A próxima edição da revista Time terá um português na capa. Infelizmente isso não nos deve alegrar. António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, aparece, de fato e gravata e olhar carregado, com água pelos joelhos
Não sei a história da fotografia, desconheço se António Guterres entrou efectivamente na água ou se se trata de uma montagem muito bem feita. No entanto, nem era necessário ler o que está escrito na capa da Time para entender a história que esta imagem nos conta. António Guterres nem precisa de falar para percebermos o que ele diz ao mundo só com o olhar. O nosso planeta está, verdadeiramente, a afundar-se. As alterações climáticas farão desaparecer aldeias, cidades e até países. E continuamos sem fazer tudo o que está ao nosso alcance para reverter este processo. Há líderes mundiais que continuam a pôr os interesses económicos à frente dos interesses ambientais. Será que conseguem enfrentar, serenamentem este olhar do Secretário-Geral da ONU?!
Este ano foram vários os portugueses que conseguiram feitos inéditos internacionalmente e que nos deixaram orgulhosos. Um deles foi o Eng. António Guterres que, contra as expectativas de alguns, foi eleito para Secretário Geral das Nações Unidas. O país quase inteiro vibrou com esta conquista.
Esta semana António Guterres foi distinguido com o doutoramento honoris causa por uma universidade espanhola. Esta homenagem deveu-se aos 10 anos que o português dedicou ao Alto Comissariado para os Refugiados. Até aí tudo bem. Acho simpático que o outro povo ibérico sinta que António Guterres é merecedora de tal honra. O que nunca consegui compreender é porque os doutores honoris causa tenham que desfilar com isto na cabeça
Ninguém tem um ar digno com um abajour na cabeça. Coitadas das pessoas.
Alguém sabe porque é que este tipo de homenagem têm que andar com aqueles chapéuzinhos na cabeça?
Ontem António Guterres respondeu a uma série de perguntas na sede da ONU em Nova Iorque, no âmbito da sua candidatura a Secretário-Geral da ONU. Os candidatos são 8 e, desta vez, o processo será mais transparente do que é habitual (supostamente). Em príncipio, o antigo primeiro-ministro está bem colocado, e bem preparado, para estas funções devido ao reconhecido trabalho como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Os comentadores que acompanharam a entrevista feita a António Guterres foram unânimes em afirmar que a sua prestação foi muito positiva. Penso que a maioria dos portugueses ficariam muito orgulhosos se Guterres fosse eleito. No entanto, parece que há quem defenda que já é tempo de o cargo ser atribuído a uma mulher e/ou a um candidato da Europa de Leste porque tal nunca aconteceu. Eu tenho sentimentos contraditórios em relação a esta questão da paridade. Sou obrigada a concordar quando se diz que já era tempo de ter uma mulher à frente da ONU mas o facto de ser mulher não pode nem deve ser o prncipal requisito. Não sei se as leis da paridade são benéficas para as mulheres porque, na minha opinião, deve-se ascender a este tipo de lugares por competência e não por género. Ninguém deve ser beneficiado ou prejudicado por ser homem ou mulher. Todos nós, homens ou mulheres, deveriamos lutar por um mundo mais equilibrado e justo onde conceitos como o da paridade se tornassem obsoletos e desnessários. Espero que os decisores escolham o candidato mais competente porque a intervenção das Nações Unidas é cada vez mais necessária. Que vença o melhor.