Uma desgraça nunca vem só
Depois de uma tragédia há que enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Na lamentável tragédia do centro do país ainda não se conseguiram enterrar os mortos mas também não se está a cuidar muito bem dos vivos. Como se não bastasse já o que as pessoas sofreram. As polémicas vão surgindo entre os partidos políticos sobre o apuramento das responsabilidades. O governo cria um fundo, para o qual conta com os donativos dos portugueses, mas não abrange todos os concelhos afectados limitando o acesso a esse fundo aos 3 primeiros concelhos atingidos, Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Claro que os autarcas dos outros concelhos já vieram reclamar a sua fatia.
Para juntar a isto tudo, surgem alertas de falsos técnicos da Segurança Social que andam pelas aldeias a aproveitarem-se dos idosos com logros e assaltos, roubos nas casas vazias das aldeias evacuadas e falsas contas solidárias. Há sempre engenho mesmo na desgraça.
Para não falar dos operadores turísticos, restauração e comerciantes da região que já se vêem com cancelamentos de reservas já que os potenciais turistas vão evitar visitar a região. Manter os planis de visita a estes concelhos também é uma boa forma de os ajudar.
É mesmo caso para dizer uma desgraça nunca vem só.