Durante alguns dias consegui ir escapando às notícias sobre o caso da menina, Jessica de seu nome, que foi brutalmente assassinada em Setúbal. Mas não foi fácil. Mesmo quando não vejo espaços noticiosos na televisão, as notícias vão aparecendo no telemóvel. Eu até costumo ser resistente a este tipo de situações, houve uma altura em que via as crónicas criminais dos programas da manhã enquanto almoçava. No entanto, esta história ultrapassa todos os limites do horror. É demasiado escabrosa até para mim.
É inacreditável como acontecem estes casos no séc. XXI. Como é que há quem acredite em bruxaria? Como é que as crianças continuam a ser tratadas como objectos que podem ser transacionados? Que sociedade estamos a construir se permitimos que os seus elementos mais frágeis e indefesos sejam sujeitos a este tipo de sevícias?! É preciso reflectir sobre o trabalho desenvolvido pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens. Quando surgem estes casos, parece que as acções da CPCJ são, claramente, insuficientes. Mas é preciso perceber se os meios de que dispõem são os adequados.
Uma sociedade que não é capaz de defender as suas crianças é uma sociedade falhada.
Só o Pedro Dias para ofuscar a Hillary Clinton e o Donald Trump.
Então o homem é procurado durante 28 dias e, de repente, chama a RTP (e a Polícia Judiciária mas isso são pormenores) para se entregar quase em directo?! E entrega-se nas condições que ele próprio determina. Depois de dar uma entrevista em exclusivo à Sandra Felgueiras?! E depois destes dias todos em fuga aparece de barba feita, cabelo cortado, com a roupa toda arranjadinha?! Dizendo que andou pelas serras, comendo nozes e castanhas, chegando a nadar no rio Douro?! Sim, pois. Que história tão mal contada.
Aparentemente, houve uma série de pessoas envolvidas nesta combinação.
Segundo diz a jornalista, ele afirma-se inocente, perseguido pela GNR e que só quis salvar a vida porque acreditava correr risco de vida.
Como se não bastasse ainda lança suspeitas sobre o militar da GNR que sobreviveu aos acontecimentos da madrugada de 11 de Outubro.
Pelo que me parece, os advogados que o defendem são muito competentes. Arranjaram este argumento digno de Hollywood para o suspeito aparecer como herói. Também achei mal explicado porque é que os advogados contactaram o director da Polícia Judiciária. Não era suficiente ligar à Polícia Judiciária da Guarda?! Tudo muito estranho.
Já agora, tenho a dizer que se eu visse este homem
Nunca diria que era este
Resta aguardar pelo decorrer do processo para ver o que se conclui.
P.S. - e o que sentirão os familiares das vítimas com todo este Carnaval.