A primeira semana do ano já passou. Como já vem sendo hábito desde há uns meses, foi tão intensa que até parece que o ano já começou há mais tempo.
A "foto da semana" está de volta com esta imagem
Na 2a feira passada tive oportunidade de ir passear a Caldas da Rainha. O tradicional passeio de Ano Novo não pôde ser realizado no dia 1 devido às limitações de circulação, e como tive folga na 2a feira, aproveitou-se o dia. Este presépio estava numa das principais praças da cidade, junto à igreja. Nunca me canso de passear por lá.
Nunca tinha acompanhado o programa de talento vocal da RTP1, The Voice Portugal. Por vezes via alguns momentos durante a hora de almoço porque tenho colegas que costumavam assistir.
No passado domingo terminou a última edição e eu vi quase todos os programas. O vencedor, Luís Trigacheiro, chamou-me logo a atenção na Prova Cega quando cantou, com emoção, a música "As Mondadeiras". Ao longo das semanas, foi sempre um dos meus favoritos embora reconheça que ficaram pelo caminho excelentes vozes. Como é óbvio, fiquei muito contente pelo jovem alentejano ter vencido.
Luís Trigacheiro e Marisa Liz, a sua mentora
Logicamente, não se pode agradar a toda a gente e o sistema de escolher o vencedor por votação telefónica pode ser injusto. É possível que ganhe o concorrente mais popular, ou que consiga mobilizar mais pessoas, e que a melhor voz seja derrotada.
É compreensível que os fãs dos outros concorrentes reajam mal à derrota do seu ídolo. Vi comentários muito desagradáveis nas redes sociais. Mas o que me incomodou mais foi ter lido que Luís Trigacheiro é simpatizante do partido "Chega" e que era inadmissível que um fascista ganhasse a competição.
Não faço ideia de quais são as opiniões políticas deste rapaz mas também não tenho a certeza que isso importe. Não acompanho essa suposta simpatia por tal partido, antes pelo contrário, mas isso em nada influencia o meu gosto musical.
Aqui há tempos também houve um grande alarido porque Samuel Úria ter sido um dos signatários de uma carta aberta da Direita Portuguesa contra o mesmo partido. Nessa altura deu-se mais importância ao facto do músico ser de Direita do que ao conteúdo da carta.
Será que temos que elaborar as nossas preferências culturais consoante a postura política dos agentes culturais? Se um músico, um escritor ou um actor for de direita ou de esquerda, isso determina se tem mais ou menos talento? E isso influencia o nosso gosto pessoal?
A foto desta semana foi publicada ainda em 2020 mas até foi captada em 2019. É uma imagem que atravessou 3 anos completamente diferentes. Foi a imagem que escolhi para ilustrar o tema "Sorriso" do desafio #sorrisosdenatal da Maria.
Encontrei estes simpáticos seres sorridentes num jardim em Montreaux, nas margens do Lago Gèneve na Suíça, em Dezembro de 2019. Foi a última viagem que fiz, fora do país, antes de sermos atropelados pelo aquilo que se sabe.
Não consigo deixar de pensar que não aproveitei as viagens com a intensidade que deveria porque já as considerava um dado adquirido. Se calhar, até se estavam a tornar corriqueiras. Se eu soubesse que teria que as deixar de fazer, talvez as tivesse vivido doutra maneira. Ficará sempre o "se..."
Não costumo fazer planos para cumprir no novo ano mas há uma promessa que eu faço muitas vezes: "Este ano vou escrever mais no blogue". Raramente cumpro. Aliás, em 2020, até escrevi menos que em 2019 (cortesia das estatísticas dos Blogs do Sapo). E se há ensinamento que se adquiriu nos últimos 12 meses é que não adianta fazer planos. Nunca se sabe que rasteiras a vida nos pode pregar.
Assim, em 2021 só vou fazer uma promessa, viver o momento presente. Só isso importa.
Para os "vizinhos" aqui deste charco do , que 2021 vos traga tudo aquilo que desejam.