Os criadores, seja de arte, música ou literatura, são, obviamente, influenciados por tudo aquilo que se passa à sua volta. Já em 2017, Pedro Abrunhosa nos brindou com uma tocante canção inspirada pela tragédia dos incêndios. Agora foi a experiência de confinamento, as cidades vazias, o distanciamento que inspiraram esta maravilhosa "Tempestade"
Pedro Abrunhosa deu-nos a conhecer mais uma belíssima canção sobre o amor. O vídeo é maravilhoso e conta com a participação de alguns mexicanos, pessoas reais, que tornam a história ainda mais rica.
Costuma-se dizer que o Natal é a festa da família. E quando a família vai ficando mais reduzida porque, pela lei da vida, vamos perdendo aqueles que amamos? Como lidar com isso?
Eu perdi o meu pai poucos meses antes do Natal e não tenho nenhuma memória do Natal desse ano, absolutamente nenhuma. De uma coisa tenho a certeza, foi o Natal mais triste da minha vida.
Quando perdemos alguém que estava muito presente nestes momentos, nunca mais olhamos para o Natal da mesma maneira. Podemos voltar a festejar mas faltará sempre aquele lugar na mesa.
Neste blogmas em que reflicto sobre a ausência daqueles que amamos, principalmente nesta época, quero lembrar e prestar homenagem a todas as famílias que sofreram e sofrem, ainda, com os incêndios de Junho e Outubro. Tenho muita dificuldade em escutar as suas histórias sem começar a chorar. Todos os dias são difíceis mas estes, em que por todo o lado se sente um ambiente alegre e festivo, devem ser particularmente difíceis. Porque enquanto uns se preocupam com aquilo que vão ter na mesa da consoada, outros nem têm nem mesa nem tecto. Enquanto uns se afadigam a comprar presentes, outros choram a perda de pais, filhos, avós, netos, irmãos, amigos...
Ontem ouvi a nova música de Pedro Abrunhosa, "Meu querido filho tão tarde que é". Não é uma música de Natal mas é uma música sobre o amor e a perda. E o mais importante no Natal é o amor que nos une. Foi esta música que me inspirou a escrever sobre aqueles que já partiram. Nós não os vemos mas eles estão connosco na consoada, vivos nas nossas memórias, nas histórias que se contam e no nosso coração:
"Chama por mim, lá da porta do céu/ninguém cala a dor de uma mãe que perdeu"