A Europa sofreu grandes alterações desde a minha infância. Lembro-me de ter um jogo em que tinha que encaixar os países europeus bem como as respectivas bandeiras. Eu já não achava o jogo nada fácil mas se fosse jogado agora ainda seria mais complexo. Quando eu era criança, ainda havia Checoslováquia, Jugoslávia e União Soviética. Depois caiu o Muro de Berlim e a Europa nunca mais foi a mesma e ainda bem. O colapso da União Soviética deu-se em 1991 dando origem a 15 repúblicas independentes. Sabe-se, hoje, que essa divisão não foi bem aceite por todos. A Checoslováquia dissolveu-se em 1992 dando origem à República Checa e à Eslováquia. Jugoslávia também se começou a desintegrar mais ou menos na mesma altura embora não tenha sido um processo doloroso já que a declaração de independência de algumas das repúblicas que constituiam este país deram origem à Guerra dos Balcãs que durou cerca de 10 anos. A Jugoslávia deu origem a 7 novos países.
Esta introdução toda para dizer que perceber a geografia europeia já é complexo o suficiente sem andarem, constantemente, a modificar os nomes dos países. Primeiro foi a Holanda que deixou de ser Holanda e passou a designar-se, oficialmente, por Países Baixos. E ontem, durante o jogo da Selecção Portuguesa de Futebol, fiquei confusa quando os comentadores se referiam a uma das outras equipas do grupo de Portugal como Chéquia. Chéquia?! O país mudou mesmo de nome ou os comentadores estavam só a poupar palavras?
Nas redes sociais, nomeadamente no Instagram, têm sido inúmeras as publicações sobre as várias campanhas de solidariedade para com a Ucrânia e para com os refugiados. Muitos influenciadores têm-se desdobrado participando nestas campanhas. A recolha de bens, muitas vezes organizadas pelas comunidades ucranianas que residem em Portugal, têm-se espalhado por todo o país.
Nos primeiros dias, também eu senti vontade de participar doando alguns artigos de primeira necessidade mas acabei por não o fazer. A minha ideia inicial modificou-se depois de ler alguns posts de quem já está ligado a ONG's há muitos anos. Pensem comigo, já imaginaram quanto custa enviar tantas toneladas de bens recolhidos para as fronteiras com a Ucrânia? São quase 4000 km. E será que a chegada destes artigos não irá atrapalhar em vez de ajudar? Não será mais equilibrado fazer um donativo em dinheiro para as instituições que já estão no terreno? O dinheiro permite que se adquira os bens mais próximos dos locais onde são necessários. Para quem tem receio de fazer donativos em dinheiro por tantas histórias de fraudes, a melhor opção é escolher uma instituição fidedigna e acima de qualquer suspeita como a UNICEF, por exemplo. Foi o que eu fiz.
Um dos pormenores que tenho visto discutido nas redes sociais é o facto de as pessoas se estarem a mobilizar para ajudar a população ucraniana mas não se preocuparem em ajudar as vítimas de todos os outros conflitos que continuam activos como o Afeganistão, a Síria ou a Palestina. Porque será que isso acontece? Provavelmente porque esta guerra está mais próxima de nós e porque já estamos a ser prejudicados a nível económico. Ou será que estes refugiados são mais "bonitos" do que aqueles que, nis últimos, têm arriscado a vida na travessia do Mediterrâneo e por isso somos mais empáticos? A conclusão que eu tiro é que somos, apenas, humanos. Se as imagens nos entram pela casa dentro, só se tivermos um coração de pedra é que não nos comovemos. Afinal, eu própria só me comecei a preocupar com os atentados quando começaram a acontecer na Europa. Temos que admitir que a Comunicação Social muito contribuí para estas reacções.
O ideal é começarmos a olhar para tudo isto com sentido crítico e percebermos que, em todo o Mundo, e também em Portugal, há pessoas de todas as idades em risco e a precisar de ajuda. Se calhar, teremos que pensar se está nas nossas possibilidades ajudar, seja no estrangeiro seja mesmo cá em Portugal, e escolher uma instituição para contribuirmos pontual ou regularmente. E percebermos que a solidariedade não é sobre nós mas sobre os outros, os que precisam.
A minha viagem de Verão terminou no sábado passado. Foi uma das viagens de que mais gostei, apesar das peripécias habituais. Aliás, como diz uma das minhas colegas, se as minhas viagens não tivessem peripécias nem tinham graça. Levei bastante tempo a organizar o percurso mas, se fosse hoje, já teria feito opções diferentes.
