A feminilidade e a maternidade também podem ser tóxicas?
Muito se tem falado da masculinidade tóxica mas será que também há feminilidade tóxica? Passo a explicar a razão da minha pergunta. Na minha prática profissional, enquanto farmacêutica, já há muito que reparo que há pais que não têm independência de tomar decisões sobre os seus filhos sem consultar as mães das crianças. Felizmente não são todos. Ou seja, quando vêm adquirir medicamentos ou outros produtos para os filhos, e é preciso fazer uma escolha, há sempre um telefonema para as mães.
O último exemplo é o seguinte:
O médico tinha prescrito um soro de hidratação do qual existem 2 sabores, limão e groselha. O pai estava na farmácia mas foi a mãe que escolheu o sabor, à distância de uma chamada telefónica. Porque é que o pai não conhece o filho suficientemente para fazer uma opção tão simples?
Será que é o pai que é desligado da função ou será que é a mãe que não deixa o pai partilhar os cuidados do filho porque se acha mais capaz do que o companheiro? Até quando é que se considerará os cuidados dos filhos como principal responsabilidade da mãe e o pai como mero ajudante? De que lado virá a perpetuação destes papéis tradicionais? Dos homens ou das próprias mulheres que chamam a si estas funções sem os deixar assumir o seu papel de pai?