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O Voo da Garça

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29
Mai18

Dignidade de vida ou morte digna?!

Charneca em flor

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Daqui a umas horas, vários projectos sobre a eutanásia serão votados na Assembleia da República. O tema tem sido aflorado na comunicação social mas não considero que esteja a dividir o país. Tenho para mim que muitos portugueses nem têm conhecimento deste assunto. 

De entre os chamados temas fracturantes da sociedade, este é aquele sobre o qual eu não tenho uma convicção firme formada. Quer dizer, sou sensível a argumentos de ambas as partes.

Por exemplo, em relação ao aborto sempre fui contra e votei "não" nos 2 referendos. Sempre considerei que a anterior lei da Interrupção da gravidez já contemplava os casos onde é compreensível recorrer a esta intervenção. Tendo em conta que há métodos contraceptivos adequados a cada mulher, a cada casal e a cada realidade, na minha opinião, não se deveria recorrer à interrupção da gravidez como método de controlo da natalidade. Fico espantada como, no séc. XXI, ainda há tantas mulheres que utilizam mal os métodos contraceptivos, por falta de conhecimento ou por pura irresponsabilidade, comprometendo a sua eficácia.

Já quando penso na eutanásia, fico muito dividida. Por um lado, acho que o Estado deve disponibilizar o acesso aos melhores cuidados de saúde possíveis, sejam eles preventivos, curativos ou paliativos. Essa deve ser a principal preocupação, principalmente no que diz respeito a doenças graves, incapacitantes ou terminais. Por outro lado, também compreendo o argumento de que as pessoas têm o direito de morrer com dignidade e com o menor sofrimento possível. Aceito que algumas patologias podem provocar um sofrimento atroz e sem sentido. Compreendo que o desespero possa levar a pessoa a considerar essa opção final. No meu dia-a-dia, ouço tantos idosos dizerem: "Mas o que eu ando cá a fazer?" e eu tento sempre arranjar algo de positivo nas suas vidas mas a verdade é que, às  vezes, fico sem argumentos.

Não sei o que faria se estivesse numa situação de doença incurável ou o que sentiria se alguém da minha família me dissesse que queria recorrer à eutanásia para se libertar da dor.

Ainda bem que não estou na pele dos deputados. O que quer dizer que, se houvesse um referendo, provavelmente votava em branco. Dos 2 lados da barricada, há argumentos válidos e lógicos. 

Veremos o que se segue.

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