Domingo é dia de eleições
Faltam 2 horas para terminar a campanha eleitoral. Nos últimos anos, os portugueses estão cada vez mais desencantados com a política e os seus actores. Cada eleição que se realiza em Portugal, há sempre uma nítida vencedora, a abstenção. Eu percebo o desencanto, as pessoas sentem-se enganadas pelos políticos, seja qual for a sua cor. Só não percebo como é que as pessoas podem desperdiçar a única hipótese que têm de intervenção no futuro de todos. O nosso voto pode parece uma insignificância mas, para a maioria de nós, é a única coisa que podemos fazer para ajudar a construir um país melhor, o país que sonhamos. Nos 23 anos que levo como eleitora (19 eleições, 3 referendos, 1 eleição intercalar para a Assembleia de Freguesia) só falhei 2 vezes; uma vez estava com febre e não conseguia mesmo sair de casa, a outra vez não fui votar pelo mesmo motivo que maioria dos absentencionistas, simplesmente não me apeteceu. Se for comparar com as pessoas da minha geração e das gerações mais novas, até acho que a minha perfomance como eleitora até é muito boa. Não fico bem com a minha consciência se não for votar. Se deixarmos de usufruir dos nossos direitos, quem garante que não os vamos perder?! Possivelmente esta minha consciencialização de que votar é determinante para o meu futuro, nasceu na minha infância. Nessa altura, o domingo de eleições era um dia diferente. O meu pai saía muito cedo e chegava muito tarde porque era, sempre, elemento das mesas de voto. Depois do almoço era a altura preferida da minha mãe para ir votar e eu ia sempre com ela. A minha mãe vota sempre na mesa n° 1 porque o meu pai foi das primeiras pessoas a recensear-se lá na terra e fez uma grande campanha de recenceamento na nossa rua. Eu achava muita piada por ir às eleições. Quando o dever da minha mãe estava cumprido, dávamos um passeio pela vila que tinha que passar pela mesa onde o meu pai estava para lhe dar um beijinho. Domingo de eleições era, para mim, domingo de festa. O exemplo dos meus pais incutiu-me, de tal maneira, este sentido de dever que, às vezes, me leva a fazer uns quantos quilómetros para não faltar à festa das eleições.
Dia 5 é dia de eleições. Não te esqueças de ir votar. Portugal espera o teu voto.