No tempo pré-Corona, era habitual ir tomar um café matinal aos cafés da zona. Às vezes até se aproveitava para apanhar sol na esplanada. Obviamente, agora isso não é possível mas uma mesinha na varanda, café de cafeteira e bolo caseiro pode ser uma boa alternativa.
A experiência de isolamento social já começa a cansar, não é verdade? Não se vê a luz ao fundo do túnel. Estamos a ficar viciados em noticias sobre quarentena, covid-19 e outras que tais. Assim não há sanidade mental que resista. Quem me conhece sabe que a minha profissão faz com que eu não esteja em isolamento absoluto mas a ansiedade também me atinge. Por isso vou sugerir algumas estratégias para nos aliviar a pressão no peito.
Ouvir música - os músicos, e todos os que trabalham na área musical, sofrerão bastante com toda esta situação uma vez que os espectáculos ao vivo são a sua grande fonte de rendimento. Assim o mínimo que se pode fazer é ouvir os seus trabalhos. Por exemplo:
- Cláudia Pascoal lançou, nas plataformas digitais, um disco muito alegre que me tem acompanhado nas deslocações para o trabalho.
- O disco Madrepérola da Capicua também vale a pena ouvir porque está fantástico, as letras dela são muito boas. Capicua é uma excelente poeta que brinca com as palavras como ninguém. Foi com ela que aprendi a gostar de hip hop.
Podcasts - Embora muitos deles estejam "contaminados" com o coronavirus, há alguns bem engraçados. Eu sigo no Spotify mas penso que também se podem encontrar no iTunes e no Soundcloud. Os meus preferidos são:
- Terapia de Casal do Guilherme Fonseca e da Rita da Nova. Já existe há algum tempo e como o próprio nome indica dão "conselhos matrimoniais" muito engraçados. Obviamente sem base científica mas baseados na sua própria experiência e opinião.
- Sem Barbas na Língua do barbudos, Hugo Gonçalves, escritor, e Guilherme Duarte, humorista. Nos episódios da passada semana, contaram com a colaboração de 2 especialistas em saúde pública.
- Ponto Final, Parágrafo - Este podcast é animado pela jovem Magda Cruz e como se pode perceber o tema central é literatura. Antes do isolamento social, ela entrevistava um convidado sobre os seus gostos literários. Agora teve que se reinventar mas é possível ouvir os episódios anteriores que são bem interessantes.
O mundo está mesmo virado do avesso. Há bem pouco tempo, reclamava-se que as pessoas, principalmente as crianças e os jovens, tinham uma vida sedentária e passavam o tempo na internet nas mais variadíssimas redes sociais. Em certos países, as relações humanas já eram predominantemente à distância de um clique em vez de serem à distância de um abraço. Agora até se estimula que se sirvam das mesmas redes sociais diabolizadas para manterem o contacto com os outros, uma vez que o contacto físico de proximidade está contra indicado. Não dá para compreender.