As redes sociais deste país incendiaram-se nas últimas 24/36 horas. Tudo por causa das estreias televisivas do último serão de domingo. Na SIC estreou o "Quem quer namorar com o agricultor?" e na TVI surgiu o "Quem quer casar com o meu filho?". Quando cheguei a casa, depois do baptizado a que fui e mesmo cansada, ainda vi o programa da SIC e espreitei alguns momentos do programa da TVI. Não conhecia os formatos. Já muito foi escrito e tenho que concordar que estes programas perpetuam estereótipos que já não deviam existir no Séc. XXI.
Devo confessar que o programa onde aparecem as mamãs e os seus meninos de ouro me pareceu ainda pior que o outro. Fiquei na dúvida se aquilo era uma "busca pelo amor" ou uma entrevista para uma governanta lá para casa. Nojento é o melhor adjectivo para classificar o "Quem quer casar com o meu filho?". Como é que é possível que uma mãe parta do princípio que o filho adulto tem que arranjar uma mulher que cozinhe para ele? Qualquer pessoa adulta, independentemente do sexo, deve ser capaz de cuidar de si próprio.
Em relação ao formato da SIC, achei mais divertido. Inspirou-me mais gargalhadas embora reconheça a semelhança com um leilão de gado. Neste programa há 5 agricultores e 20 candidatas a namoradas. Os agricultores têm que escolher 4 candidatas para um novo encontro (depois do speed dating inicial) e que serão convidadas para irem passar uma temporada nas respectivas quintas. Na minha opinião, apesar de serem os homens a escolher, as mulheres acabam por ter uma palavra a dizer já que se insinuam mais ao agricultor que preferem condicionando, assim, a escolha do homem. Talvez vá vendo alguns episódios deste "Quem quer namorar com o agricultor?". Estou curiosa para ver as figuras que as personagens femininas farão no campo. Sempre quero ver o que dizem quando enterrarem os saltos altos num monte de bosta.
A natureza humana espanta-me todos os dias. Não consigo perceber o que leva estas pessoas a participarem neste tipo de programas. Será que vale tudo por 5 minutos de fama? Ainda por cima o nosso país é tão pequeno que, ao que parece, alguns dos participantes já apareceram noutros programas do género na nossa televisão. O que não deixa de ser um bom sinal. Afinal não há assim tantos portugueses idiotas. Ainda há esperança .
Há dias em que até apetece ver estas parvoíces para descansar a cabeça de outras preocupações mais sérias .
Toda esta publicidade gratuita será óptima para os 2 canais. Com tanta conversa as audiências vão aumentar, de certeza. Afinal, não interessem se falam mal ou falam bem, o que interessa é que falem.
Já tinha visto algumas cenas do programa Married at the First Sight nas versões de outros países mas nunca tinha visto um episódio completo. Assim tinha uma vaga ideia de que se tratava de um reality show em que as pessoas se casam com alguém que não conhecem, ou melhor, que só conhecem no momento do casamento, confiando apenas no match feito por uma equipa de especialistas. As poucas vezes que vi, achei piada à reacção dos noivos quando se vêem e a opinião dos amigos e dos familiares. Ora quando a SIC anunciou a versão portuguesa deste formato com a designação de Casados à Primeira Vista, fiquei logo curiosa. Estreou no domingo passado. Terá um programa maior ao domingo à noite e programas diários ao fim da tarde. Correspondeu às minhas expectivas. Estava na dúvida se os casamentos eram reais mas observando bem pareceu-me tratar-se de uma cerimónia simbólica. Com o post da Carta, fiquei a perceber que o casamento não acontece mesmo. No fundo, trata-se de uma experiência sociológica em que os participantes buscam o amor.
Naquilo que já foi exibido, conhecemos 4 casais. A mim parecem-me pessoas normais, inteligentes e românticas. O que levou estas pessoas a inscreverem-se neste programa? Solidão, uma sucessão de relações falhadas, medo de continuar a falhar? Será que a ciência é capaz de ajudar as pessoas a encontrar o par ideal?
Este programa é um retrato da sociedade em que vivemos hoje,
Neste fim-de-semana em que corremos o risco de comer mais do que deviamos, quero destacar esta excelente reportagem da SIC, Somos o que comemos . Não disseram nada que não soubesse já mas dá que pensar. Eu sou muito gulosa. Adoro chocolate e tenho abusado muito nos últimos meses. Mas eu sou adulta e responsável pelas minhas escolhas, sejam elas boas ou más. A reportagem incide mais no efeito da alimentação nas crianças mas as conclusões podem ser extrapoladas para os adultos. Os doces, principalmente, são aditivos, viciam e isso é bem verdade. Eu sinto isso, quanto matis chocolate como mais tenho vontade de comer. Uma das coisas que mais me surpreendeu foi o desconhecimento que os pais tinham sobre os malefícios que estavam a provocar na alimentação dos seus filhos. Uma das famílias aparece a ler os rótulos de vários alimentos processados que tinha em casa. A dada altura comentam que o filho bebia 3 ou 4 iced tea por dia. Só depois de o filho ir à nutricionista é que perceberam que era errado. Como é que é possível?!
Na Europa, os países que apresentam maiores problemas de excesso de peso são Espanha, Grécia, Itália e Portugal. Os mesmos que tinham a celebrada dieta mediterrânica. Dá ou não dá que pensar?