A Ópera de Barcelona reabriu, no passado dia 22 de Junho, para o primeiro concerto depois do levantamento do estado de emergência em Espanha. No entanto, o concerto teve uma audiência muito especial, 2300 plantas de interior.
Segundo o produtor-executivo, Eugenio Ampudio, este insólito concerto “Reflete o absurdo da condição humana nesta era, que privou as pessoas da sua posição de espetadores. A natureza avançou para ocupar os espaços que tínhamos como garantidos (...) Mas, para ampliar a nossa empatia com o mundo que nos rodeia, abrimos as portas deste grande teatro, convidando a natureza a entrar"
A peça executada pelo quarteto de cordas foi "Chrysanthemum" de Puccini. A escolha deveu-se ao tom triste da peça em questão. Também não deve ser alheio o facto de ter o nome de uma flor, Crisântemo. Em Portugal, esta flor é utilizada para honrar a memória dos falecidos na altura do Dia de Finados.
Depois do concerto, as plantas foram doadas a profissionais de saúde que estiveram na linha da frente do combate ao coronavírus. E devem ter chegado bem viçosas porque parece que as plantas gostam de música.
Não sei quem tem razão e até acho que, a acontecer a independência da Catalunha, não será bom para nenhum dos lados (salvaguardando as devidas distâncias é mais ou menos como o Brexit, será mau para o Reino Unido e para a União Europeia). O que eu não acho correcto nem justificável é partir para a violência. As cenas que nos chegam de Barcelona não deviam acontecer. A meu ver, mesmo que os catalães tenham razões válidas para estes protestos, com estas atitudes perdem toda a razão. Fico chocada pelo estado em que estas pessoas estão a deixar uma das mais belas cidades da península ibérica. Até se pode duvidar das verdadeiras intenções destes instigadores. Será que lutam mesmo por uma solução para a questão catalã e pela liberdade dos líderes presos? Ou será que só querem alimentar-se da violência sem fim?
"Não tenho medo", este é o lema de uma marcha contra o terrorismo que decorreu, esta tarde, no centro de Barcelona. A manifestação ocorreu muito perto do local dos recentes atentados. E eu dei por mim a pensar se isso é mesmo verdade. Ou seja, será que eu não tenho mesmo medo? Desde o atentado em Paris em Novembro de 2015 que sempre disse que não podemos deixar o nosso estilo de vida porque isso seria uma vitória para estes radicais. Mas os atentados foram-se repetindo, quase sempre em sítios icónicos das várias cidades europeias atingidas. E estão cada vez mais perto. Será que não é altura de começar a ter medo?!
Tudo o que é que bom, acaba depressa. Já estou de volta ao activo. O cansaço do corpo vai-se recuperando e a alma vem cheia. Tenho tanto para contar mas há coisas que não se conseguem transmitir por palavras nem pelas fotos por melhores que elas sejam. Só vivendo, sentindo a atmosfera. Como se pode transmitir a imensidade da obra de Gaudí? Como se pode explicar como me senti pequenina perante o tamanho do génio? Barcelona é mesmo uma cidade impressionante.
Parque Guell
Sotão da Casa Milá, onde é nitída a semelhante com os esqueletos dos animais. A natureza foi a principal inspiração de Antoni Gaudí
Um dos alçados da Sagrada Família. As esculturas parecem escavadas na rocha
Barcelona parece uma cidade muito animada mas, como qualquer cidade turistíca, fico sempre a achar que essa animação não é devida aos habitantes locais mas sim aos turistas.
Felizmente fiquei alojada fora do centro e deparei-me com uma festa de Carnaval. Aí sim acredito que consegui ver a verdadeira animação catalã.
Depois de Barcelona rumei aos Pirinéus em busca de neve. Ficámos numa pequena vila catalã onde quase que não se conseguia jantar. Como era domingo, alguns restaurantes estavam fechados. Acabámos por ir a uma cervejaria mas não foi nada fácil escolher. Na Catalunha fala-se catalão que tem algumas diferenças do castelhano (ou espanhol). Quase que não nos entendiamos com a empregada já que ela não falava inglês. Em Portugal quase toda a gente dá uns toques de inglês. Como bons portugueses lá nos desenrascamos. Comemos pintxos
No dia seguinte, partimos em busca de neve e lá a conseguimos encontrar
A sentir a temperatura
O A.pretendia voltar a tentar esquiar e conseguiu com êxito. Qualquer dia está "pro".
A terceira noite foi passada na bela cidade de Carcassonne onde existe um dos monumentos mais visitados de França, a Cité (cidadela) de Carcassonne. Muito bonita.
Depois desta visita, e a caminho da última noite, fomos descobrir a aldeia mediaval de Minerve localizada num local tão belo como assustador, Gorges du Brian
O caminho até lá é muito bonito pelo campo francês. Há fotografias que ficam só na memória. Tanto Minerve como Roquebrun, a aldeia onde pernoitei, pertencem à região vinicola de Languedoc-Roussillon por isso vimos vinhas a perder de vista. Tinham um aspecto encantador uma vez que as plantas ainda são pequenas, como é habitual nesta altura do ano, e estavam rodeadas de flores silvestres.
Roquebrun também uma bonita aldeia francesa. Infelizmente o tempo não estava muito agradável. Ficámos hospedados na La vie en rose, gerida por uma simpática senhora sueca que nos fez sentir em casa. Aliás ela vive no 1° andar e tem quartos no 2°piso, onde dormimos, e no rés-do-chão. Quando cheguei fiquei assustada com o aspecto exterior da casa mas quando se entra é uma surpresa. Correndo o risco de me repetir, encantadora.
No último dia ainda houve tempo para descobrir esta praia, Collioure
Ao fim da tarde do dia 1 estava de volta a Barcelona já que a viagem de volta estava marcada para a madrugada de ontem. Uma das principais atracções de Barcelona, Las Ramblas, tinha ficado por ver. Aqui aconteceu a única peripécia da viagem, que até foi muito tranquila. Levámos muito tempo para estacionar, demos voltas e voltas e parecia tarefa impossível e muito stressante. Quando conseguimos já tinha anoitecido. Era tão longe que quando chegámos ao Mercado de la Boqueria já estava a fechar. Fiquei muito desiludida porque adoro mercados.
Seja como for, o cômputo geral foi muito positivo. Agora é planear o próximo destino porque viajar está a transformar-se num verdadeiro vício.