Já repararam que os mais recentes heróis de Portugal são ou os mais improváveis ou os mais desajeitados?!
Senão vejamos
Éder, herói da Final do Euro de 2016 em França, marcando, já durante o prolongamento, o golo que levou a Selecção Portuguesa à primeira vitória em competições internacionais. Ninguém dava nada por ele e afinal...
Salvador Sobral, com o seu ar aluado, desajeitado, fora da caixa, desbocado e até um pouco desleixado na imagem, foi duramente criticado quando venceu o Festival da Canção em Portugal. Os estrangeiros descobriram-no, Caetano Veloso apelou ao voto nele na Eurovisão de 2017 e ele acabou mesmo por vencer transformando-se no herói que nos deu a primeira vitória na Eurovisão depois de mais de 50 participações.
Gonçalo Guedes, um jovem ribatejano, também tem um ar desajeitado, talvez devido à sua altura, e é gozado muitas vezes devido às suas orelhas proeminentes. Ontem calhou ser ele o herói da primeira Final da nova competição Liga das Nações marcando o único golo da partida mas suficiente para nos conduzir à vitória de mais uma competição internacional.
Talvez estes 3 portugueses sejam a imagem daquilo que é ser português. Desajeitados mas talentosos e capazes de surpreender.
Hoje arranca a campanha eleitoral para as Eleições Europeias. Em Portugal ocorrem a 26 de Maio. Se a abstenção já é grande nas outras eleições, nestas costuma ser enorme. Isso é muito mau sinal a respeito da saúde da nossa democracia. Porque é que se deixa que os outros escolha por nós?! A maioria dos portugueses acha que estas eleições nada têm que ver com o seu dia-a-dia mas não podiam estar mais enganados. As decisões europeias são preponderantes para a nossa vida e é por isso que estas eleições são muito importantes. É verdade que a classe política não é muito bem vista por uma grande parte dos portugueses. Por vezes, quando ouvimos um candidato, é difícil perceber qual é o seu programa porque alguns ocupam a maior parte do tempo a atacar/acusar os adversários.
Para podermos votar em consciência é preciso procurar conhecer os programas eleitorais, os princípios que cada candidato manifesta e os seus planos para o projecto europeu. Se calhar, é preciso procurar bem mas encontram.
Eu, da minha parte, tenho assistido ao programa "Debates europeias 2019" na RTP. Se não viram, está disponível na RTP Play. A TSF também tem feito uma boa cobertura da pré-campanha com entrevistas aos principais candidatos. Esta rádio tem transmitido uma pequena rubrica, depois das 7h30m, chamada "Sabia que..." na qual divulga factos e informações relacionadas com a União Europeia. A rubrica está disponível em site da rádio. A informação existe. Há que saber procurá-la.
Eu sou europeísta convicta. Apesar de tudo, o país colheu muitos benefícios com a adesão à antiga CEE. Eu vejo como portuguesa mas também como cidadã europeia.
Dia 26 de Maio, o nosso futuro conta convosco. Não se esqueçam de votar.
Ontem realizou-se no Pátio da Galé, em Lisboa, a cerimónia dos World Travel Awards. E Portugal foi galardoado com nada mais, nada menos, 17 (!) prémios. Os nossos meios de comunicação social fizeram uma grande alarido com esta notícia. Fiquei assustada e preocupada porque comecei a temer que a invasão turística aumentasse exponencialmente com tantos prémios que se distribuem por todo o país. Também fiquei curiosa e fui tentar descobrir quantos prémios tinham sido distribuídos porque, da maneira como as televisões noticiaram, parecia que o país tinha dominado a gala. Afinal os prémios são tantos mas tantos que eu nem me os consegui contar. Podem encontrar a lista aqui. Vendo por este prisma, 17 prémios são uma gota no oceano. Podem-se escolher inúmeros destinos de entre os premiados. Felizmente.
