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O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

10
Jul19

Fui para fora... cá dentro

Charneca em flor

Desde há 5 anos que festejo o meu aniversário com uma viagem em modo "vá para fora cá dentro". Foi assim que descobri a zona de centro de Portugal, essa zona tristemente conhecida pela tragédia do incêndio de 17 de Junho de 2017 e pelas suspeitas de corrupção na reconstrução das casas destruídas. No fim-de-semana que passou voltei a essa zona. Desta feita passei pelo concelho de Proença-a-Nova, por Oleiros e acabei a almoçar na aldeia de Mosteiro, concelho de Pedrógão Grande. Como já disse aqui e aqui, a verdadeira solidariedade para com estas populações é visitá-las, passar lá bons momentos, em suma, fazer circular a economia.

As temperaturas não estavam convidativas a um mergulho nas frias frescas águas das praias fluviais mas vimos bonitas paisagens e descansámos. Infelizmente os sinais dos incêndios ainda são visíveis mas ainda há encostas de um  verde impossível de reproduzir. 

No sábado estivemos na Praia Fluvial da Fróia e na Praia Fluvial do Alvito da Beira, ambas no Concelho de Proença-a-Nova. Almoçamos em Oleiros e depois fomos até ao Alojamento Turístico de São Torcato Moradal.  Como o nome indica, localiza-se na aldeia de São Torcato na Serra do Moradal, concelho de Oleiros.

Depois de descansámos um pouco e aproveitámos a piscina. Não sei de onde vinha mas a zona da piscina tinha um agradável aroma a fruta madura.

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No domingo, depois de um agradável pequeno-almoço, de um passeio pela aldeia de São Torcato e depois de conversarmos com a actual proprietária do alojamento, fomos à procura da Cascata da Fraga da Água d' Alta. Foi uma aventura porque a cascata não está muito bem assinalada. Tem uma placa na estrada mas depois não tem mais indicações. Chega-se a 2 caminhos possíveis, um para a direita e outro para a esquerda. Escolhemos, precisamente, o caminho errado e foi um sarilho para a encontrar. Mas valeu a pena

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Estava a chegar a hora de regressarmos à realidade. Ainda era preciso almoçar. Eu gostava de ter ido almoçar ao Restaurante Lago Verde na Barragem do Cabril, em Pedrógão Grande. Quando chegámos, estava a abarrotar o que foi uma grande desilusão .  Acabámos por voltar a uma aldeia onde já tínhamos ido em 2014, Mosteiro e comemos um belo cozido à portuguesa muito bem regado. O dia estava cinzento e o cozido à portuguesa soube mesmo bem. É claro que tivemos que ir "dormir a sesta" para a Praia Fluvial de Mosteiro. Afinal não há mal nenhum em voltar a um sítio onde já fomos felizes...

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17
Jul17

Vamos todos para lá

Charneca em flor

Hoje faz precisamente 1 mês que o país se horririzou com a tragédia provocada pelo fogo na região  centro. A solidariedade que se gerou foi impressionante e primordial para ajudar a reconstruir casas e empresas. No entanto não podemos descansar a nossa consciência apenas com donativos monetários, bilhetes para concertos solitários ou enviando roupa velha para os locais atingidos. O sector do turismo que escapou ao incêndio está a ser duramente atingido. As reservas feitas anteriormente ao incêndio estão a ser canceladas e não estão a ser feitas novas reservas. A Região de Turismo do Centro já garantiu que a maioria  dos equipamentos turísticos estão a funcionar. Estranhamente a maioria das reservas canceladas são de portugueses. Vamos mostrar que a solidariedade continua. O verdadeiro desafio é continuar a visitar o centro do país.

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Maranhos na Sertã

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Praia das Rocas, Castanheira de Pera

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Hotel da Montanha, Pedrógão Pequeno

 

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Piodão

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Praia Fluvial da Peneda, Góis

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Praia das Canaveias perto de Góis

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Quintinha do Carvalhal, Góis 

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Cascata da Fraga da Pena, Benfeita

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Praia Fluvial de Côja, Arganil

 

Eu vou fazer a minha parte. No próximo fim de semana vou até ao Concelho de Proença-a-Nova.

