Julieta
Não vos queria maçar muito com histórias da minha viagem mas há uma que não posso deixar de partilhar. A nossa road trip abrangeu 3 tipos de paisagem: cidade, montanha coberta de neve e lagos. Embora tivessemos um plano mais ou menos alinhavado há sempre situações que saem fora do plano. Ir a Verona foi uma surpresa do A. que já conhecia e fez questão de me levar lá já que estavámos perto.
Coliseu de Verona, 30 de Dezembro de 2017
Era sábado à tarde de um fim-de-semana prolongado (o dia 1 também é feriado em Itália) mas não estavamos preparados para a multidão que encontrámos. Nunca mais me queixo dos turistas que andam por Lisboa. E essa multidão dirigia-se para um lugar, apenas. O destino era a Casa da Julieta (reza a história que os trágicos amores entre Romeu e Julieta se passaram em Verona) em cujo pátio existe uma estátua da jovem. O A. insistiu que eu tinha que ir tocar na estátua e tirar uma foto porque era tradição. Parece que dá sorte ao amor e ninguém quer correr o risco de não ter sorte ao amor. O cenário é este
Casa da Julieta, Verona, 30 de Dezembro de 2017
Para além da apalpadela também há quem deixe mensagens como se pode ver na parede ao lado da estátua.
O meu lado romântico até acha graça mas o meu lado pragmático acha isto uma palhaçada. Primeiro que tudo, ninguém sabe se a Julieta existiu mesmo. Depois, a ter existido, pode nem ter morado naquela casa. E, por fim, aquelas mensagens são efémeras, só duram até aos próximos pingos de chuva já que estão ao ar livre.
Seja como for, o lado romântico prevaleceu porque eu também tirei a foto da praxe (não, eu não sou a menina da foto) mas fiquei com pena da pobre Julieta. Não basta a tragédia de um amor proibido e de ter morrido por amor, agora é apalpada a toda a hora por todo e qualquer turista que passe por Verona. Há pessoas com muito pouca sorte.