O desgosto das meninas afegãs
Ontem à noite fiquei muito impressionada com uma reportagem sobre as meninas afegãs que voltaram a estar impedidas de frequentar a escola. O actual regime talibã só autoriza o ensino feminino até ao 6° ano. Os talibãs vão manter a interdição do acesso de raparigas ao ensino secundário, apesar da promessa do regime afegão de que as escolas voltariam a permitir, na 4a feira passada, o regresso das adolescentes às aulas. As meninas chegaram a dirigir-se aos estabelecimentos de ensino mas foram impedidas de lá permanecer.
O compromisso de proporcionar educação a todos e em todos os níveis fez parte do acordo para que o regime talibã recebesse ajuda humanitária. A actual situação foi justificada com a falta de professores, que fugiram do país aquando do regresso dos talibãs ao poder, bem como com tempo insuficiente para adequar as escolas à separação entre rapazes e raparigas e aos princípios islâmicos.
Esta questão da educação faz parte de uma ampla restrição dos direitos das mulheres no Afeganistão.
Quantos jovens, de ambos os sexos, haverá no nosso país que, tendo fácil acesso à educação, não o sabem aproveitar não usufruindo do ensino em toda a sua plenitude? As meninas afegãs choram porque as impedem de estudar e por aqui há tantos miúdos e miúdas que não dão devida importância à escola. Dá que pensar.