 

 

 

 

 

28
Jun17

Juntos somos mais fortes

Charneca em flor

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Ontem à noite decorreu este grandioso concerto solidário. Pela primeira vez, todas as estações de televisão, todas as rádios, 25 artistas e muitos técnicos juntaram-se para levar a cabo um espectáculo de mais de 4 horas. O concerto organizou-se em pouco mais de 1 semana. O Meo Arena esgotou. Acho admirável que se conseguisse juntar 25 artistas num único palco. Por uma noite esqueceram-se as rivalidades e a concorrência por uma causa. Infelizmente aquilo que desencadeou todo este movimento foi um dos acontecimentos mais negros e tristes da nossa história. Mas os portugueses provaram que não é só o futebol que move multidões. A solidariedade também pode mover multidões como se viu não só neste evento mas também nos donativos que chegaram aos concelhos afectados desde o dia 17 de Junho. 

Com os bilhetes vendidos às 14 000 pessoas que assistiram ao espectáculo, os bilhetes solidários (que não davam direito a assistir ao espectáculo) e com os telefonemas conseguiu-se angariar 978 000€. É mesmo impressionante.

No entanto, as populações afectadas vão precisar de muito mais, infelizmente. As corporações de bombeiros de todo o país vão precisar sempre de ajuda, agora na época dos incêndios mas durante todo o ano. Por isso lanço o desafio: em vez de publicar imagens de agradecimento aos bombeiros, procurem os bombeiros da vossa área de residência e façam-se sócios. Vão ver que custa muito pouco.

E que a magia da música dê uma nova esperança aquelas populações que já sofreram tanto.

Este foi o final apoteótico

 

 

23
Jun17

Uma desgraça nunca vem só

Charneca em flor

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Depois de uma tragédia há que enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Na lamentável tragédia do centro do país ainda não se conseguiram enterrar os mortos mas também não se está a cuidar muito bem dos vivos. Como se não bastasse já o que as pessoas sofreram. As polémicas vão  surgindo entre os partidos políticos sobre o apuramento das responsabilidades. O governo cria um fundo, para o qual conta com os donativos dos portugueses, mas não abrange todos os concelhos afectados limitando o acesso a esse fundo aos 3 primeiros concelhos atingidos, Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Claro que os autarcas dos outros concelhos já vieram reclamar a sua fatia. 

Para juntar a isto tudo, surgem alertas de falsos técnicos da Segurança Social que andam pelas aldeias a aproveitarem-se dos idosos com logros e assaltos, roubos nas casas vazias das aldeias evacuadas e falsas contas solidárias. Há sempre engenho mesmo na desgraça.

Para não falar dos operadores turísticos, restauração e comerciantes da região que já se vêem com cancelamentos de reservas já que os potenciais turistas vão evitar visitar a região. Manter os planis de visita a estes concelhos também é uma boa forma de os ajudar.

É mesmo caso para dizer uma desgraça nunca vem só.

21
Jun17

Quando, Sr. Presidente?

Charneca em flor

O incêndio do centro do país continua a dar que falar, infelizmente. É um tema incontornável. As pessoas, quer os que viveram aquele inferno quer os que assistem à distância, interrogam-se. Como é possível que num país da UE, tão "avançado" tecnologicamente, portanto num país do 1° mundo (será?) morram 64 pessoas devido a um incêndio florestal? Em Portugal há cerca de 20 milhões de telemóveis e em que 3 em cada 4 portugueses estão permanentemente ligados à internet e não se consegues ter um sistema de comunicações de emergência e segurança a funcionar adequadamente? Todos os anos somos flagelados com incêndios graves. É preciso morrerem 64 pessoas para que se faça qualquer coisa? Não culpemos apenas este governo, esta ministra ou os seus secretários de Estado. Todos os governos dos últimos 40 anos, todos os deputados de todas as legislaturas têm a sua quota de culpa. Todos nós, que não soubemos exigir uma política de florestas adequada, temos a nossa quota de culpa. 

Desde sábado que os meios de comunicação social descobriram uma série de especialistas das florestas e dos fogos. Aonde estiveram estes anos todos? Falaram e ninguém os ouviu?! Ou limitaram-se a investigar o assunto cientificamente?! De todos os lados aparece uma opinião e se apontam culpados. 

Encontrar responsáveis pela tragédia não dará vida aos que pereceram mas pelo menos as famílias sentirão que a culpa não morrerá solteira como acontece quase sempre.

