Eu compreendo que o piso da EN 10 entre Porto Alto e Vila Franca de Xira está muito melhor desde as obras de requalificação. As bermas deixaram de ser as armadilhas que eram antes mas não deixaram de ser bermas. Não são ciclovias. As bermas podem servir, por exemplo, para nos desviarmos para deixar passar uma ambulância ou para nos desviarmos dos doidos que ultrapassam como se estivessem numa corrida de Fórmula 1. Não é para fazer ciclismo em grupo numa das vias mais movimentadas e fatídicas da região. Um dia ainda acontece um acidente grave. Depois não digam que eu não avisei. Sempre às ordens.
O Verão, ao que parece, está a chegar. Com ele vêm os dias longos e quentes, as noites amenas, os raios de sol, as sandálias e as roupas leves. Eu, por mim, já tinha saudades das minhas roupas de Verão. Infelizmente, com o Verão chega também um flagelo. Não, não falo das melgas nem dos mosquitos, embora esses também incomodem e muito. Falo das pessoas que acham que queremos ver a sua lingerie. Como senão bastassem as pessoas quevnão conseguem distinguir leggins de collants, nesta altura aparecem aquelas que não sabem usar soutien e roupa de Verão sem nos mostrarem o dito acessório.
Situações são de evitar:
Não consigo compreender como as pessoas podem sair assim de casa. Será que não conhecem outro tipo de soutien? Há óptimos soutiens sem alças ou com alças que se podem cruzar para evitar estas figuras. E existem de vários preços, nem precisam de ser muito caros. Roupa interior significa isso mesmo, é para ficar no interior, não é para andar do lado de fora da roupa. Poupem-me, não me enfiem a vossa lingerie pelos olhos dentro.
A moda já não se restringe só à roupa, aos sapatos ou aos acessórios. Cada vez mais se estende a outras áreas como as bebidas, de que falarei noutra ocasião, e a comida. O interesse pela gastronomia é crescente como se pode ver pelos constantes programas e concursos de culinária como o Masterchef, por exemplo, de que eu sou fã, especialmente do australiano. Os chefes de cozinha tornaram-se verdadeiras estrelas no firmamento da nossa sociedade. Este interesse tem levado a que se redescubra sabores da nossa gastronomia que andavam esquecidos como sejam as conservas. A indústria conserveira foi muito importante para a nossa economia no passado principalmente na zona de Setúbal e no Algarve. Actualmente, já não existem tantas fábricas mas continuam a ter grande importância na nossa balança comercial até porque exportam 65 a 90% da sua produção. No estrangeiro, há muito que as nossas conservas, principlamente as de sardinha, são consideradas produto gourmet. Aqui, tenho a impressão, que o consumo de conservas foi sendo abandonado, à excepção do atum. Parece-me que, durante algum tempo, foram conotadas como "comida pobre" ou de "desenrascanço" quando não havia tempo, ou vontade, de cozinhar. No entanto, agora também já se vai considerando como comida gourmet muito graças ao aparecimento de restaurantes para isso vocacionados como este. Agora há pouco estive num supermercado que tinha uma secção de conservas verdadeiramente impressionante que ia muito para além das sardinhas, do atum ou da cavala. Encontrei conservas de peixes tão improváveis como a dourada, bacalhau, corvina ou a lampreia e a preços nada acessíveis (uma lata de dourada passava de 6 €). Conservas já não são só comida de pobre.
Agora virou moda consumir peixe em conserva e ainda bem. Há que apreciar aquilo que temos de melhor. Assim continue a haver matéria-prima para as indústrias continuarem a produzir estas delícias.