Eutanásia na ordem do dia
Hoje a eutanásia, ou a morte medicamente assistida, vai ser discutida no Parlamento. No caso da interrupção voluntária da gravidez sou abertamente contra porque acredito que não há razão para recorrer ao aborto quando há métodos para prevenir a gravidez. Em relação à eutanásia, o meu lado científico e profissional entra em choque com os meus valores cristãos. Compreendo o desespero a que o sofrimento físico pode levar e o que pode levar as pessoas a procurar um escape para esse sofrimento. Por outro lado, acredito que se deve saber aceitar esses momentos. No meu dia-a-dia tenho acompanhado inúmeras situações de doenças graves e de sofrimento atroz umas que foram fatais e outras que, felizmente, foram ultrapassadas. Começo a pensar , e se as pessoas do 2° caso pedem para morrer e desperdiçam a oportunidade de viver mais uns anos com alguma qualidade de vida? Como digo fico muito dividida. A nível pessoal nunca passei por nenhuma situação limite. Não sei o que pensaria se eu ou algum dos meus estivesse num sofrimento desesperante.
Se eventualmente o tema for a referendo como propõe o CDS não faço a mínima ideia de qual seria o meu sentido de voto.
O Parlamento irá discutir o tema sem pressas até porque ainda não há uma proposta legislativa havendo apenas uma petição pública. O BE e o PAN vão avançar com projectos legislativos e o PS e PSD já revelaram que darão liberdade de voto aos seus deputados. Ainda há um longo caminho para percorrer mas o tema entre, definitivamente, na discussão política e pública.