menina que fui imaginaria que, um dia, iria estar ali a abastecer o carro, pagando com cartão multibanco* e utilizando uma aplicação no smartphone** para obter desconto.
Às vezes ainda me sinto aquela menina tímida e desajeitada e nem acredito que já passaram tantos anos. Algumas destas memórias ainda estão tão nítidas na minha cabeça. Só que o mundo evoluiu tanto desde a minha infância.
*O cartão multibanco foi introduzida em Portugal em 1985 mas os terminais de pagamento automático só existem desde 1987.
**Os telemóveis começaram a ser comercializados em 1983 e os primeiros smartphones apareceram no mercado em 2007.
Já estamos na 2a metade do ano e lembrei-me de ir à procura de alguma lista de desejos que pudesse ter feito no início do ano. E encontrei esta imagem
Tenho a dizer que o ano de 2020 está a ser muito diferente daquilo que eu imaginei quando escrevi esta lista. Não só por causa da maldita pandemia mas pelas rasteiras que a vida nos pregou nos últimos dias.
"El mismo aire" é uma música do colombiano Camilo. Pablo Alborán publicou, na sua conta de Instagram, um vídeo caseiro com a sua versão desta música. A partir daí começaram a conversar e acabaram por gravar esta versão.