Não chegou à final
Hoje, excepcionalmente, vou partilhar música ao sábado (por aqui o dia da música é a 2a feira). E vou voltar a falar da Eurovisão, peço desculpa se estou a ficar chata mas...
As canções apresentadas na 2a semi-final não me encantaram por aí além. Achei difícil escolher 10 temas bons para passarem à final. Destaco a Noruega que já partilhei aqui e a Dinamarca com Rasmussen e "Higher Ground" com um tom épico fazendo lembrar os vikings. Entre os países que ficaram pelo caminho, queria referir a Rússia.
Julia Samoylova interpretou a canção "Won't break". A cantora tinha sido seleccionada internamente para representar a Rússia na Ucrânia no Festival da Eurovisão de 2017 mas foi impedida por causa dos problemas diplomáticos decorrentes da anexação da Crimeia, território ucraniano, pela Rússia. Ou seja, apesar de a Eurovisão ser apolítica, isso só acontece em teoria. Há sempre razões políticas envolvidas nos resultados finais. Sempre se percebeu que os países votam em blocos (Balcãs, ex-URSS, Escandinávia). Portugal só pode contar com os votos de Espanha e vice-versa. Surpreendemente, em 2017, conseguimos encantar toda a Europa com a música "Amar pelos dois". Mas já estou a divagar.
Voltando à participação russa, devo dizer que foi uma das músicas que mais gostei. E não fui só eu que fiquei estupefacta. Foi a primeira vez que a Rússia não chegou à final. Terá sido por razões políticas ou as pessoas não gostaram mesmo da música? Será preconceito contra os deficientes já que Julia Samoylova desloca-se em cadeiras de rodas? Não sei mas achei uma injustiça. Na minha opinião, merecia mais um lugar na final do que a maioria das músicas que passaram. Para mim, esta artista tem muito valor porque não deixou que as suas limitações físicas a impedissem de seguir os seus sonhos. Quantas vezes lhe terão dito que era impossível?
Pelo menos, a sua participação na "nossa" Eurovisão proporcionou-lhe uma belíssima experiência. Ao que parece, foi a primeira vez que Julia viu o mar. Já pensaram como isso parece inverossímil para nós, portugueses, que vivemos toda a vida relativamente perto do mar?!