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O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

O Voo da Garça

Sonhos, desejos, opiniões, instantes da vida diária...

02
Mar22

Será que estou a sofrer de FOMO*?

Charneca em flor

Os últimos dias não têm sido fáceis emocionalmente. É impossível ficar indiferente ao que se passa a Leste. Não conheço a Ucrânia mas conheço alguns países daquela zona da Europa e fico de coração partido com aquilo que as pessoas estão a passar. Os países que fazem fronteira com a Ucrânia, e que estão a receber refugiados, não são países ricos, antes pelo contrário. Como é que vão fazer frente a esta situação? Como é que vão lidar com aquela enchente de pessoas desesperadas e que saíram quase sem nada das suas casas? É de partir o coração ver a confusão das pessoas que tentam entrar nos comboios ou que chegam a pé às fronteiras, fragilizadas pela dor ou pelos anos de vida porque se vêem muitos idosos a chegar às fronteiras.

Não consigo deixar de ver notícias ou de fazer refresh no Twitter. Eu sei que é doentio. Já me aconteceu o mesmo no início da pandemia (hoje faz 2 anos que foi identificado o primeiro caso de Covid-19 em Portugal). Nos primeiros meses consumia notícias a um ritmo alucinante. Eu sei que é doentio mas não consigo evitar. Tenho que fazer um esforço suplementar para me concentrar noutra coisa. 2019 parece cada vez mais distante. 

 

*Fear of missing out, medo de ficar fora dos assuntos mais actuais

21
Jun19

Vamos ajudar o Miguel

Charneca em flor

Ontem, Dia Mundial do Refugiado, o talk show 5 para a Meia Noite, da RTP, fez verdadeiro serviço público ao convidar Miguel Duarte para abrir o programa. Filomena Cautela provou, que para além das partidas divertidas que costuma fazer aos convidados, também pode falar de assuntos sérios. Miguel Duarte é um dos jovens que colaborou com uma organização humanitária de salvamento no Mediterrâneo. Agora foi constituído arguido, pelas autoridades italianas, com acusação de auxílio à emigração ilegal e pode ser processado enfrentando uma pena possível de 20 anos. Este jovem português, da Azambuja, pode ser preso por salvar vidas humanas. É um contrassenso.

Os governos que recusam, agora, prestar auxílio aos refugiados é que cometem uma clara violação da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Há, realmente, quem esteja a ganhar dinheiro com esta tragédia humanitária mas não são as organizações humanitárias. Este problema devia ser evitado nos países de origem. Como isso não tem sido feito, se as pessoas já estão em perigo no Mar Mediterrâneo não se podem deixar entregues à sua sorte. Estas organizações humanitárias deviam ser aplaudidas e não processadas.

Da organização à qual pertence Miguel Duarte estão a ser investigadas 10 pessoas. A equipa de advogados estima que a defesa destas pessoas possa custar, pelo menos, 500 000 €. Estão a ser organizadas campanhas de angariação de fundos em vários países. Se quiserem contribuir é aqui. Em Portugal, as doações já ultrapassaram, e muito, as projecções iniciais. Ainda bem. Continuamos a provar que somos solidários.

 

#eufariaomesmo

10
Fev17

Shukraan Portugal

Charneca em flor

Shukraan Portugal é o título desta reportagem transmitida, ontem, pela TSF. Os jornalistas foram a Penela ao encontro dos refugiados que chegaram àquele concelho há 1 ano. Falaram com adultosce crianças e com quem os acolheu e os ajudou. Esta reportagem emocionou-me muito. Gostei, especialmente, de perceber como é que as crianças e os jovens ultrapassam barreiras como a língua e a religião. E a generosidade dos empresários que deram oportunidades de trabalho a estas pessoas. Alguns refugiados não estarão ainda satisfeitos mas alguns já estão a construir uma nova vida aqui. A população deste concelho do interior dá uma lição de generosidade e acolhimento a todo o país. Que estas pessoas possam ser felizes por cá.

 

P.S. - Shukraan quer dizer obrigada

06
Abr16

E se fosse eu? Fazer a mochila e partir

Charneca em flor

Esta manhã ouvi, na TSF, falar do projecto "E se fosse eu? Fazer a mochila e partir." em que a ideia é levar a comunidade escolar a reflectir sobre o que levariam na mochila se tivessem que fugir tal como os refugiados.

Enquanto conduzia fui também pensando como seria a minha mochila de refugiada. Primeiro do que tudo, seria muito difícil de seleccionar os artigos a colocar na mochila. Tenho sempre muita dificuldade em fazer malas seja para 1 dia ou uma semana. No entanto vou tentar construir a minha mochila:

- alguma roupa em que não faltaria 1 calças de ganga e 1 par de ténis

 

- 1 saco cama para qualquer eventualidade

 

- fotografias das pessoas mais importantes da minha vida

 

- 3 aneis; o velhinho anel de ouro da minha bisavó, o anel de curso porque simboliza 1 das minhas conquistas e o primeiro anel que o A. me ofereceu

 

- 1 pequena bíblia para ler passagens que me dessem esperança no futuro

 

- "O Principezinho" de Antoine Saint-Exupery (porque é uma bela história e o livro não é muito pesado, seria um símbolo de todos os meus queridos livros que teria que deixar para trás)

 

- Os óculos e as lentes de contacto senão seria impossível ver o caminho

 

- Agulhas de tricô e 1 ou 2 novelos (teria que fazer e desmanchar mas sempre tinha as mãos e o espírito ocupados)

 

Pela mão, e porque não cabem na mochila, levava a minha mãe e o A. porque a vida não faz sentido sem eles.

