A madrugada trouxe a notícia da demissão da Ministra da Saúde, Marta Temido, por considerar que tinha deixado de ter condições para exercer o cargo.
Ontem soube-se que do falecimento de uma grávida de 31 semanas por paragem cardiorrespiratória enquanto era transferida entre o Hospital de Santa Maria e o Hospital de São Francisco. A grávida estava em pré-eclampsia* grave, uma situação em que a mãe corre risco de vida, por isso era necessário fazer o parto e o bebé teria que ir para uma incubadora a qual não estava disponível no primeiro hospital. Depois da poeira das primeiras notícias assentar, percebeu-se que a situação clínica da grávida foi estabilizada antes de se começar o transporte e que foi seguido todo o protocolo para estes casos.
Desde o início do Verão que há notícias de urgências obstétricas, e não só, encerradas por as equipas não estarem completas. Houve situações em que grávidas foram transportados para hospitais a muitos kms de distância da área de residência. Também houve o falecimento de um bebé no Hospital das Caldas da Rainha por alegada falta de médicos para executar o parto. Imagino a ansiedade que estas notícias terão provocado nas grávidas e nas suas famílias.
O SNS tem problemas há muito tempo e a responsabilidade não será só destes últimos governos. O desinvestimento no SNS já é antigo mas, a verdade, é que os governos PS não cumpriram as promessas feitas nesta área, nomeadamente ao nível dos médicos de família.
Estranhamente o caso que despoletou a demissão foi uma fatalidade que nada teve a ver com o caos que se sente na saúde. Até acho que Marta Temido até era uma boa ministra tendo feito uma correcta gestão no início da pandemia. Imagino que terá sido difícil, ninguém estava preparado para aquela situação. Provavelmente, a ministra não deveria ter sido reconduzida neste actual governo uma vez que o relacionamento da ministra com as classes profissionais já estava muito deteriorado.
Não sei qual será a solução para o SNS. Das minhas aulas de Saúde Pública, sei que a Saúde Materno-Infantil é um dos principais parâmetros de avaliação de sucesso da Saúde Pública. Temo que Portugal não esteja muito bem a este nível, ultimamente.
Ao que parece ainda vai demorar até termos um novo/a responsável pela pasta da Saúde devido à agenda do Primeiro-Ministro. Desculpa inadmissível, não vos parece?! Não seria caso de reorganizar a agenda?! Tenho para mim que António Costa não sabe o que fazer, quem convidar ou como convencer alguém, no seu perfeito juízo, a pegar nesta pasta escaldante.
*Pré-Eclampsia é uma situação clínica que ocorre na gravidez e que parece ocorrer devido a problemas no desenvolvimento e fixação dos vasos sanguíneos da placenta, levando a espasmos desses vasos, alterações na capacidade de coagulação do sangue e diminuição da circulação sanguínea. Os principais sintomas são a pressão arterial elevada, retenção de líquidos e proteinúria. Neste caso, a grávida também apresentava dificuldades respiratórias. Uma vez que esta situação constituí risco de vida para a grávida portanto é critério para antecipar o parto. Pelo que li, esta grávida é estrangeira e vivia há pouco tempo em Portugal não havendo registos de acompanhamento da gravidez. A pressão arterial elevada na gravidez pode ser controlada quando é detectada.
A foto com mais da semana que passou foi captada no passado domingo. Nesse dia fomos almoçar à praia de Matalacañas na Costa de la Luz.
Esta praia situa-se na região de Huelva, a sul de Sevilha e está rodeada pelo Parque Nacional de Doñana. A água tem uma temperatura muito agradável. Já é o 3° ano que vamos lá no aniversário do A..
Confesso que só este ano me apercebi de que se assinalava a Igualdade Feminina no dia 26 de Agosto.
E o que significa esta efeméride:
"O dia foi criado para celebrar a igualdade de géneros, além de promover reflexões sobre as relações de poder na sociedade, em que os homens são privilegiados. Dessa forma, tem como intuito de agir no combate à desigualdade, para se obter a plena equivalência entre homens e mulheres.
