Do Natal à Páscoa
Este fim de semana desmanchei a árvore de Natal da casa da aldeia. Este presentinho, enviado pela Fátima Bento com o seu postal de Natal, estava lá pendurado:
Quando recebi uma sombrinha de chocolate, lembrei-me de uma história de família que me contaram em criança. Eu sempre fui muito gulosa e chocolate é uma das minhas perdições. Se há coisa a que eu nunca resisti foi a chocolates de natal. A minha mãe incomodava-se muito com esta minha característica e aproveitava para me contar uma história da sua infância.
A minha mãe nasceu numa família humilde, nos anos 50, no Alentejo. A aldeia onde nasceu já não existe porque desapareceu para se construir uma barragem por isso os seus pais foram viver para outra zona do Alentejo. O meu avô passou grande parte da sua vida como guarda florestal num monte alentejano, propriedade de um latifundiário. Nessa época, as guloseimas não abundavam nem tão pouco os brinquedos. Num certo Natal, a minha mãe, ainda criança, recebeu uma sombrinha de chocolate o que, para ela, era um tesouro. Tão feliz ficou que guardou a guloseima desde o Natal até à Páscoa ao invés, como eu faria, de a comer assim que a teve nas mãos.
A minha sorridente sombrinha de Natal também é uma preciosidade uma vez que veio de uma querida amiga virtual por isso decidi desafiar-me a mim própria. Vou seguir o poupado exemplo da minha mãe e guardar este chocolatinho até Páscoa. Veremos se sou capaz.