Quem me segue no Instagram, foi acompanhando algumas etapas da minha road trip mas, para quem não passou por lá, aqui fica um resumo:
Castelo de Peleş
1o dia - Chegada a Bucareste e Transilvânia. Passagem pelo Castelo de Peleş e Sighişoara
2o dia - Transilvânia com visita ao Castelo de Bran (também como Castelo do Drácula) e Brasov
3o dia - Viagem até Tulcea, cidade que fica no Delta do Danúbio
Delta do Danúbio
4o dia - Passeio de barco pelo Delta do Danúbio
Paragem numa pequena aldeia romena ainda na zona do Delta
5o dia - Viagem ao longo da costa do Mar Negro com passagem pelas estâncias balneares de Mamaia, Constanţa, Eforie e Mangalia.
6o dia - Continuação da viagem pela costa, atravessando a fronteira para a Bulgária. Passagem pela cidade de Varna e chegada a Sveti Vlas, próximo de Sunny Beach.
Olhando o Mar Negro, Sveti Vlas
7o dia - Visita à zona antiga de Nessbar* e viagem até Plovdiv, considerada a cidade mais antiga da Europa
Plovdiv, Capital Europeia da Cultura 2019
8o dia - Viagem até Veliko Tarnovo, capital medieval da Bulgária com visita a Damascena, destilaria/museu no Vale das Rosas
Tsaverets, Veliko Tarnovo
9o dia - Regresso a Bucareste para apanhar o avião, com paragem em Pyce/Ruse, cidade fronteiriça, e passagem da fronteira Bulgária - Roménia
Filmando os jogos de água no centro de Bucareste
Já tinha estado nestes 2 países há 2 anos mas não correu muito bem. Nesta viagem senti-me reconciliada com a Roménia e a Bulgária e comecei a olhar para estes países de maneira diferente.
Num próximo post, vou dar algumas dicas sobre viagens nestes países, incluindo aquilo que podia ter organizado de maneira diferente.
*A parte antiga fica num promontório e liga-se à parte nova por uma estreita língua de terra. Em Nessbar encontram-se ruínas da época bizantina.
Esta semana, a Europa voltou a enfrentar uma onda de calor. Portugal tem escapado. Poucas semanas passaram desde as temperaturas recorde atingidas no passado mês de Junho. Desta vez, até o transporte ferroviário foi afectado levando as autoridades a apelarem às populações para que adiem as viagens. Depois de terem sido atingidas temperaturas recorde, houve uma descida abrupta da temperatura assim como tempestades com queda de granizo. Até o Tour de France foi afectado com a inesperada interrupção da etapa de ontem e o encurtamento da etapa de hoje, tudo devido ao mau tempo.
Nos Alpes Suíços, um glaciar derreteu provocando uma enxurrada de água que atingiu a cidade de Zermatt.
Países como a Alemanha e a Bélgica enfrentam situações de seca pouco habituais.
Até o Círculo Polar Ártico foi atingido com mais de 100 incêndios florestais
"Em muitas das zonas mais remotas do Alasca, Sibéria e Gronelândia ardem hectares e hectares de floresta. O círculo polar ártico representa uma das regiões mais sensíveis para o equilíbrio da Terra. Os fogos emitiram um volume recorde de dióxido de carbono. As primeiras estimativas apontam para que o fumo tenha coberto uma área de 2 milhões de quilómetros." Euronews
Mesmo com todos estes acontecimentos, ainda há quem não acredite no aquecimento global, incluindo aquele louco que vive na Casa Branca em Washington.
Hoje arranca a campanha eleitoral para as Eleições Europeias. Em Portugal ocorrem a 26 de Maio. Se a abstenção já é grande nas outras eleições, nestas costuma ser enorme. Isso é muito mau sinal a respeito da saúde da nossa democracia. Porque é que se deixa que os outros escolha por nós?! A maioria dos portugueses acha que estas eleições nada têm que ver com o seu dia-a-dia mas não podiam estar mais enganados. As decisões europeias são preponderantes para a nossa vida e é por isso que estas eleições são muito importantes. É verdade que a classe política não é muito bem vista por uma grande parte dos portugueses. Por vezes, quando ouvimos um candidato, é difícil perceber qual é o seu programa porque alguns ocupam a maior parte do tempo a atacar/acusar os adversários.
Para podermos votar em consciência é preciso procurar conhecer os programas eleitorais, os princípios que cada candidato manifesta e os seus planos para o projecto europeu. Se calhar, é preciso procurar bem mas encontram.
Eu, da minha parte, tenho assistido ao programa "Debates europeias 2019" na RTP. Se não viram, está disponível na RTP Play. A TSF também tem feito uma boa cobertura da pré-campanha com entrevistas aos principais candidatos. Esta rádio tem transmitido uma pequena rubrica, depois das 7h30m, chamada "Sabia que..." na qual divulga factos e informações relacionadas com a União Europeia. A rubrica está disponível em site da rádio. A informação existe. Há que saber procurá-la.
