Hora de Verão para sempre
Parece que o nosso país acordou, agora, para a discussão sobre o fim da mudança da hora. A consulta pública sobre o tema já decorreu há algumas semanas, talvez meses, e pouco ou nada se falou sobre o assunto. Eu descobri, por acaso, ao ler uma crónica que vi na newsletter de um jornal português. Participei e fiz parte dos 0,03% de portugueses que votaram. Votei pelo fim da mudança, ou seja, para que o chamado Horário de Verão fique durante todo o ano. Se pensei muito nisso? Possivelmente, não. Não pensei no efeito que essa possibilidade iria ter no início do dia. Fixei-me apenas no fim do dia. É muito deprimente quando anoitece às 17h. Ficamos sem vontade de fazer seja o que for no final do dia. No entanto, sou sensível ao argumento que surgiu agora de que precisamos de luz solar para acordar por completo e, ao se acabar com o Horário de Inverno, implicaria o nascer do sol depois das 8h. A essa hora já muitas pessoas têm que estar a trabalhar e as crianças já estão quase a começar as aulas. Se calhar, se votasse agora, até pensaria de outra forma e mudaria o sentido de voto. O que, na verdade, não mudaria nada. Afinal, a minha opinião inicial estava em linha com a maioria dos 4,6 milhões de europeus que participaram. A verdade é que destes europeus participantes, 3 milhões eram alemães. Ao que parece, na Alemanha o assunto foi amplamente discutido. No fim, vence sempre a Alemanha.
Basicamente, as consultas públicas da União Europeia, bem como de outras entidades, deviam ter uma maior divulgação e esclarecimento. Só com esclarecimento podemos optar por aquilo que consideramos mais correcto. Os instrumentos para que os cidadãos participem nas decisões comunitárias e nacionais existem mas poucos sabem disso. Agora, será que se a divulgação fosse maior, a participação também seria mais significativa?!