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É triste ver como se criticam os bombeiros. Acredito que eles fazem o que podem com os meios que têm. São voluntários  e não é pela mísera compensação económica que recebem que arriscam a vida. É por altruismo. Só o altruismo é que explica como eles correm para os incêndios, como os combatem até não poder mais. Durante o resto do ano ninguém se lemgra que eles existem. Quanto do que os criticam colaboram de alguma forma para as corporações de bombeiros? Quantos são associados dos bombeiros? Em vez de criticarem ou de os exultarem com imagens nas redes sociais, passem pelo quartel mais próximo e preencham uma proposta de sócio. O valor das quotas não é assim tão alto. Bebe-se menos 2 cafés por mês e consegue-se. É pouco mas do pouco se faz muito.

Uma palavra aos jornalistas. O vosso trabalho é louvável e permite-nos perceber o que se passa. Mas não exagerem. Vão para casa descansar porque senão só fazem asneira.

19
Jun17

Tragédia maior em Pedrogão Grande (II)

Charneca em flor

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Igreja de Pedrogão Grande, 05 de Julho de 2014

 

É impossível não voltar a falar da tragédia que se abateu sobre Portugal no fim-de-semana que passou. É preciso analisar, reflectir, apurar responsabilidades. As pessoas que se viram cercadas de fogo fugiram por instinto de sobrevivência mas infelizmente fugiram em direcção à morte. Os relatos que se ouviram, as imagens dos carros carbonizados só me fizeram lembrar as pessoas que se atiraram das Torres Gémeas em chamas a 11 de Setembro de 2001.

As pessoas revoltam-se e culpam os bombeiros, a Protecção Civil, o Governo. É preciso perceber se se fez tudo o que era possível para que os sobreviventes possam encontrar paz e consolo nos seus corações.

E o que é que cada um de nós pode fazer para ajudar? Quantos de nós são sócios das corporações de bombeiros da nossa zona de residência?! A maioria dos bombeiros portugueses são voluntários. Repito, voluntários. Dão horas das suas vidas para estarem ao serviço dos outros. Arriscam a vida para salvarem outras vidas. Fazem o que podem com os meios e a formação que têm. Será que merecem ser tão criticados como são sempre nestas situações?! Se não foram a todas as aldeias acredito que foi por não terem conseguido, por não serem em número suficiente para chegar a todo o lado. Infelizmente a comunicação social tem mostrado inúmeras situações onde eles não chegaram a tempo. E que tal mostrarem também as situações em que eles conseguiram actuar?!

Uma das histórias tristes que apareceram nas redes sociais foi a de um menino de 4 anos que morreu com o tio na EN 236-1. Ao que parece os pais do menino estavam fora do país em lua-de-mel e deixaram o menino aos cuidados dos padrinhos. O que é que estes pais estarão a sentir? Não posso deixar de imaginar que se devem sentir culpados por terem ido de férias e deixado cá o filho. Pobres pais! Como é que se reage a um acontecimento destes?!

Ao ver as notícias ontem senti, várias vezes, as lágrimas correrem pela cara abaixo. São imagens e relatos que nunca esquecerei tal como não esqueci o incêndio do Chiado, a queda da ponte de Entre-os-Rios, o ataque às Torres Gémeas ou os incêndios da Madeira.

18
Jun17

Tragédia maior em Pedrogão Grande

Charneca em flor

I

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Este fim-de-semana ficará tristemente marcado na nossa memória. Todos os anos, Portugal enfrenta o flagelo dos fogos florestais. No ano passado até a Madeira foi atingida. Com estas temperaturas elevadas, era expectável que voltassemos a ter um problema grave mas nunca imaginei uma desgraça como a que vemos hoje. Ontem quando me deitei não me apercebi da dimensão.A última notícia que ouvi já dava conta de 39 mortos e 59 feridos e, infelizmente, não deve ficar por aqui. pessoas que morreram em casa porque não conseguiram fugir ou nos carros a tentar escapar. Nem consigo imaginar o horror de se perceber que se vai morrer carbonizado. 

Nunca tinha havido tão grande tragédia com incêndios nos últimos 50 anos.

Tenho tanta pena que um sítio tão bonito como Pedrogão Grande, onde comemorei os meus 40 anos, fique marcado por este acontecimento.

Que os bombeiros possam continuar a ter forças e ânimo para continuarem a combater estes e outros fogos que alastram pelo país. E que os que perderam alguém nesta desgraça possam encontrar consolo na sua dor.

 

Actualização às 8h47m: 43 mortos

Nova actualização: 58 mortos. Qual será a real dimensão desta tragédia?!

Actualização 13h07m: 62 mortos (61 porque uma das vítimas foi contabilizada 2 vezes)

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