O estigma da doença mental
Esta estranha edição dos Jogos Olímpicos já serviu, pelo menos, para pôr o mundo a falar de doença mental e da pressão a que os atletas estão sujeitos.
Simone Biles é uma fantástica ginasta americana que não deixou de o ser por ter desistido de continuar em competição, pelo menos em 2 das finais onde iria participar. Há quem lhe aponte a desistência por ter falhado a saída do exercício que estava a executar. E se ela, não estando no seu melhor a nível psicológico, tivesse insistido e se tivesse magoado fisicamente?! Já não era uma desistente, voltava a ser uma heroína?
Até quando continuaremos a achar que a saúde mental é menos importante do que a saúde física? Pelo que se sabe, a pandemia veio despoletar, ou agravar, a doença mental a nível global. Os atletas que se preparavam para participar nos Jogos Olímpicos em 2020 tiveram que adaptar a sua preparação e alguns enfrentaram mesmo a Covid-19, provavelmente com algumas sequelas a nível físico. É muito fácil estar de fora, nunca ter feito qualquer tipo de exercício nem os sacrifícios a que estas pessoas estão sujeitas, e exigir "medalhas, recordes, mais medalhas, mais superação". O mais natural é, de vez em quando, alguém não aguente a pressão e precise de parar. Se calhar, devíamos fazer o mesmo na nossa vida quotidiana. É preciso perceber que os super heróis só existem na ficção.
Desejo que a jovem Simone Biles consiga enfrentar os seus demónios e recupere para que voltemos a contar com a sua alegria e o seu sorriso enquanto nos maravilhava com a espectacularidade quando conseguia pôr o seu corpo a "voar".