Emancipação feminina
Realidade ou mito
A emancipação feminina e os direitos das mulheres são temas que sempre me interessaram. Já se percorreu um grande caminho mas a estrada é longa. Para mim há algo que considero de extrema importância, a independência económica. Mesmo quando a dependência emocional é muito grande e as mulheres ficam demasiado tempo em relações infelizes ou mesmo abusivas, a independência económica permite pensar que, mais tarde ou mais cedo, as mulheres se poderão libertar da opressão de uma relação que já não faz sentido. Obviamente que em relações saudáveis e felizes também é bom que, para além daquilo que são enquanto casal, que ambos funcionem bem como seres individuais, que se realizem profissionalmente e que ambos contribuam para a manutenção da vida quotidiana.
Nos últimos tempos, em famílias que me são próximas, tenho assistido à perversão do conceito de emancipação de que falava no início. Faz-me uma tremenda impressão ver jovens mulheres, na casa dos 30 anos, que aceitam viver, mais do que às custas do companheiro, às custas dos pais do companheiro.
Tantas mulheres nos antecederam e lutaram pelos direitos das mulheres para, em pleno XXI, ver jovens que estão dependentes dos sogros para comprar a coisa mais corriqueira que possam imaginar. Eu considero uma enorme falta de respeito por si própria ou então uma enorme preguiça e acomodação à situação confortável de não ter que lutar pela vida e pelo sustento. Para mim, não dava. Quando estava quase a terminar o meu curso, o meu maior anseio era começar a trabalhar rapidamente para deixar de depender da minha mãe. Felizmente, consegui o meu lugar no mundo laboral