Entre as mais variadíssimas questões que me causam preocupação, há uma que me estar a deixar genuinamente chocada.
Já é uma frase feita que diz que, na guerra, a primeira vítima é a verdade. Mesmo em Portugal, a mais de 4000 km de Kyiv, a Comunicação Social não está a desempenhar o seu papel da melhor maneira. Para além de se notar que as notícias da guerra nem sempre são confirmadas antes de serem divulgadas, as notícias sobre a escalada dos preços do combustível e dos alimentos estão a tornar-se sensacionalistas. E se certas manchestes são expectáveis de alguns órgãos noticiosos, há outros nos quais eu não esperava ler este alarmismo.
Temo que este tipo de notícias provoque uma corrida desenfreada aos supermercados, acontecimento já visto anteriormente, o que conduzirá, efectivamente, a falta de alimentos não perecíveis nas prateleiras das lojas. Até poderei concordar com o racionamento o quanto antes se isso significar que, quem tenha meios económicos, não possa comprar toneladas de farinha, massas e conservas que depois farão falta a outras pessoas menos abonadas. Com este tipo de primeiras páginas, não demorará muito até vermos a repetição de imagens de pessoas a correrem aos supermercados. E já sabemos que esse fenómeno é uma bola de neve porque tem o efeito de levar mais pessoas a fazerem o mesmo que vêem na televisão.
Por fim, quero só reiterar que tinha o Expresso na conta de jornal sério mas, de quando em vez, sofro uma dolorosa desilusão.
A semana que passou não foi muito fotogénica mas, ainda assim, aqui fica a foto da semana
Trata-se de uma instalação artística do francês Cyril Lancelin que recebe os visitantes do Centro Comercial Freeport em Alcochete. Mesmo com o desconfinamento, tenho frequentado pouco estes espaços mas passei por lá para comprar umas peças básicas e dar um voltinha num espaço comercial ao ar livre.
Eu consigo compreender a postura dos empresários e funcionários dos centros comerciais e das grandes superfícies que abriram ontem. Estiveram 3 meses sem trabalhar e isso representa um prejuízo significativo. Ontem os clientes foram recebidos com pompa e circunstância que se notavam nos balões, palmas e música que aguardavam as pessoas à porta. Só não percebo a ânsia das pessoas que foram às compras logo no primeiro dia. A mim não me apetece nada ir enfiar num centro comercial. Actualmente prefiro o comércio de rua. Já bem basta ir ao supermercado porque temos que continuar a comer. Achei graça às pessoas que responderam aos jornalistas: "Ah e tal, já estávamos há muito tempo sem sair de casa por isso viemos aqui". Se me disserem que vão à praia ou passear num jardim porque estão fartos de estar em casa ainda se compreende. Agora sair de casa para nis enfiarmos noutra "casa" só que maior e com lojas, não percebo. Mas seja como fôr, espero que tenha ido ontem a correr às "mecas" do consumo tenham realmente feito compras. A economia tem que continuar a rolar.
Esta manhã andei a passear pelo Amoreiras Shopping Center. Já há algum tempo que não passava por lá. Este foi o primeiro grande centro comercial português e faz 30 anos em Setembro que foi inaugurado. A sua arquitectura ainda hoje dá nas vistas. As Amoreiras, como sempre foi conhecido, alterando para sempre o perfil da cidade. Uma mancha de cor e brilho no cinzentismo do país. Gostei de andar por aqueles corredores. Foi o primeiro centro comercial a que eu fui quando já andava na faculdade muito antes de existir o Colombo, o Vasco da Gama ou o Dolce Vita Tejo.
Este centro comercial direccionou-se mais para as classes média alta e alta o que se nota pelas lojas que lá existem. O ambiente é sossegado e agradável. Acabei por não fazer muitas compras. Fiquei-me por 2 livros, cintos e 1 blusa. Pela primeira vez na vida, comprei 1 peça de roupa na Bershka o que não é fácil com o meu IMC a rasar os 25. Foi esta:
Só não vou usar com calções assim tão curtos, naturalmente.