Ontem o Sapo teve a simpatia de destacar o meu post sobre o falecido Daniel Serrão entre os posts alusivos a Mário Soares.
Para além de agradecer à equipa do Sapo, gostaria de reflectir sobre os comentários que desencadeou. O destaque de blogs da página principal do Sapo faz com que o que escrevemos chegue a pessoas que, nornalmente, não seguem blogs. Quando começo a receber comentários de desconhecidos, vejo logo que "O voo da garça" aterrou por ali. Por coincidências da vida, calhou Daniel Serrão e Mário Soares morrerem no mesmo fim-de-semana. Então não é que os comentadores desataram a comparar a importância destas duas personalidades?! Para mim as pessoas não se podem comparar seja de que maneira for. No caso destas duas figuras portuguesas, cada um teve um papel muito importante na construção da nossa sociedade. Cada um à sua maneira, cada um no seu espaço e nas suas circunstâncias. Nenhum é maior que outro, são pessoas diferentes. Admirar um não é impedimento para admirar o outro. Paz às suas almas.
Hoje tinha pensado partilhar convosco alguns pormenores da viagem com que terminei o ano de 2016. Infelizmente, a actualidade atropelou a minha ideia inicial. Ontem o País perdeu mais um grande vulto. Para além de Mário Soares, este fim-de-seman perdemos também o médico Daniel Serrão. Quando penso em Bioética, o rosto que me surge é o de Daniel Serrão. Foi médico, investigador e médico sendo especialista em Anatomia Patológica e Bioética. Nesta área é considerado um precursor deste ramo da ciência no nosso país. Chegou a ser Presidente da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida durante 15 anos. Daniel Serrão mostrou-nos e ensinou-nos que a aplicação dos conhecimentos nas Ciência da Vida tem que, acima de tudo, respeitar a Vida. A Ciência tem qe ter alguns limites. Nem sempre se consegue ver a fronteira de modo nítido e Daniel Serrão ajudou-nos a ver melhor essa fronteira. O médico foi atropelado há cerca de 2 anos e nunca chegou a recuperar totalmente.
Os defensores da vida também morrem.
"Com a morte de cada homem termina um universo cultural especifico, mais ou menos rico mas sempre original e irrepetivel."