Graças ao movimento feminista, as mulheres alcançaram muitas vitórias ao longo das últimas décadas. São exemplos, o direito ao voto, a entrada no mercado de trabalho, no ensino, e na vida política.
Entretanto, ainda existem muitas situações a melhorar, como a paridade salarial e o fim da violência perpetrada contra a mulher. Violência tal que, muitas vezes, leva ao que chamamos de feminicídio (assassinato de mulheres por sua condição feminina)." Fonte utilizada
Felizmente já muito tem sido feito pela igualdade feminina, pelo menos no Ocidente, mas ainda há muito para fazer. Por exemplo, as mulheres presentes na vida política são muito mais escrutinadas do que os homens na mesma posição. As atitudes e acções de homens e mulheres não são avaliados da forma diferente como se viu pelos acontecimentos recentes com a Primeira-Ministra Finlandesa, Sanna Marin. Ou quando as mulheres governantes são entrevistadas lhes ser, invariavelmente, perguntado como conseguem conciliar a vida pública com a vida familiar. Nunca vi nenhuma entrevista em que perguntasse isso a um homem. Mas não é só isso, a igualdade salarial ainda está longe de ser alcançado, as mulheres continuam a ser as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos e a serem as principais vítimas de violência doméstica.
É com muita pena que afirmo que este tipo de efemérides terão que ser assinaladas durante muito tempo.
Cada uma de nós tem que ir fazendo o seu papel na construção de um amanhã mais igualitário.
Tal como é habitual nesta altura do ano, estou de férias. No tempo pré- pandemia, férias significava viagens para outras paragens. Não entro num avião desde Dezembro de 2019. Confesso que tenho saudades mas é importante encontrar outras formas de ser feliz. Felizmente, tenho tido oportunidade de utilizar uma pequena e encantadora casinha no Algarve, na zona de Castro Marim, nas férias. Ou seja, nos últimos tempos, este período tem sido uma oportunidade para namorar, ler, fazer caminhadas, aproveitar a pequena piscina e, sobretudo, descansar. E tudo isto sabe muito bem.
A água costuma ser um dos elementos presentes na paisagem daquela zona. O mar fica a cerca de 30 km da casa mas há o Rio Guadiana, ribeiras, pequenas praias fluviais, e a Barragem de Odeleite, uma das que abastece o sotavento algarvio de água potável. Este ano foi muito preocupante ver como estes cursos e reservatórios de água estavam, na sua maioria, com muito pouca água. É impossível não temer pelo futuro.
Embora tenhamos passado grande parte do tempo na aldeia onde estávamos alojados, fomos tomar café à beira do Rio Guadiana e fomos também passear a Monte Gordo que estava repleto de pessoas. Não é o meu lugar preferido mas descobri uma simpática geladaria gerida por italianos, Mi Ami Gelato Italiano Artigianale.
No dia de aniversário do A. fomos a Espanha, à praia de Matalacañas, no Parque Nacional de Doñana. Quando chegámos dava para estar à vontade mas, a partir de certa altura, quase não há espaço para nos mexermos. No entanto, a água é quentinha e é giro observar os hábitos balneares dos espanhóis. Já lá tinhamos ido mais vezes mas só este ano é que reparei que, na praia, em vez de se venderem bolas-de-berlim, como deste lado da fronteira, vendem-se camarões e cerveja . De tal maneira que até comemos camarões como entrada ao almoço.
Estes dias foram muito bem passados mas já terminaram. Agora vamos aproveitar uns dias na casa da aldeia da família do A.. A horta precisa de atenção e tenho que dar uns retoques na pintura porque, há uns meses, houve um pequeno incidente durante umas obras na casa dos vizinhos durante o qual se danificou uma das barras que pintámos no ano passado.
A natureza é, sempre, surpreendente. No ano passado, a minha mãe deu-me uma plantinha para a varanda que dava umas flores azuis pequeninas. Na terra que vinha no vaso deviam existir outras sementes que, este ano, deram origem a uma planta com flores muito giras.
Se o site que eu consultei estiver certo, trata-se de uma Catharanthus roseus, também conhecida por vinca-de-madagáscar, vinca-de-gato, boa-noite, beijo-da-mulata e maria-sem-vergonha. Eu só sei que é bem bonita.