Esta estranha edição dos Jogos Olímpicos já serviu, pelo menos, para pôr o mundo a falar de doença mental e da pressão a que os atletas estão sujeitos.
Simone Biles é uma fantástica ginasta americana que não deixou de o ser por ter desistido de continuar em competição, pelo menos em 2 das finais onde iria participar. Há quem lhe aponte a desistência por ter falhado a saída do exercício que estava a executar. E se ela, não estando no seu melhor a nível psicológico, tivesse insistido e se tivesse magoado fisicamente?! Já não era uma desistente, voltava a ser uma heroína?
Até quando continuaremos a achar que a saúde mental é menos importante do que a saúde física? Pelo que se sabe, a pandemia veio despoletar, ou agravar, a doença mental a nível global. Os atletas que se preparavam para participar nos Jogos Olímpicos em 2020 tiveram que adaptar a sua preparação e alguns enfrentaram mesmo a Covid-19, provavelmente com algumas sequelas a nível físico. É muito fácil estar de fora, nunca ter feito qualquer tipo de exercício nem os sacrifícios a que estas pessoas estão sujeitas, e exigir "medalhas, recordes, mais medalhas, mais superação". O mais natural é, de vez em quando, alguém não aguente a pressão e precise de parar. Se calhar, devíamos fazer o mesmo na nossa vida quotidiana. É preciso perceber que os super heróis só existem na ficção.
Desejo que a jovem Simone Biles consiga enfrentar os seus demónios e recupere para que voltemos a contar com a sua alegria e o seu sorriso enquanto nos maravilhava com a espectacularidade quando conseguia pôr o seu corpo a "voar".
Acho piada a, de 4 em 4 anos, fazer de conta que percebo alguma coisa de desporto. Vamos lá ver, eu nem sei quanto mede a pista de atletismo. Não percebo mas gosto de ver especialmente porque estes desportistas fazem coisas que eu nunca faria. Nunca tive jeito para desporto seja ele qual for. Tenho até, como mancha no meu percurso escolar, um 2 em Educação Física. As minhas transmissões preferidas são as provas de natação e de ginástica. Acho fantástico o que aquelas pessoas são capazes de fazer. Também vejo, às vezes, o atletismo. Lembro-mo dos triunfos do Carlos Lopes e da Rosa Mota. Mas esses são tempos que já lá vão. Ontem assisti à eliminatória da prova de Triplo Salto feminino. Lá está outro desporto difícil de entender. Nunca percebo bem como é que medem o salto mas enfim... É um desporto engraçaco, parece uma brincadeira de crianças mas, imagino, que os treinos não são brincadeira nenhuma. Isto tudo para dizer que as representantes portuguesas, Patrícia Mamona e Susana Costa, fizeram história ao se qualificarem para a final. Primeiro porque nunca Portugal tinha chegado à final do Triplo Salto feminino e porque vamos logo com 2 atletas. História dupla no Triplo Salto. As atletas tém um estilo muito diferente. Patrícia Mamona é, toda ela, elegância. Reparem que ela faz as provas maquilhada. Eu já achava que ela aparecia sempre muito bem maquilhada mas nunca tinha reparado que isso até acontecia nas provas. Uma atleta muito feminina. Susana Costa tem um ar muito desengonçado, basta ser mais alta, e parece ter uma superstição, antes de partir para o salto dá uma série de chapadas a ela própria. Seja qual for o estilo, a verdade é que estão na final, seja qual for o resultado já chegaram muito longe. E foi muito bonito, o abraço que deram no fim do apuramento. Esta deve ser a imagem do desporto olimpíco, adversárias mas com amizade.