Daqui a poucas horas termina o ano mais estranho das nossas vidas. Tantas palavras se escreveram sobre os acontecimentos tristes que se passaram ao longo destes meses mas será que o ano de 2020 não teve também bons momentos?! Se cada um de nós procurar, dentro de si, aquilo que aprendeu e construiu ao longo de 2020 poderá chegar à conclusão de que o ano foi melhor do que se pode pensar à primeira vista. Sendo assim passo a elencar aquilo que, para mim, 2020 teve de melhor: Os meses de Janeiro e Fevereiro . Apesar de já se falar do novo coronavírus ainda se acreditava que não chegava à Europa. Só na última semana de Fevereiro é que os europeus perceberam que não estavam a salvo. Mas nesses meses era possível visitar familiares e amigos, ir a todo o lado livremente e fazer tudo o que nos apetecesse sem pensarmos em mais nada. Na altura do Carnaval estive no Alentejo, em casa do meu tio, a ganhar uns quilitos com a maravilhosa comida feita pela minha tia.
Também em Fevereiro, no dia 1, nascia a neta da minha directora-técnica. Durante o ano de 2020 também soubemos que uma das minhas colegas vai ser avó no início de 2021. Trabalho com esta colega, assim como com a minha directora técnica, há mais de 20 anos. Sinto-as como se fossem da minha família por isso é como se eu fosse tia destes bebés. A chegada da F. e a iminente chegada do B. enchem o meu coração de alegria. As crianças enternecem o nosso coração e representam. esperança no futuro.
Com os primeiros estados de emergência, trabalhei a meio tempo. Foi assim que tive oportunidade de descobrir uma nova paixão, as plantas. E só não enchi a casa de plantas porque não conseguirei dar-lhes a atenção que merecem.
Com o entusiasmo, acabei por dar mais atenção às plantas que já existiam na casa da aldeia e às quais não ligava muito. É uma alegria quando vejo as plantas a desenvolverem-se, a crescerem, a terem folhas novas. A vida tal como a conhecíamos pode parar mas a natureza não pára.
Consegui ler mais do que era habitual. No meu Goodreads propus-me ler 12 livros, um por cada mês mas consegui ultrapassar essa fasquia e li cerca 16 livros (sem contar com alguns ebooks) incluindo o clássico "Os Irmãos Karamázov" de Fiodor Dostoiévski. O facto de estarmos mais em casa também contribuiu para aumentar o meu nível de leitura. As idas aos restaurantes reduziram drasticamente tal como os passeios e as viagens que fazia antes. Não fiz nenhuma viagem ao estrangeiro mas viajei muito através da literatura. Fui à Rússia, à Itália - Sicília e Nápoles, principalmente - fui aos Estados Unidos, fui a Barcelona e ao Chile. Descobri autores que nunca tinha lido como Lídia Jorge e Dulce Maria Cardoso. Continuo a ter imensos livros para ler mas ainda não sei quantos livros me vou propôr a ler em 2021.
Este foi o último livro que li em 2020
Uma vez que a maioria das grandes deslocações foram limitadas, fiz muitas caminhadas a pé à volta da aldeia onde costumo passar os fins-de-semana. E é sempre possível descobrir novos recantos e pormenores nos quais nunca tínhamos reparado. A pandemia fez-me mais atenta.
Parece um postal, não é? Mas existe mesmo
Felizmente tive oportunidade de conhecer uma região portuguesa que não conhecia graças a uma curiosa coincidência. A empresa onde trabalho adquiriu uma encantadora casinha em 2019 e foi-nos dada a oportunidade de a utilizarmos para férias. E não é que veio mesmo a calhar? Fica na zona de Castro Marim, numa aldeia perdida no meio da serra. Passei lá alguns dias no Verão e foi lá que estive nos últimos dias. Permitiu-me conhecer algumas praias desta zona do Algarve bem como algumas vilas e cidades como Alcoutim, Castro Marim ou Tavira. Nestes últimos dias também fiz várias caminhadas explorando a área circundante à aldeia.
Em suma, mesmo quando tudo parece desmoronar, ainda assim é possível ser feliz.
Este ano tem-me permitido (re)descobrir os encantos de Portugal. Já tenho ido várias vezes às salinas de Rio Maior mas é sempre encantador. Nesta época do ano, as típicas construções de madeira "vestem-se" a rigor. No Natal também é possível ver os curiosos presépios de sal.
Foi neste local mágico que captei a foto com mais 💓 desta semana
O Natal será sempre a festa da família. Sejamos mais ou menos religiosos, sempre arranjamos maneira de assinalar esta data. A minha família é pequena mas, mesmo assim, fazemos a festa.
Este ano, à volta das mesas, reuniram-se menos pessoas por causa da pandemia. Muitas famílias partilharam a consoada através do Zoom ou de outras aplicações. Aqui em casa até recebemos uma videochamada de Brasília. As novas tecnologias tanto podem servir para afastaram as pessoas mas também podem ser um instrumento para reduzir as distâncias.
Que este Natal, mesmo que diferente, possa continuar a ser uma época de partilha e amor.
Feliz Natal a todos vocês que me fazem companhia virtual neste humilde espaço.
Hoje à tarde tive que ir a um supermercado. Como estou sempre a trabalhar nesta altura, não sou eu que faço as compras nestes dias. Fiquei abismada.
Porque é que o Natal estimula tanto o consumismo?
Será mesmo preciso comprar tanto?
O espírito do Natal é ter a mesa tão cheia que nem somos capazes de comer tudo?
Parece um contrassenso. Afinal o Natal pretende celebrar o nascimento de uma criança especial (divina para os crentes) de forma humilde.
