Rescaldo
Quando escrevi este post a 18 de Junho, estava longe de imaginar que em pleno Outubro estaria, outra vez, chocada com mais uma tragédia. No domingo passado foram registados cerca de 523 incêndios. 523, dá para acreditar?! Houve incêndios em quase todos os distritos a norte do Tejo. Já se registaram 38 mortos (incluindo um bebé com 1 mês de idade), 63 feridos e há, ainda, 7 desaparecidos. Quatro meses depois e, na semana em que se conheceu o relatório sobre Pedrógão Grande, a história parece repetir-se. Os contornos foram diferentes mas a tragédia foi idêntica. Durante o dia de domingo continuaram a haver estradas e auto-estradas abertas quando já deviam ter sido encerradas e até os comboios continuaram a circular com o fogo muito perto como provam os vídeos que foram aparecendo nas redes sociais. Mais uma vez, o Estado falhou numa das suas principais tarefas, proteger as populações.
Mas a falha não foi só aí. O Estado falhou, também, na protecção do património nacional. O Pinhal do Rei, também conhecido como Pinhal de Leiria perdeu cerca de 80% da sua área. O Pinhal do Rei começou a ser plantado há mais de 700 anos. Leram bem? 700 anos. Foi de lá que saiu a madeira para construir as naus utilizadas nos Descobrimentos. Nós, portugueses, não soubemos honrar a herança que nos foi legada.
O que é preocupante é que as autoridades nacionais e europeias afirmam que estas situações se vão repetir. E então o que fazemos? Ficamos de braços cruzados?
P.S - Hoje passam, precisamente, 4 meses sobre a tragédia de Pedrógão Grande.