Ontem à noite fui, mais uma vez, a Lisboa para assistir a uma conferência. O local é mesmo no centro de Lisboa, perto do Chiado. Era uma noite a meio da semana, relembro. E as ruad estavam cheias, cheias de pessoas. Imagino que a grande maioria seriam turistas. Já aqui falei deste assunto. Lisboa foi completa e exageradamente invadida. Acredito que este movimento será positivo para os operadores económicos da área do turismo mas tudo o que é demais...
Já não reconheço a cidade dos meus tempos da faculdade. É verdade que passaram 20 anos e que, em certos aspectos, Lisboa está francamente melhor. Infelizmente são cada vez menos os portugueses e os lisboetas que usufruem dela.
Nesse tempo longínquo em que eu ia todos os dias para Lisboa, haveria muitos comerciantes locais em dificuldades. Poderia-se pensar que agora estariam todos esses negócios antigos, alguns centenários, a prosperar. Mas, ao que parece, há cada vez mais lojas históricas a fechar. Uma das próximas a fechar é a icónica Pastelaria Suiça no Rossio. A Pastelaria Suiça é quase centenária já que foi fundada em 1922. Segundo parece, todo o quarteirão onde se situa a referida pastelaria foi comprado por um fundo imobiliário. Não acredito que este estabelecimento estivesse a ter prejuízo. Se estava sempre cheia antes, agora com tanta gente pelas ruas, deveria estar a abarrotar. Os preços não eram muito convidativos para a carteira de muitos portugueses, é uma verdade, mas já se sabe que há que pagar o enquadramento. Quando tomamos um café ou uma refeição com vista para o mar também se paga mais. Não será o único estabelecimento de Lisboa a fechar portas mesmo com a aprovação pela Câmara de mais 44 lojas classificadas como "Lojas com história" o que lhes confere uma maior defesa contra o encerramento. Mas há factores que não se conseguem ultrapassar. Se os proprietários já não quiserem continuar, por exemplo, pouco se pode fazer.
Na altura das Marchas Populares, também foi dito que a maioria dos participantes já não moram nos bairros típicos pelos quais concorrem. Também em Alfama fechará a última mercearia típica que ainda resiste. O prédio está degradado, é certo mas foi comprado, adivinhem lá, por um estrangeiro.
Dentro de pouco, Lisboa perderá tudo o que é típico, perderá a sua principal riqueza, os lisboetas, perderá os turistas porque se tornará numa cidade igual a todas as outras. Acontecerá a tal gentrificação, esse palavrão que entrou no nosso vocabulário.
Ontem foi o primeiro jogo da Selecção Portuguesa no Mundial da Rússia. Chegamos com o título de Campeão Europeu e um 3o lugar na Taça das Confederações, embora nesta competição não se tenham esforçado muito. A probabilidade de chegarmos à final desta vez é bem menor do que no Europeu. Desta vez o Fernando Santos ainda não se pronunciou sobre a data da viagem de volta. Homem inteligente.
O primeiro jogo adivinhava-se difícil já que era contra a excelente equipa da Espanha. Uma grande parte dos jogadores conhecem bem a nossa jóia da coroa, Cristiano Ronaldo, uma vez que ou jogam na mesma equipa ou jogam muitas vezes contra ele. O duelo ibérico foi impróprio para cardíacos. Começámos cheios de força a marcar um pênalti (marcado por CR 7) que os espanhóis consideram discutível. Nuestros Hermanos conseguem empatar com um golo que os comentadores dizem que foi ilegal. Portugal (CR 7 outra vez) marca outra vez, com a ajuda do guarda-redes espanhol. Na 2a parte, os espanhóis conseguem a remontada marcando 2 golos e quase no fim, Cristiano Ronaldo faz um hat-trick através de um livre absolutamente fenomenal.
