Nunca tinha acompanhado o programa de talento vocal da RTP1, The Voice Portugal. Por vezes via alguns momentos durante a hora de almoço porque tenho colegas que costumavam assistir.
No passado domingo terminou a última edição e eu vi quase todos os programas. O vencedor, Luís Trigacheiro, chamou-me logo a atenção na Prova Cega quando cantou, com emoção, a música "As Mondadeiras". Ao longo das semanas, foi sempre um dos meus favoritos embora reconheça que ficaram pelo caminho excelentes vozes. Como é óbvio, fiquei muito contente pelo jovem alentejano ter vencido.
Luís Trigacheiro e Marisa Liz, a sua mentora
Logicamente, não se pode agradar a toda a gente e o sistema de escolher o vencedor por votação telefónica pode ser injusto. É possível que ganhe o concorrente mais popular, ou que consiga mobilizar mais pessoas, e que a melhor voz seja derrotada.
É compreensível que os fãs dos outros concorrentes reajam mal à derrota do seu ídolo. Vi comentários muito desagradáveis nas redes sociais. Mas o que me incomodou mais foi ter lido que Luís Trigacheiro é simpatizante do partido "Chega" e que era inadmissível que um fascista ganhasse a competição.
Não faço ideia de quais são as opiniões políticas deste rapaz mas também não tenho a certeza que isso importe. Não acompanho essa suposta simpatia por tal partido, antes pelo contrário, mas isso em nada influencia o meu gosto musical.
Aqui há tempos também houve um grande alarido porque Samuel Úria ter sido um dos signatários de uma carta aberta da Direita Portuguesa contra o mesmo partido. Nessa altura deu-se mais importância ao facto do músico ser de Direita do que ao conteúdo da carta.
Será que temos que elaborar as nossas preferências culturais consoante a postura política dos agentes culturais? Se um músico, um escritor ou um actor for de direita ou de esquerda, isso determina se tem mais ou menos talento? E isso influencia o nosso gosto pessoal?
Como é Natal, esta 2a feira vou partilhar 2 vídeos natalícios muito especiais.
O primeiro é do jovem Noble com a participação de Zé Manel, Syro, Meestre e Gabriela Couto. A música é muito doce, ao estilo dos mais conhecidos temas de Natal. As receitas obtidas destinam-se ao apoio da Fundação Ronald Mcdonald. Esta Fundação tem como propósito ajudar as famílias que têm crianças em tratamento ou internadas em serviços hospitalares.
E, de seguida, o vídeo de Natal mais louco de sempre. David Fonseca, sempre surpreendente
Não se deixem enganar pelo título. Hoje não vou apresentar nenhuma música. Até porque hoje é domingo e, por aqui, música é só à 2a feira .
Gostaria que reflectissem comigo sobre o seguinte?
Porque é que as músicas de Natal soam melhor em inglês? Pensem em quantas músicas de Natal em português.
Pouco mais que 1, não é?
E em inglês? Pois, têm razão. Imensas. Fazem parte do nosso imaginário comum. Será, mais uma vez, a hegemonia da cultura anglo-saxónica que absorve todas as outras culturas?
Numa altura em que se começam a abrir brechas entre o Governo de João Lourenço e o povo angolano, Aline Frazão lança esta belíssima canção em que fala do "reino de lata com brilho de prata" e que pergunta "quem foi que desfez tudo aquilo que nós combinámos?". E canta este poema de intervenção, penso que se pode identificar assim, com uma voz doce e quente. Lindo
Como tema musical para começar a semana escolhi um vídeo muito especial
Rogério Charraz canta uma música sobre o amor e sobre envelhecer juntos. O vídeo conta com a brilhante participação de 2 dos melhores actores portugueses, Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz, ambos com mais de 90 anos e figuras marcantes da representação em Portugal no séc XX mas também XXI.
Há um álbum que tem tocado muito no meu spotify. Trata-se de "O tempo vai esperar" d' Os Quatro e Meia. É um trabalho divertido que dispõe bem logo pela manhã. Uma das músicas que canto a plenos pulmões enquanto conduzo é esta
Mulheres desta blogosfera, fujam de homens assim .