A passada semana trouxe um cenário trágico, embora expectável, em relação ao número de casos positivos de Covid-19 bem como ao número de mortos. Os hospitais estão no limite quer em relação aos doentes Covid quer em relação a outras patologias respiratórias. Ouvimos na Comunicação Social, e nas conversas do dia-a-dia, a atribuição de responsabilidades ao Governo neste agravamento da pandemia em Portugal. Há quem alegue que não se devia ter aliviado as medidas no Natal ou que deviam, mesmo, ter sido agravadas estabelecendo, por exemplo, um número máximo de pessoas, ou de agregados familiares, nas celebrações particulares desta quadra.
É bem verdade que os países que seguiram esse caminho apresentam uma curva descendente no número de casos enquanto por aqui se enfrenta uma terceira onda gigantesca.
Quanto a mim, acho que cada indivíduo tem a sua quota-parte de responsabilidade. Porque é que estamos sempre à espera de um Estado paternalista que nos diga o que podemos, ou não, fazer? Não temos cabeça para pensar? O bom senso está em vias de extinção? Já que não era proibido, vamos juntar a família toda na ceia de Natal como é habitual. Deve ter havido muitas pessoas a pensar isso, com certeza. Ou então a fazer testes que, ao darem negativo, podem ter dado uma falsa sensação de segurança. Há um período, após o contacto com alguém doente, durante o qual ainda não se tem carga viral detectável.
Tudo indica que caminhamos a passos largos para um confinamento geral. Aguardemos pelos próximos desenvolvimentos.
A primeira semana do ano já passou. Como já vem sendo hábito desde há uns meses, foi tão intensa que até parece que o ano já começou há mais tempo.
A "foto da semana" está de volta com esta imagem
Na 2a feira passada tive oportunidade de ir passear a Caldas da Rainha. O tradicional passeio de Ano Novo não pôde ser realizado no dia 1 devido às limitações de circulação, e como tive folga na 2a feira, aproveitou-se o dia. Este presépio estava numa das principais praças da cidade, junto à igreja. Nunca me canso de passear por lá.
Este ano tem-me permitido (re)descobrir os encantos de Portugal. Já tenho ido várias vezes às salinas de Rio Maior mas é sempre encantador. Nesta época do ano, as típicas construções de madeira "vestem-se" a rigor. No Natal também é possível ver os curiosos presépios de sal.
Foi neste local mágico que captei a foto com mais 💓 desta semana
O Natal será sempre a festa da família. Sejamos mais ou menos religiosos, sempre arranjamos maneira de assinalar esta data. A minha família é pequena mas, mesmo assim, fazemos a festa.
Este ano, à volta das mesas, reuniram-se menos pessoas por causa da pandemia. Muitas famílias partilharam a consoada através do Zoom ou de outras aplicações. Aqui em casa até recebemos uma videochamada de Brasília. As novas tecnologias tanto podem servir para afastaram as pessoas mas também podem ser um instrumento para reduzir as distâncias.
Que este Natal, mesmo que diferente, possa continuar a ser uma época de partilha e amor.
Feliz Natal a todos vocês que me fazem companhia virtual neste humilde espaço.
Hoje à tarde tive que ir a um supermercado. Como estou sempre a trabalhar nesta altura, não sou eu que faço as compras nestes dias. Fiquei abismada.
Porque é que o Natal estimula tanto o consumismo?
Será mesmo preciso comprar tanto?
O espírito do Natal é ter a mesa tão cheia que nem somos capazes de comer tudo?
Parece um contrassenso. Afinal o Natal pretende celebrar o nascimento de uma criança especial (divina para os crentes) de forma humilde.
Mercado de Natal de Bolzano, Itália
Dezembro de 2016
Não seria mais lógico assinalar o Natal com mais humilde?
Neste ano de 2020, em que nos vimos confrontados com o poder arrasador de um ser microscópico, não deveríamos dar mais valor aos momentos e menos valor às coisas?
.Como trabalho com o público, e vejo muitas pessoas ao longo do dia, surge-me sempre uma dúvida nesta época.
Quando fecho o atendimento, nunca sei como me devo despedir dos utentes. Tenho várias fórmulas:
Um Santo Natal
Feliz Natal
Boas Festas
A primeira hipótese reservo para os utentes que passam por algum problema. Se estiverem doentes ou se algum familiar esteja doente ou mesmo quando perderam algum familiar recentemente.
