Foto da semana 4/52
Por acaso, esta não foi a publicação com mais gosto desta semana. Esse lugar pertenceu ao meu almoço de ontem no restaurante de sushi. Mas, como eu é que mando por aqui, decidi que esta seria a foto da semana. No passado domingo, dei um passeio matinal pela cidade de Rio Maior. Durante muitos anos não conseguia ouvir o nome desta cidade sem me arrepiar. O acidente que vitimou o meu pai foi ali perto e foi ao hospital desta terra (não sei se ainda existe) que fomos buscar o corpo. Quis o destino que a aldeia da família do A. fosse nos arredores de Rio Maior embora noutro concelho. E nos últimos anos tenho construído novas e doces memórias de uma cidade que marcou a minha vida de modo tão duro e triste.
Mas adiante. De vez em quando é bom percorrer os sítios que já conhecemos com olhos de turistas, como se os víssemos pela primeira vez. Assim, no passado domingo, descobri esta casa, Casa Senhorial de El-Rei D. Miguel. Ao que parece D. Miguel pernoitou por aqui durante a Revolução Liberal da qual saiu derrotado. Como D. Miguel também está ligado à terra onde cresci, fiquei curiosa. Desta vez estava fechada mas pode ser que tenha oportunidade de a ver por dentro.
A Casa é descrita assim no seu site:
A zona de implantação da Casa situa-se bem perto de um cruzamento de duas importantes vias romanas, uma proveniente de Santarem, e outra, de Lisboa.
Na época medieval esta zona estava situada no limite Sul da malha urbana da que foi a aldeia de Rio Maior .
A partir deste sitio a povoação cresceu, de modo lento, sendo, no século XVI,a área preferida pelos abastados para construção das suas casas, atraindo, também, estabelecimentos de comerciantes e oficios.
Quanto á sua origem,pode situar-se na idade média tendo evoluido sucesivamente até ao século XX.
Contudo, o imóvel irá ter o seu periodo de esplendor na segunda metade do século XVIII.
Manterá intactas as suas principais caracteristicas adquiridas neste periodo, nas fases seguintes de ocupação (séc, XVIII XX)
Este imóvel possui uma extrutura tipica de uma Casa Senhorial do Alto Ribatejo, possuindo uma pequena Capela privada. O piso superior (andar nobre) era destinado á área residencial, enquanto que no térreo instalavam-se os animais,arrumos diversos e a cozinha.
O imóvel sempre foi conhecido por Casa de D.Miguel por se saber que o Rei aqui estacionou no periodo conturbado da Revolução Liberal.
As suas fachadas, de revelante interesse arquitectónico, integram-se na linguagem estética do barroco.
Um dos principais interesses histórico-culturais do edificio reside no facto de possuir, no seu interior, tectos de maceira, pintados, tendo um deles, ao centro, um escudo com as armas reais representadas. Estes tectos foram retirados para restauro.
Estudos arqueológicos realizados pela Secção de Arqueologia e História da Câmara Municipal de Rio Maior conduziram á descoberta de vestigios que vão do periodo romano ao século XX. Destes destacam-se restos de um forno romano e de um enterramento, possivelmente do mesmo periodo; vestigios de casas medievais ( séc.XV); um silo e um enterramento de uma criança (por datar) e uma alfaiataria do século XIV.
A Casa Senhorial compõe-se, hoje, de um Espaço de Exposições Temporárias, com uma entrada para visitantes, interligação dos diversos compartilhamentos e comunicação com o edificio lateral