Há quem diga que o resultado foi Cristiano Ronaldo 3 - Espanha 3. Não é justo porque ele não joga sozinho, quando fala, como bom capitão, fala no colectivo e ele só marca porque a bola chega até ele. A Espanha mostrou ser uma equipa muito forte tanto tecnicamente como anímicamente. Não se notou que mudaram de seleccionador a 2 dias do primeiro jogo. Por muito que custe, foram melhores do que a nossa equipa e são um sério candidato à vitória.
Para a próxima vez, é melhor o Fernando Santos convocar a Brites de Almeida, Padeira de Aljubarrota. Qual Pepe de saias, ela seria uma grande ajuda na defesa.
As redes sociais, esses arautos dos bons costumes dos tempos modernos, arranjaram um novo alvo. Por estranho que pareça ainda há pouco tempo, toda a gente andava doida por esta personalidade ter escolhido Portugal para viver. Falo da Madonna. Pois que as redes sociais, os jornais, as televisões transformaram em notícia tudo o que a Madonna postava no Instagram. E uma grande parte dos portugueses inchou de orgulho. Pois que ela andava a cavalo na Comporta, pois que ela almoçava com o Nuno Gomes, pois que ela visitava o Mosteiro dos Jerónimos, pois que ela vai ouvir Fado ou Morna na Mouraria e por aí fora.
Mas, há sempre um mas, nem tudo são rosas. Primeiro foi a Madonna que se queixou da burocracia em desalfandegar uma encomenda. Agora são as tais das redes sociais que se ofenderam com a publicação em que se vê os filhos a correm pela relva do Palácio de Seteais mesmo ao lado de uma placa que informar que isso não é permitido. Também achei que ela devia dar o exemplo e não escarrapachar os disparates das crianças no Instagram. Como mãe, a sua preocupação deveria ser ensinar a respeitar o património comum. No entanto também não acho que é caso para cruxificar a cantora e dizer, como já li, se era para isto ela que ficasse lá pelos EUA.
São crianças, senhores, são crianças. Quem é que nunca fez qualquer coisa proibida, como pisar a relva, conduzir acima do limite de velocidade, estacionar onde era proibido, tirar fotografias em monumentos onde não é permitida? Quem nunca fez nenhuma destas coisas que atire a primeira pedra. Deixem lá as crianças serem felizes e um bocadinho rebeldes.
Por mim, a Madonna não se ia embora só por causa disto. Podia era fazer um donativo ao Palácio de Seteais para ajudar a cuidar da relva. Ficava-lhe bem.
Hoje faz precisamente 1 mês que o país se horririzou com a tragédia provocada pelo fogo na região centro. A solidariedade que se gerou foi impressionante e primordial para ajudar a reconstruir casas e empresas. No entanto não podemos descansar a nossa consciência apenas com donativos monetários, bilhetes para concertos solitários ou enviando roupa velha para os locais atingidos. O sector do turismo que escapou ao incêndio está a ser duramente atingido. As reservas feitas anteriormente ao incêndio estão a ser canceladas e não estão a ser feitas novas reservas. A Região de Turismo do Centro já garantiu que a maioria dos equipamentos turísticos estão a funcionar. Estranhamente a maioria das reservas canceladas são de portugueses. Vamos mostrar que a solidariedade continua. O verdadeiro desafio é continuar a visitar o centro do país.
Maranhos na Sertã
Praia das Rocas, Castanheira de Pera
Hotel da Montanha, Pedrógão Pequeno
Piodão
Praia Fluvial da Peneda, Góis
Praia das Canaveias perto de Góis
Quintinha do Carvalhal, Góis
Cascata da Fraga da Pena, Benfeita
Praia Fluvial de Côja, Arganil
Eu vou fazer a minha parte. No próximo fim de semana vou até ao Concelho de Proença-a-Nova.
