Ontem o Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações dizia, no Jornal Expresso e a propósito do Aeroporto do Montijo, esta alarvidade:
"Em relação às questões ambientais, surgem à cabeça as rotas migratórias de milhares pássaros. Face às críticas de “estrénuos protectores das espécies, de matriz radical e insensata”, defende que “os pássaros não são estúpidos e é provável que se adaptem”.
“E este postulado arriscado é tão cientificamente sólido como o seu contrário: o de que eles não vão encontrar outras rotas migratórias, outras paragens estalajadeiras, como no Mouchão. Ciência sem dados comprovados não é ciência”, concretiza."
Digam lá se não foi uma excelente oportunidade para estar calado?
Obviamente que qualquer localização teria impactos ambientais e que um novo aeroporto é essencial para a nossa economia uma vez que o turismo é uma importantíssima fonte de receita.
Agora será que se escolheu a localização com menor impacto ambiental, com menor impacto nas pessoas ou a localização mais barata?
O português Cristiano Ronaldo foi, novamente, rei e senhor da Liga dos Campeões. A sua actual equipa, a Juventus, a Vecchia Signora de Itália, estava em desvantagem na eliminatória. Cristiano Ronaldo marcou 3 golos (e mais um anulado) e esse feito foi amplamente festejado pela nossa comunicação social.
Esta reacção pode-se comparar à polémica com a Viagem de Circum Navegação de Fernão de Magalhães. É verdade que foi outro o país que lhe deu as condições económicas que lhe permitiram realizar a viagem mas, afinal, foi em Portugal que ele aprendeu tudo o que sabia. Por isso esse feito histórico é também português.
Tal como aconteceu com Cristiano Ronaldo. Foram outros que lhe deram as condições para brilhar mas foi em Portugal que deu os primeiros chutos na bola. Por isso os seus feitos futebolísticos são comemorados como se fossem de todos os portugueses mesmo daqueles que nem sabem o que é um fora de jogo.
Eu, na verdade, já não me devia espantar com as polémicas que, de quando em vez, incendeiam as redes sociais. No entanto, as preocupações de quem entra nesses linchamentos virtuais são sempre surpreendentes. Refiro-me à polémica que envolve Judite de Sousa e uma fotografia que publicou no seu Instagram por ocasião do lançamento do seu livro "Político esfaqueado ou é morto ou é eleito" sobre a experiência que a jornalista viveu no Brasil enquanto acompanhava a segunda volta das eleições que deram a vitória a Jair Bolsonaro.
A jornalista é muito activa no Instagram e publicou várias imagens de pessoas que estiveram no referido lançamento. Na imagem da polémica, entretanto retirada, Judite de Sousa aparece com 3 mulheres e a legenda dizia "A minha família no lançamento do meu livro: mãe, irmã e a senhora cá de casa" sendo que "a senhora cá de casa" é uma senhora negra que se presume que seja a empregada doméstica de Judite de Sousa. Caiu o Carmo e a Trindade como é habitual. Ninguém reparou que a jornalista tem consideração suficiente pela senhora para a considerar parte da família e para a convidar para o lançamento do livro. Só repararam que se referiu a ela como "a senhora cá de casa". Há quem veja uma referência colonialista ou esclavagista naquela formulação. Não sei como é que os indignados fariam a legenda. Talvez " mãe, irmã e a Joaquina, a minha empregada"?! Tenham juízo. Preocupem-se com outras coisas.
Eu fiquei mais chocada por ter visto a imagem no Twitter do Pedro Marques Lopes que eu considerava uma pessoa inteligente o suficiente para não entrar nestas ondas. E também acho inadmissível que os jornais dêem cobertura a estas parvoíces.
Já agora, para mim, o que acho polémico é a utilização da imagem do Jair Bolsonaro na capa do livro. Essa personagem já aparece vezes suficientes na comunicação social.
P.S. - Embora a imagem tenha sido retirada, alguém fez captura de ecrã e por isso a imagem existe e é possível vê-la. Eu não a publiquei por respeito à Judite de Sousa que optou por retirar a imagem da polémica. Eu manteria a imagem mas compreendo a atitude dela. Coitada da pobre "senhora cá de casa". Já deve andar a ser perseguida pela CMTV.
Nos últimos dias, há uma nova polémica nas redes sociais envolvendo a Carolina Deslandes e a Maya. Tudo começou com este post em que Carolina Deslandes se mostra sem filtros, 1 mês depois de ter sido pela segunda vez e tendo em conta que teve 2 filhos em menos de 1 ano. Obviamente que o corpo se ressentiu. A Maya teve este brilhante comentário. A polémica continuou já que a Carolina respondeu através de uma publicação no seu Facebook ao qual a Maya também já reagiu.
Faço aqui uma declaração de interesses. Nunca fui fã da Carolina Deslandes nem conheço bem o seu trabalho. No entanto admiro a sua coragem ao mostrar-se tal como está. Se a Maya tivesse lido o post que acompanha a imagem talvez percebesse o alcance da mensagem que ela queria transmitir. É normal e natural que a barriga da Carolina Deslandes esteja assim tendo em conta que fez 2 cesarianas com muito pouco tempo de diferença. O que não é normal é sair da maternidade directo para o ginásio ou para uma clínica de recuperação tendo em conta que se tem 2 bebés em casa. Algumas famosas da nossa praça (ou das praças estrangeiras) ao fim de 2 semanas depois do parto parecem que nunca estiveram grávidas. Isso é que não é normal e quando uma mulher anónima não consegue alcançar estes resultados sente a última das mulheres.
Parece impossível que uma mulher que até já foi mãe diga que não é normal ter uma barriga daquelas 1 mês depois de ter sido mãe. E fotografias da Maya na mesma situação? Pois...
O que o que a jovem cantora quis mostrar é que não é bom esconder o corpo ou que as alterações do corpo devam ser mais um motivo para as mulheres se sentirem diminuídas ou deprimidas numa fase da vida já de si complicada a nível emocional. A jovem mãe termina dizendo "E agora, passinho a passinho vamos lá trabalhar para voltar à forma". Para mim está tudo dito.