Bluff político
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O país político anda agitado desde domingo. Os resultados reais foram tão confusos e divididos como já tinham sido as sondagens. O PàF (PSD/CDS) ficou à frente com mais votos e mais deputados mas por pouco. A esquerda mais radical, Bloco de Esquerda e CDU, está entusiasmada porque a esquerda está mais representada no Parlamento do que estava antes. O PS, aparentemente, é o grande derrotado. No entanto, em política nem tudo o que parece é. O PR apressou-se a reunir com Passos Coelho para o convidar a formar um governo estável. Já o PS, o tal derrotado, vai piscando o olho à direita e à esquerda e, apesar de tudo, será determinante para o equilíbrio de forças políticas dos próximos meses. António Costa anda atarefadissimo; primeiro reuniu com o partido, hoje encontrou-se com a CDU, amanhã é a vez do Bloco de Esquerda (já vai atrasado porque a Catarina Martins tinha-o desafiado para dia 5) e termina a semana com o derradeiro encontro com os partidos do PàF. Qual será a ideia dele? Ser Primeiro-Ministro coligado com os partidos de esquerda? Ou viabilizar um governo minoritário? Na minha opinião, os encontros com a esquerda são bluff como se o futuro do país fosse um jogo de Póker. O que ele pretende é impor um acordo com cedências da parte de PSD e CDS para ficar bem visto. Assim que for possível, faz cair o governo e provoca eleições antecipadas que ele acredita que lhe vão ser favoráveis. É tão boa teoria como a possibilidade de António Costa ser o Primeiro-Ministro de um super-governo de esquerda.