Se há coisa que me irrita é um utente entrar na farmácia a falar ao telemóvel. E estar ao telemóvel durante todo o tempo do atendimento. Mas nunca me tinha acontecido o que me aconteceu aqui há dias. No mesmo dia vi-me metida no meio de 2 conversas telefónicas diferentes.
Primeiro foi uma jovem que me passa o telemóvel para eu ver os códigos de acesso à receita em papel mas não desligou a chamada. Ou seja, o telemóvel estava na minha mão e a pessoa do outro lado continuava a falar, a falar... Acho que nunca tinha digitado aqueles números tão depressa para poder devolver o aparelho.
Mais tarde, atendi uma mãe que vinha aviar um antibiótico para a bebé que tinha deixado a dormir no carro... A dada altura, atende o telemóvel, penso que era o pai da criança. Então vai contando o resultado da consulta... em alta voz. Quando pergunto em que NIF quer a factura, os pais da bebé doente "discutem" em que nome seria a factura sempre em alta voz e eu ali, praticamente no meio da conversa.
Mas porque é que as pessoas não sabem usar o telemóvel? Será que acham, que quando falam ao telemóvel, estão metidos numa cabine telefónica e que ninguém está a ouvir?!
O que eu gosto de atender pessoas com o auricular na orelha. Vêm à farmácia para ser atendidos mas estão, ao mesmo tempo, a falar com alguém ao telemóvel. Depois fazem perguntas e eu fico sem perceber se estão a falar comigo ou com a pessoa do outro lado. Foi assim o último atendimento do meu primeiro dia de trabalho. Já passava das 20h, a porta já estava fechada e até já se tinha desligado a maioria das luzes. E o utente continuava, com toda a calma, a consultar a pessoa que estava a falar no seu ouvido e não se decidia. Tão bom para terminar o dia, não acham?!
Irrita-me que as pessoas peçam recibo por todas as despesas mesmo as mais insignificantes. Por exemplo, no supermercado irrita-me profundamente, especialmente se tiver pressa. Então as pessoas ainda não perceberam que é tão fácil atingir o valor máximo das despesas gerais familiares só com as contas da luz, da água, do telefone, (etc...)?!
Uma das notícias de hoje foi a divulgação de um estudo da Fundação Belmiro de Azevedo (quantas fundações existem neste país?) que indica que os cursos superioriores reproduz as desigualdades sociais. Ou seja, os alunos de estratos sociais mais elevados frequentam cursos de maior prestígio e para os quais são necessárias notas mais elevadas. Os alunos com maiores dificuldades económicas não conseguem entrar nesses cursos e acabam por frequentar politécnicos. Não sei qual foi o método utilizado para chegar a esta conclusão nem se os resultados podem ser generalizados para todos os portugueses.
Este tipo de estudos irritam-me profundamente. Parece que estamos a dizet aos alunos mais carenciados que não vale a pena sonharem com um curso de Medicina ou de Engenharia porque nunca lá vão conseguir chegar. É destruir os sonhos das pessoas e convencê-las de que "quem nasceu lagartixa, nunca chegará a jacaré". Eu acredito que é possível lutar contra as circunstâncias se isso for a nossa vontade. Afinal, eu nasci numa família humilde, passei por dificuldades e fui bolseira mas consegui entrar num curso superior, numa faculdade da Universidade de Lisboa, e para o qual era preciso ter uma média alta (pelo menos na altura). Consegui subir alguns degraus na escada social porque a minha família sempre ensinou que estudar é muito importante mesmo que para isso seja preciso fazer sacrifícios. Foi assim que eu consegui e, na minha opinião, qualquer um pode conseguir realizar os seus sonhos. Basta esforçarem-se e superarem as dificuldades que vão surgindo.
Na farmácia onde trabalho, temos 1 casa de banho perto da zona de atendimento. Tentamos que o acesso não seja indiscriminado mas há alguns utentes que já sabem que ela existe. Não me incomoda que as pessoas utilizem a casa de banho até porque a equipa utiliza outra. O que me irrita é haver tanta gente que deixa a luz acesa. Ora se têm que acender a luz quando entram na casa de banho depois esquecem e pensam que se apaga automaticamente ?
Nota-se que saio pouco quando acho estranho que a Pizza Hut já não tenha o buffet de saladas. Imagino que deve ter desaparecido há anos mas eu só dei por isso ontem. As pizzas são muito piores do que me lembrava. E, já agora, também não achei graça a que me trouxessem 1 sidra com sabor (Somersby blackberry) sem me perguntarem se eu queria com sabor. Para mim, sidra é de maçã e mais nada. Era o mesmo que o vinho ter sabor a alperce, por exemplo .
Quando não se tem tema, fala-se do tempo, não é verdade? Sou só eu que acho que a meteorologia está esquizofrênica? Pensava eu que já podia deixar as roupas de Inverno e, afinal, o tempo frio volta hoje?! Já vi pessoas de alças, mangas curtas e sandálias e outras que ainda não largaram os sobretudos. Parece que estas últimas é que tinham razão. A chuva faz falta mas o frio era dispensável .
Ontem cheguei depois das 20h30m a casa. Na minha rua não havia lugar para estacionar o carro. Tive que ir à procura de lugar noutro sítio. Assim que estou, finalmente, a chegar a casa, há um lugar que vaga mesmo em frente da porta. Isto acontece quase todas as vezes que chego mais tarde. É ou não é irritante?!
Ontem fiz una pequena brincadeira e deixei aqui uma pergunta à comunidade sapense . Muito obrigada aos simpáticos colegas de plataforma Joana Marques, Marta Elle, Maribel Maia e P.P. que tiveram a amabilidade de responder. Lamento informar que estavam todos errados. A resposta certa era a
e) Telefonam para as todas as farmácias, às 2h da madrugada, e se alguma atende, perguntam: "Está de serviço?" arriscando-se a que, do outro lado, respondam: "Não, eu gosto tanto do meu emprego que passo cá a noite!"
Pelo menos foi o que aconteceu no meu último serviço. Quer dizer não sei se a pessoa ligou para todas as farmácias mas acho graça imaginar que sim.
E também não respondi daquela maneira. Ou melhor, não disse mas pensei . Pensando bem, se eu estivesse a dormir, o que só acontece lá pelas 4h/5h da manhã, acordava com o telefone e assim estava bem desperta quando a pessoa chegasse.
Se precisarem de saber qual é a farmácia de serviço, como é que fazem:
a) Consultam o Sapo Farmácias
b) Consultam outro site informativo sobre as farmácias de serviço
c) Consultam o teletexto (hum, será que ainda existe?)
d) Vão a uma farmácia para consultar a escala da vossa área de residência
e) Telefonam para as todas as farmácias, às 2h da madrugada, e se alguma atende, perguntam: "Está de serviço?" arriscando-se a que, do outro lado, respondam: "Não, eu gosto tanto do meu emprego que passo cá a noite!"