04
Set15

Eu não partilho

Charneca em flor

Não contem comigo para replicar aquela terrível imagem do corpo da criança morta na praia. O drama dos refugiados mexe comigo e já falei disso aqui. Esta situação já se vem a arrastar há anos. Será que, agora, que se está a revelar incomportável é que os europeus acordaram para a vida?! Já morreram tantos meninos como este, infelizmente. Estar tranquilamente na segurança do nosso sofá no computador, no smartphone ou no tablet a publicar estas imagens no Facebook, não resolve os problemas de ninguém. Talvez as pessoas achem que assim estão a mudar alguma coisa. Desenganem-se. Partilhar imagens na net não salva vidas. Dá-se tanta importância a esta história da partilha que as pessoas chegaram ao ponto de criticar quem não partilhou como aconteceu com o Nuno Markl, criticado por defender os animais mas não partilhar a imagem da criança.

Sem Título.png

Esta mania de as pessoas agirem em rebanho. Uma ovelha vai para a esquerda, vão todas para a esquerda. Ai, este é "Je suis Charlie" então eu também sou. Aquele partilhou esta imagem, então eu também vou partilhar. Gostava de saber quantos dos que, nos últimos dias, partilharam a imagem do menino sírio seriam capazes de acolher uma família síria em sua casa?! Deixo a questão no ar.

30
Ago15

O fantasma do Muro

Charneca em flor

Esta situação dos migrantes e refugiados do Médio Oriente é a desculpa perfeita para a Hungria construir um novo muro nesta nossa Europa.A memória dos europeus é tão curta mas tão curta. O Muro deBerlim não caiu assim há tanto tempo que já ninguém se lembre. Será que os húngaros já não se lembram do que foi viver num regime comunista, fechado ao ocidente? Já não se lembram de tudo o que sofreram ao longo da sua História? Não se lembram dos territórios perdidos depois da 1ª Guerra Mundial? O povo húngaro também foi migrante, também foi perseguido por motivos étnicos e culturais. Deviam ser os primeiros a compreender o que estes novos migrantes sofrem. A falta de memória colectiva ainda nos vai conduzir a um conflito bélico sem precedentes. A História tem tendência a repetir-se.Segundo a notícia, agora está concluida a barreira de arame farpado mas já está um muro em construção. Uma ignomínia, digo eu. Na mesma notícia, da agência Lusa, menciona-se que também já barreiras idênticas em Espanha, Grécia e Bulgária. Só falta construírem um muro também.

budapeste.JPG

Em 2010 passei 2 dias e meio na Hungria. Estive em Budapeste, Sventendre e numa outra terra onde almocei maravilhosamente. Foram dias muito divertidos e muito bem passados. Saí de lá com uma imensa vontade de voltar. Hoje em dia, já não sei se voltaria a um país assim.

barreira.jpg

P.S. - Desculpem lá voltar a bater na tecla dos refugiados mas teve que ser. Os muros e as barreiras, sejam físicas ou não, complicam-me com o sistema.

 

27
Ago15

Impossível ficar indiferente

Charneca em flor

 

 

Ninguém consegue ficar indiferente a estas imagens que, todos os dias, nos entram pela casa dentro através da televisão. Os conflitos nos seus países de origem, perpetrados maioritariamente pelo auto-proclamado Estado Islâmico, o terror em que vivem, a falta de condições para trabalharem têm levado milhares e milhares de pessoas a deslocarem-se. A maioria delas traz o sonho de trabalhar ou estudar nos mais ricos países da Europa, Alemanha e Reino Unido. Sujeitam-se a viagens perigosas em barcos sem condições através do Mediterrâneo, a maior porta de entrada na Europa. Esta gente tem que estar muito desesperada, estão entre a morte certa e a morte provável. A situação estará dentro de pouco tempo insustentável. Há países que já reforçaram as fronteiras com barreiras de arame farpado, na fronteira da Hungria (país cada vez mais xenófobo) a polícia já utilizou gás lagrimogénio para controlar as multidões que tentam entrar no país. Não há condições mínimas para estas pessoas sobreviverem, o mercado de trabalho europeu não tem capacidade para absorver estes milhares de pessoas. O que vai ser desta gente? Os refugiados sírios e de outros países daquela zona constituem um desafio muito maior para a União Europeia que a crise grega. Será que nós, europeus, vamos conseguir ultrapassar este problema? Muitos dizem que é a maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial. As imagens de refugiados a entrarem em comboios na Macedónia é arrepiante, faz lembrar imagens exactamente da 2ª Guerra Mundial. Pergunto, novamente, o que será desta gente? 

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