Pobre criança
Durante alguns dias consegui ir escapando às notícias sobre o caso da menina, Jessica de seu nome, que foi brutalmente assassinada em Setúbal. Mas não foi fácil. Mesmo quando não vejo espaços noticiosos na televisão, as notícias vão aparecendo no telemóvel. Eu até costumo ser resistente a este tipo de situações, houve uma altura em que via as crónicas criminais dos programas da manhã enquanto almoçava. No entanto, esta história ultrapassa todos os limites do horror. É demasiado escabrosa até para mim.
É inacreditável como acontecem estes casos no séc. XXI. Como é que há quem acredite em bruxaria? Como é que as crianças continuam a ser tratadas como objectos que podem ser transacionados? Que sociedade estamos a construir se permitimos que os seus elementos mais frágeis e indefesos sejam sujeitos a este tipo de sevícias?! É preciso reflectir sobre o trabalho desenvolvido pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens. Quando surgem estes casos, parece que as acções da CPCJ são, claramente, insuficientes. Mas é preciso perceber se os meios de que dispõem são os adequados.
Uma sociedade que não é capaz de defender as suas crianças é uma sociedade falhada.