Muleta tipo da linguagem
Ontem fui jantar fora a um buffet de sushi que fica na cidade onde trabalho. A sala não é muito grande e as mesas para 2 pessoas são mesmo encostadas umas às outras, só têm uma balaustrada a dividir. É impossível não ouvir a conversa do lado já que as pessoas estão quase ao nosso colo. Sendo assim, ao meu lado estava um casalinho na casa dos 18/20 anos numa grande conversa o que é muito positivo porque uma boa comunicação resolve muitos conflitos. Mas não é isso que vem ao acaso. Eles sofriam de um caso grave de utilização de uma muleta da linguagem, aquela do "tipo". Já sabia que os jovens utilizam muito estas expressões como "tipo", "bué" (esta já é antiga), yá e por aí fora. Deram que falar as entrevistas de Conan Osíris e da rapper Nenny.
É verdade que a língua não é estática e evoluí mas não deixa de ferir os ouvidos. Naturalmente que a minha geração também teve as suas expressões. Aliás, penso que já se utilizava o "bué" e lembro-me doutra bem gira, "coche" utilizado na frase "dá-me aí um coche", por exemplo. Quer dizer "dá-me aí um bocado". Acontece que "tipo" é um "coche" irritante. Os jovens usam esta palavra como uma vírgula da linguagem só que põe a vírgula demasiadas vezes no discurso. Tenho a impressão que eles diziam "tipo" de 2 em 2 palavras. Se calhar estou tipo a exagerar. Olha tipo já me contagiaram.