Mercado de Natal de Bolzano, Itália
Dezembro de 2016
Não seria mais lógico assinalar o Natal com mais humilde?
Neste ano de 2020, em que nos vimos confrontados com o poder arrasador de um ser microscópico, não deveríamos dar mais valor aos momentos e menos valor às coisas?
.Como trabalho com o público, e vejo muitas pessoas ao longo do dia, surge-me sempre uma dúvida nesta época.
Quando fecho o atendimento, nunca sei como me devo despedir dos utentes. Tenho várias fórmulas:
Um Santo Natal
Feliz Natal
Boas Festas
A primeira hipótese reservo para os utentes que passam por algum problema. Se estiverem doentes ou se algum familiar esteja doente ou mesmo quando perderam algum familiar recentemente.
A segunda hipótese é a que utilizo com mais frequência e a terceira hipótese utilizo para as pessoas que não conheço tão bem. "Boas Festas" têm a vantagem de abranger o Natal e o Ano Novo.
Mas fico sempre na dúvida. E se as pessoas forem de outra religião e se sentirem ofendidas?
Como é Natal, esta 2a feira vou partilhar 2 vídeos natalícios muito especiais.
O primeiro é do jovem Noble com a participação de Zé Manel, Syro, Meestre e Gabriela Couto. A música é muito doce, ao estilo dos mais conhecidos temas de Natal. As receitas obtidas destinam-se ao apoio da Fundação Ronald Mcdonald. Esta Fundação tem como propósito ajudar as famílias que têm crianças em tratamento ou internadas em serviços hospitalares.
E, de seguida, o vídeo de Natal mais louco de sempre. David Fonseca, sempre surpreendente
Não se deixem enganar pelo título. Hoje não vou apresentar nenhuma música. Até porque hoje é domingo e, por aqui, música é só à 2a feira .
Gostaria que reflectissem comigo sobre o seguinte?
Porque é que as músicas de Natal soam melhor em inglês? Pensem em quantas músicas de Natal em português.
Pouco mais que 1, não é?
E em inglês? Pois, têm razão. Imensas. Fazem parte do nosso imaginário comum. Será, mais uma vez, a hegemonia da cultura anglo-saxónica que absorve todas as outras culturas?
O ano está quase a acabar. Este ano foi um desafio maior arranjar motivos para fotografar. Não tive a benesse de viajar para fora do país e, mesmo dentro de Portugal, os passeios foram muito limitados. Assim foi preciso estar atenta ao dia-a-dia, aos pequenos pormenores do espaço que me rodeia para captar a essência dos meus dias.
Até ao fim do ano tenho a "muleta" do desafio #sorrisosdenatal da Maria e assim, todos os dias, há um tema para me ajudar.
Esta semana a imagem com mais foi esta
O tema era "Doce". É uma das sobremesas preferidas no Natal mas também no resto do ano . Não reparem na minha falta de competência artística .
Provavelmente, vou causar muitas desilusões com o que vou escrever hoje.
O Menino Jesus, provavelmente, não nasceu a 25 de Dezembro. Pronto, já disse.
Bérgamo, 31 de Dezembro de 2017
Primeiro que tudo, na Bíblia, livro sagrado dos cristãos, não é mencionado quando é que Jesus Cristo nasceu embora se descreva as circunstâncias do seu nascimento. Não há nenhuma fonte documental que afirme o momento exacto em que esse acontecimento se deu.
Há quem afirme que seria impossível haver um censo, que obrigasse a deslocações, nesta altura do ano devido às condições atmosféricas, típicas do Inverno, na região da Galileia*.
Nos primeiros anos do Cristianismo, não se assinalava esta data mas o assunto era motivo de discussão. Aliás, as grandes cabeças pensantes da época consideravam a celebração dos aniversários como fenómenos pagãos. Aliás, em relação a Jesus Cristo, a morte e a ressurreição são muito mais importantes do que o nascimento.
Mesmo assim, a partir do séc. III/séc IV, começou-se a assinalar o nascimento de Jesus Cristo a 25 de Dezembro. Acredita-se que esta festa cristã se deveu à reacção da Igreja contra várias festividades pagãs que convergiam no final do mês de Dezembro. Falo da festa que ocorria por ocasião do Solstício de Inverno em honra do Deus Saturno bem como da festa ao Sol Invencível. Os cristãos deram um novo significado às comemorações que já existiam.
Muitas das tradições associadas ao Natal, ao longo dos séculos, nasceram dessas festividades pagãs.
P. S. - O que aqui escrevi parte do pressuposto de que Jesus Cristo existiu mesmo. Se acreditamos ou não, é tudo uma questão de fé. Pode ser tudo mentira ou não. Fica ao critério de cada um.
Actualmente, há um hábito natalício que não existia na minha infância ou adolescência. Refiro às decorações luminosas nas varandas, janelas ou jardins das casas particulares. Bem vistas as coisas, a iluminação de Natal das ruas também não era um hábito tão enraízado como é hoje.
Porque será que as pessoas começaram a usar luzinhas no exterior em vez de só as usarem na Árvore de Natal? Será que se deve ao imaginário cinéfilo? Afinal, crescemos com os filmes de Natal de Hollywood. Quem é que não adora aquelas casas super iluminadas no Natal dos filmes?!
Ou será que a proliferação de lojas onde se podem comprar vários tipos de decorações luminosas a baixo preço contribuíu para a difusão desta prática?
Este ano também coloquei luzes numa das janelas da casa da aldeia. Assim também posso entrar na competição das casas enfeitadas para o Natal.