A segunda hipótese é a que utilizo com mais frequência e a terceira hipótese utilizo para as pessoas que não conheço tão bem. "Boas Festas" têm a vantagem de abranger o Natal e o Ano Novo.
Mas fico sempre na dúvida. E se as pessoas forem de outra religião e se sentirem ofendidas?
Como é Natal, esta 2a feira vou partilhar 2 vídeos natalícios muito especiais.
O primeiro é do jovem Noble com a participação de Zé Manel, Syro, Meestre e Gabriela Couto. A música é muito doce, ao estilo dos mais conhecidos temas de Natal. As receitas obtidas destinam-se ao apoio da Fundação Ronald Mcdonald. Esta Fundação tem como propósito ajudar as famílias que têm crianças em tratamento ou internadas em serviços hospitalares.
E, de seguida, o vídeo de Natal mais louco de sempre. David Fonseca, sempre surpreendente
Não se deixem enganar pelo título. Hoje não vou apresentar nenhuma música. Até porque hoje é domingo e, por aqui, música é só à 2a feira .
Gostaria que reflectissem comigo sobre o seguinte?
Porque é que as músicas de Natal soam melhor em inglês? Pensem em quantas músicas de Natal em português.
Pouco mais que 1, não é?
E em inglês? Pois, têm razão. Imensas. Fazem parte do nosso imaginário comum. Será, mais uma vez, a hegemonia da cultura anglo-saxónica que absorve todas as outras culturas?
Provavelmente, vou causar muitas desilusões com o que vou escrever hoje.
O Menino Jesus, provavelmente, não nasceu a 25 de Dezembro. Pronto, já disse.
Bérgamo, 31 de Dezembro de 2017
Primeiro que tudo, na Bíblia, livro sagrado dos cristãos, não é mencionado quando é que Jesus Cristo nasceu embora se descreva as circunstâncias do seu nascimento. Não há nenhuma fonte documental que afirme o momento exacto em que esse acontecimento se deu.
Há quem afirme que seria impossível haver um censo, que obrigasse a deslocações, nesta altura do ano devido às condições atmosféricas, típicas do Inverno, na região da Galileia*.
Nos primeiros anos do Cristianismo, não se assinalava esta data mas o assunto era motivo de discussão. Aliás, as grandes cabeças pensantes da época consideravam a celebração dos aniversários como fenómenos pagãos. Aliás, em relação a Jesus Cristo, a morte e a ressurreição são muito mais importantes do que o nascimento.
Mesmo assim, a partir do séc. III/séc IV, começou-se a assinalar o nascimento de Jesus Cristo a 25 de Dezembro. Acredita-se que esta festa cristã se deveu à reacção da Igreja contra várias festividades pagãs que convergiam no final do mês de Dezembro. Falo da festa que ocorria por ocasião do Solstício de Inverno em honra do Deus Saturno bem como da festa ao Sol Invencível. Os cristãos deram um novo significado às comemorações que já existiam.
Muitas das tradições associadas ao Natal, ao longo dos séculos, nasceram dessas festividades pagãs.
P. S. - O que aqui escrevi parte do pressuposto de que Jesus Cristo existiu mesmo. Se acreditamos ou não, é tudo uma questão de fé. Pode ser tudo mentira ou não. Fica ao critério de cada um.
Actualmente, há um hábito natalício que não existia na minha infância ou adolescência. Refiro às decorações luminosas nas varandas, janelas ou jardins das casas particulares. Bem vistas as coisas, a iluminação de Natal das ruas também não era um hábito tão enraízado como é hoje.
Porque será que as pessoas começaram a usar luzinhas no exterior em vez de só as usarem na Árvore de Natal? Será que se deve ao imaginário cinéfilo? Afinal, crescemos com os filmes de Natal de Hollywood. Quem é que não adora aquelas casas super iluminadas no Natal dos filmes?!
Ou será que a proliferação de lojas onde se podem comprar vários tipos de decorações luminosas a baixo preço contribuíu para a difusão desta prática?
Este ano também coloquei luzes numa das janelas da casa da aldeia. Assim também posso entrar na competição das casas enfeitadas para o Natal.