Há 1 ano, os portugueses viveram um dos momentos mais emocionantes a nível desportivo. Pela primeira vez, e contra todas as expectativas, a Selecção Portuguesa de Futebol venceu o Campeonato Europeu em França. Contra a Selecção anfitriã. A França, tal como Portugal no nosso Euro 2004, viu fugir o troféu. Fizemos uma das piores campanhas de que há memória. Ultrapassámos a fase de grupos só com empates ficando em 3° lugar. Este facto acabou por jogar a favor da nossa Selecção já que assim se evitou as selecções mais fortes da competição.
No jogo da final tudo parecia correr mal. O capitão Cristiano Ronaldo foi derrubado agravando a sua lesão do joelho. Teve que ser substituído logo na primeira parte. Mas os jogadores mostraram que descendem de antepassados valorosos e das fraquezas fizeram forças. Resistiram estoicamente, levaram o jogo a prolongamento e no minuto 109, surge mais um herói improvável, Éder. O patinho feio da Selecção, um dos convocados de Fernando Santos mais contestado, fez o que lhe competia como ponta-de-lança e marcou levando o país, e todos os recantos do mundo onde havia 1 português, ao delírio. Eu vi os últimos minutos do jogo com o batimento cardíaco acelerado e quase em cima da televisão. Aqueles minutos custaram mais a passar do que todos os anteriores.
Mais uma vez, obrigada Fernando Santos, obrigada aos 23 heróis de Paris, obrigada a todo o staff por esta grande alegria.
Estes são alguns dos melhores momentos, absolutamente inesquecíveis
Não se sabe se será num dia de nevoeiro mas a estátua do Rei D. Sebastião vai voltar ao seu lugar na Estação do Rossio. A peça tinha 126 anos e foi destruída, precisamente, há 1 ano. A IP Património, empresa do universo Infraestruturas de Portugal, anunciou que a estátua vai ser restaurada. Não foi referido quanto vai custar, ao contribuinte, esta brincadeira. A estátua partiu-se ao cair depois de um homem ter subido ao nicho para tirar uma selfie. Foi apresentada queixa-crime mas o processo ainda está na fase de inquérito. Mesmo que o homem que provocou este problema seja julgado e condenado pelo acto não sei se terá rendimentos para pagar os danos. Imagino que o valor será elevado.
A febre de fixar tudo em imagens que se partilham no imediato tem conduzido a imensos problemas. Não é caso único de destruição de património e também há relatos de pessoas que correm, até, risco de vida.
A Selecção Portuguesa de Futebol soma e segue neste longo caminho até ao Mundial de 2018 na Rússia. Só é pena termos perdido o primeiro jogo com a Suíça. O jogo foi demasiado cedo, ainda se fazia o rescaldo da conquista do Euro. Vamos ver o que acontece. No jogo de ontem houve um acontecimento que me impressionou. Não,não foram os 6 golos de Portugal nem tão pouco o hat-trick do jovem jogador do FCP, André Silva. Tanto uma coisa como outra são dignas de nota. O que me impressionou verdadeiramente foi a festa dos adeptos das Ilhas Faroé (como será que se chamam os habitantes das ilhas Faroé?!). Tinha a televisão ligada, ia ouvindo e de vez em quando olhava para lá. À medida que o jogo ia avançando e que o resultado era cada vez mais favorável a Portugal, os adeptos das Ilha Faroé continuavam a fazer a festa e cada vez com mais entusiasmo. Cantavam, tocavam música e dançavam. Faziam lembrar os cânticos dos islandeses no último Euro. Captei estas imagens já quase no fim. As ilhas Faroé perdiam por 0-4 mas os adeptos cantavam e pulavam. Pareciam felizes apesar do resultado.
Alguma vez isto aconteceria se a situação fosse inversa?! Nunca na vida.
Engraçada, esta gente do Norte. Não admira que os seus vizinhos da Islândia e da Dinamarca sejam classificados com um elevado índice de felicidade entre os vários países estudados.
Nota: As ilhas Faroé são um território independente da Dinamarca e situam-se entre a Escócia e a Islândia,