Eu sou europeísta convicta. Apesar de tudo, o país colheu muitos benefícios com a adesão à antiga CEE. Eu vejo como portuguesa mas também como cidadã europeia.
Dia 26 de Maio, o nosso futuro conta convosco. Não se esqueçam de votar.
Parece que o nosso país acordou, agora, para a discussão sobre o fim da mudança da hora. A consulta pública sobre o tema já decorreu há algumas semanas, talvez meses, e pouco ou nada se falou sobre o assunto. Eu descobri, por acaso, ao ler uma crónica que vi na newsletter de um jornal português. Participei e fiz parte dos 0,03% de portugueses que votaram. Votei pelo fim da mudança, ou seja, para que o chamado Horário de Verão fique durante todo o ano. Se pensei muito nisso? Possivelmente, não. Não pensei no efeito que essa possibilidade iria ter no início do dia. Fixei-me apenas no fim do dia. É muito deprimente quando anoitece às 17h. Ficamos sem vontade de fazer seja o que for no final do dia. No entanto, sou sensível ao argumento que surgiu agora de que precisamos de luz solar para acordar por completo e, ao se acabar com o Horário de Inverno, implicaria o nascer do sol depois das 8h. A essa hora já muitas pessoas têm que estar a trabalhar e as crianças já estão quase a começar as aulas. Se calhar, se votasse agora, até pensaria de outra forma e mudaria o sentido de voto. O que, na verdade, não mudaria nada. Afinal, a minha opinião inicial estava em linha com a maioria dos 4,6 milhões de europeus que participaram. A verdade é que destes europeus participantes, 3 milhões eram alemães. Ao que parece, na Alemanha o assunto foi amplamente discutido. No fim, vence sempre a Alemanha.
Basicamente, as consultas públicas da União Europeia, bem como de outras entidades, deviam ter uma maior divulgação e esclarecimento. Só com esclarecimento podemos optar por aquilo que consideramos mais correcto. Os instrumentos para que os cidadãos participem nas decisões comunitárias e nacionais existem mas poucos sabem disso. Agora, será que se a divulgação fosse maior, a participação também seria mais significativa?!
Este pequeno retângulo à beira-mar plantado está mesmo numa maré vendedora. Depois de Guterres para a ONU, do Europeu de Futebol, do Europeu de Futsal, do Festival da Eurovisão e das inúmeras vitórias e destaques na área do turismo and soon and soon, agora ganhámos mais uma competição. Desta vez foi uma árvore portuguesa que ganhou o título de Árvore Europeia do Ano de 2018. Para ser franca só ouvi falar deste concurso há pouco tempo, desde que o sobreiro português "O assobiador" era um dos favoritos para a vitória.
Com esta iniciativa pretende-se premiar árvores que contam histórias nos vários países da Europa.
"O assobiador" já foi inscrito como o o maior sobreiro no Livro do Guiness, tem 234 anos e deve o seu nome ao som entoado pelas inúmeras aves que se acolhem nos seus ramos.
Espero que estas iniciativas sejam aproveitadas para chamar a atenção para a necessidade de cuidar bem das nossas árvores.
Este é um post que nunca pensei escrever. PORTUGAL acaba de ganhar o Festival da Eurovisão. Quantas vezes desejei ouvir: Portugal twelve points?! Hoje, dia 13 de Maio, foi o dia. Obrigada Salvador e Luísa Sobral. Parabéns por terem levado esta música ao coração da Europa. Muito obrigada.
E fiquem, novamente, com esta voz de anjo:
E agora Portugal recebe o Festival da Eurovisão no próximo ano.
Hoje celebram-se 60 anos dos Tratados de Roma através do qual se constituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE) e que mais tarde deu origem à actual União Europeia (UE). Portugal aderiu à CEE em 1986 ao mesmo tempo que a Espanha. Muito mudou ao longo destes 60 anos. Começou com 6 membros e foi-se alargando até ter 28 membros. Agora, com o Brexit, seremos apenas 27. Os últimos anos têm sido muito complicados e muitos adivinham já a sua implosão. Com a crise das dívidas soberanas, a austeridade, a crise dos refugiados, o ressurgimento de movimentos populistas e xenófobos e, principalmente, com o Brexit, os alicerces têm tremido e muito. Tem-se aproximado mais de uma DesUnião Europeia.
Não se pode negar que a qualidade de vida dos europeus melhorou muito ao longo deste tempo, felizmente. Entre as várias melhorias que têm sido observadas nos países que constituem a UE, uma das coisas que melhorou foi a esperança média de vida que passou de 67 anos para 81 anos. A União Europeia chegou aos 60 anos. Se fosse uma pessoa qual seria a sua esperança média de vida?