Actualmente, a tradição de enviar postais de Natal pelo correio já caiu em desuso. Foi substituída, progressivamente, pelas sms ou pelos votos expressos a todos os seguidores nas redes sociais. Em miúda era um ritual que eu cumpria todos os Natais, escrever postais para os familiares dos quais tinha endereço. E adorava abrir a caixa do correio e encontrar lá os sobrescritos natalícios. Infelizmente já ninguém envia postais a ninguém .
Agora, cada vez que encontro, na internet, uma iniciativa que implique escrever uma carta ou um postal não resisto em participar. Durante muito tempo fui membro do Postcrossing que implicava enviar postais ao longo do ano e quando chegava o mês de Dezembro optava por enviar postais de Natal. Neste momento a minha conta do Postcrossing está inactiva porque o tempo não chega para tudo.
Também participei muitas vezes na iniciativa Polar Postcrossing Quadripolar organizada pela Quadripolaridades, uma blogger que acompanho há muito tempo. Já há algum tempo que ela não o fazia mas, neste ano tão estranho, ela voltou a lançar este desafio. Consiste em enviarmos, e recebermos, um postal de Natal para alguém que não conhecemos de modo a recuperarmos a alegria de encontrar mais do que contas para pagar na caixa do correio.
Às vezes penso que o meu cérebro apagou tudo o que aconteceu antes do acontecimento dramático que marcou toda a minha existência. Só que depois encontro um objecto, um aroma ou uma palavra, como aconteceu na semana passada com o desafio #passa-palavra da Mula e da Mel, que reabre a minha memória. A minha infância está envolta numa névoa mas, de vez em quando, lá aparece um raio de sol que ilumina os acontecimentos passados e os traz para a frente dos meus olhos. Obrigada, Mula e Mel, por me terem ajudado a recordar.
A Ana de Deus lançou mais um desafio no dia 12. Desta feita o desafio era descrever o melhor de 2020. Não foi fácil, como é bom de imaginar, mas cá vai:
Neste estranho ano é difícil encontrar momentos positivos. Mas eu sempre acreditei que é possível ser feliz em tempos adversos. Neste ambiente em que o cheiro da morte paira sobre a humanidade, foi a promessa de vida que tornou os meus dias mais alegres.
Em primeiro lugar aponto para a notícia da chegada do neto de uma das minhas colegas.. Uma vida que começa transmite-nos sempre a esperança no futuro. Depois destaco a minha recém-adquirida paixão pelas plantas. É uma emoção ver como as plantas crescem, se renovam. O amor que lhes dedicou é retribuído na forma de novas folhinhas.
A Ana de Deus desafiou-me a descrever o meu rosto em, apenas, 100 palavras. Quando era adolescente tinha imensos problemas com o meu aspecto físico. Felizmente com a idade e com a maturidade, aprendi a gostar de ver a imagem que o espelho reflecte. Aqui fica a minha tentativa de me descrever:
Não consigo bem descrever o formato do meu rosto, talvez seja quadrado. Os olhos são enormes, castanhos mas que evoluem para verde por incidência da luz e pelas lentes de contacto. As sobrancelhas são algo desorganizadas. As pestanas são discretas. O nariz é um bocadinho grande contrastando com os lábios finos que escondem um sorriso de dentes irregulares. No Verão aparecem umas pequenas sardas nas maçãs do rosto e o stress faz-me ficar corada com frequência. Quando sorrio, aparece uma única covinha do lado direito. E tenho, entre outras, uma antiga ruga de expressão, vertical, na testa entre as sobrancelhas.
Hoje tive uma grande alegria quando abri o Sapo Blogs . Obrigada por terem destacado a minha descrição. E ainda fiquei mais contente por ter, por companhia, a entrevista com o José da Xã. A equipa do Sapo Blogs fez-me sorrir. Excelente maneira de terminar o dia.