Quando o insólito acontece na farmácia
Já se sabe que o meu trabalho é fértil em histórias levadas da breca. Num dia desta semana, a farmácia parecia um clube de striptease. Juro. Aconteceu com 2 senhoras já idosas.
A primeira não era nossa utente habitual. Quando a senhora chegou, e durante o atendimento, achei-a um bocadinho estranha. A dita utente era de estatura baixa e gordinha. Qual não é o meu espanto, quando vejo a saia da utente cair-lhe aos pés . A sorte é que parte de cima era uma túnica senão tinha sido cá um espetáculo . Ofereci ajuda mas, se calhar, já devia ser habitual acontecer aquilo à saia porque ela apanhou a saia com toda a desenvoltura. A situação foi caricata mas eu consegui não me desatar a rir no atendimento. É uma capacidade que tenho desenvolvido ao longo dos anos, manter-me impávida e serena e só desatar a rir na rectaguarda.
Nem 1 hora depois, atendi um casal. São utentes de há muitos anos. A senhora já apresenta alguma demência e o marido não tem muita paciência. Queriam mostrar as costas da senhora porque ela tinha umas manchas. Levei-os para o gabinete, como é óbvio. Depois de chegarmos à conclusão de qual seria o problema, eu voltei para o balcão e eles vieram atrás. Então não é que a senhora, já no espaço do atendimento, baixou as calças para entalar a camisa?
A conclusão que se tira é que as minhas utentes estão muito á-vontade com os seus corpos.